Assembleia Legislativa precisa constituir seu poder
Redação DM
Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 00:49 | Atualizado há 8 anosA Assembleia Legislativa nos surpreende cada vez mais: fantasmas, marajás, falcatruas e submissão. Não bastasse ser lembrada nas páginas do “New York Times” há pouco tempo com o vergonhoso episódio “Senhora, senhora!!!”, ela volta agora com suas histrionices.
Está na hora de virar poder. Conforme o sociólogo Niklas Luhmann, exatamente quando falta poder é que sobra coação e violência..
Ao agredir a repórter Maria Planalto, mulher acima de tudo, trabalhadora, inclusive nos fins de semana, um dos servidores revela que não está a serviço de nenhum poder. Está imobilizado – isto sim – pela falta dele, chafurdando na anarquia onde qualquer um pode mandar como bem entender, inclusive rasgando os direitos fundamentais plasmados na Constituição.
Um poder que não transfere ao povo a liberdade não é poder. É ao contrário: obstáculo. Está na hora de algum deputado estadual falar na casa que ela está sendo filmada. Sim, Assembleia, sorria, pois você está sendo filmada e observada em todas suas ações pouco republicanas.
Recentemente fui processado por uma funcionária marajá que trabalhava a serviço de um ex-presidente da casa, diga-se, um zé ninguém que hoje sequer recordamos o nome completo. A servidora não gostou de uma reportagem em que mostramos quanto ela ganhava. Em juízo, destruímos toda sua argumentação e provamos que ela era, sim, marajá. Derrotada no Judiciário, ela enfiou o rabo entre as pernas e desapareceu do mapa.
Esperamos que o presidente da casa leve este episódio que agrediu a repórter a uma sindicância e investigação administrativa. A jovem repórter chegou na Redação em pânico diante da agressão, vilipendiada em sua honra e moral. Em seu direito individual – que consta no artigo pétreo – de ir e vir. E ir contra a Constituição é algo grave. Mais do que um servidor truculento possa imaginar.
(Welliton Carlos , é advogado mestre em direito pela UFG e jornalista do DM)