Cântico das sublimes promessas
Redação DM
Publicado em 31 de março de 2018 às 23:11 | Atualizado há 7 anos
Ao despedir-se de seus discípulos Jesus asseverou: “Se me amardes, obedecereis aos meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador – o Paracleto, ajudador, encorajador e advogado, para que fique para sempre convosco; o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber , porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, pois ele habita convosco e estará em vós.”
O texto acima, presente no capítulo XIV do Evangelho de João, é claro quanto ao amparo perene do Cristo àqueles que se dedicam à sua causa: a causa do amor e da misericórdia.
Muitos de nós achamos que amamos o Cristo. Acreditamos, até, que obedecemos os seus mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.”
Todavia existem lapsos e lacunas que se perdem na interpretação visceral do texto.
Amar a Deus sobre todas as coisas significa estar mais interessado nas coisas espirituais do que nas ocorrências da matéria. É ter certeza da vida futura e pautar a existência em função da condução de interesses sublimados, de sentimentos nobres, de pensamentos elevados e atos sintonizados no bem, com a vontade inteiramente voltada para agir nos parâmetros do Cristo.
Essa é uma tarefa muito árdua. Para isso precisa-se de muitas vidas, através das quais haverá empenho em acertar, através de muitos ensaios e erros.
Só então faz-se clara e entendível a rogativa do Cristo ao Pai, para que nos dê outro Consolador, ou seja, a oportunidade de conhecer a verdade que irá nos libertar; ficará para sempre conosco, por se tratar de conhecimento que se adquire e jamais se perde, só multiplica.
O Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber, por estar mergulhado no materialismo; nem o vê, por não se interessar em conhecer valores que sejam diferentes dos que o entretêm; nem o conhece, por julgar perda de tempo importar-se com nobreza de sentimentos; por absolutamente não querer saber dos deveres e respeito que os semelhantes esperam que se tenha, em relação a eles.
O Consolador, que já habita nos corações que o conhecem, aí permanecerá e serão reconhecidas, essas pessoas, por amarem os ensinamentos do Cristo, e para elas são essas palavras: “ Se alguém me amar, obedecerá à minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele morada.”
Como entender a expressão fazer morada? Morada é abrigo seguro ante as intempéries. Assim, aquele coração, que possa servir de morada aos ensinamentos sublimes, é aquele que já venceu os enganos do mundo e pode fazer-se firme ante toda e qualquer circunstância.
Desafio com o qual ombreia a criatura na fieira evolutiva dos séculos.
Atender ao chamado do Cristo é para muitos sacrifício e renúncia acerba. Mas para aqueles que já se colocaram a caminho da autoconquista é brisa suave, trazendo o cântico das sublimes promessas.
(Elzi Nascimento – psicóloga clínica e escritora / Elzita Melo Quinta – pedagoga – especialista em Educação e escritora. São responsáveis pelo Blog Espírita: luzesdoconsolador.com. Elas escrevem no DM às sextas-feiras e aos domingos. E-mail: iopta@iopta.com.br (062) 3251 8867)