Opinião

BR-070 em sério risco

Diário da Manhã

Publicado em 24 de dezembro de 2016 às 02:09 | Atualizado há 8 anos

R$ 1.416.790,09 (um milhão, quatrocentos e dezesseis mil, setecentos e noventa reais e nove centavos) que podem escorrer pelo ralo literalmente caso ocorra o rompimento da “barragem” que forma o Lago Artificial de Aragarças, concluído em 2013. Sendo que do valor total, R$ 309.036,72 foi a contrapartida da Prefeitura em convênio com a Caixa Econômica Federal que repassou o recurso de R$ 975.000,00 oriundos do Ministério do Turismo, em julho de 2010. Considerando que o Lago aproveita o aterro da BR-070, que serve de barragem, o rompimento desta pode isolar Goiás de todo Oeste brasileiro, principalmente do Mato Grosso além de causar danos ambientais, e outros prejuízos físicos e até riscos à vidas já que do outro lado da rodovia há propriedades habitadas. Pode-se chegar a essa preocupante conclusão devido ao levantamento realizado pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) que aponta 41 barragens em Goiás com problemas de documentação e estrutura, apontando para o sério risco de rompimento, talvez seja o caso de Aragarças o mais perigoso.

À época da construção alguns questionamentos foram levantados sobre a necessidade ou não de um lago artificial na cidade, levando em consideração o recurso hídrico natural que privilegia Aragarças que é o Rio Araguaia, referência inclusive de lazer para os moradores e milhares de pessoas que invadem suas praias em julho para aproveitarem a programação festiva da Temporada de Praia. O projeto de construção do lago que não foi amplamente apresentado nem minunciosamente discutido com a sociedade, tendo caráter impositivo como se fosse para satisfação de um projeto pessoal do então chefe do Executivo. Aqueles vultosos recursos poderiam ser melhor aplicados na orla urbana do Rio Araguaia, a exemplo de recuperação da mata ciliar ou na obra do esgoto sanitário, que inibisse seu despejo no Araguaia.

Com maior criatividade a administração municipal poderia ter elaborado um calendário turístico para todo ano, aproveitando as temporadas com o rio seco e o rio cheio. O lago, além de oferecer os riscos, ainda tornou-se mais um ponto de despesa para a municipalidade que tem obrigação com a manutenção, como limpeza, prevenção, roçagem, etc. O problema está aí (um lago pra lá de artificial), e não é dos pequenos para o próximo governo a partir do primeiro dia útil de 2017, ou seja, 2 de janeiro.

 

(Claudio Vieira, gestor em Turismo)

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