Cauby Peixoto, dos bastidores da fama para os bastidores da eternidade
Redação DM
Publicado em 18 de maio de 2016 às 03:20 | Atualizado há 9 anos
No último dia 15 de maio, saiu da vida e entrou para a história da Música Popular Brasileira, o cantor Cauby Peixoto, possuidor de uma das mais belas vozes do Brasil, Cauby Peixoto encantou multidões com a sua arte de cantar, com a sua fineza e com o seu estilo bem peculiar de se vestir. Contemporâneo dos renomados cantores como Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Francisco Alves, Nelson Gonçalves, Sílvio Caldas, Orlando Silva, Vicente Celestino, Altemar Dutra, Agnaldo Timóteo, Nelson Ned e Agnaldo Raiol, Cauby Peixoto deixa-nos um legado eterno de músicas. A sua inconfundível voz, a diversidade de estilos musicais que ele interpretava e a harmonia e a polidez do seu timbre de voz que, ia do Tenor ao barítono sempre o colocou no auge do sucesso musical.
Cauby Peixoto nasceu no dia 10 de fevereiro de 1931, em Niterói, no Rio de Janeiro. De uma família de músicos, ainda na adolescência Cauby Peixoto já deixara transparecer seu talento para a carreira musical, pois já se inspirava na voz de Francisco Alves e de Orlando Silva. O seu primeiro disco foi gravado em 1951 e desde então sua fama espalhou-se pelo Brasil e pelo mundo. Além de sua bela voz, Cauby Peixoto também se destacou pela sua beleza, inclusive, no ano de 1954 recebeu o título de “O homem mais bonito do Brasil”, o que o levou a atrair uma legião incalculável de fãs, tanto de homens como de mulheres. Existem registros de que, em diversos shows do cantor pelo Brasil, as mulheres o abraçavam e o beijavam, e, em algumas vezes, chegaram até mesmo a rasgar as suas roupas.
Cauby Peixoto possuía uma facilidade talentosa em imitar cantores internacionais, cantava fluentemente em inglês, em francês e em Italiano, interpretou Frank Sinatra, inclusive alguns críticos musicais preferem a interpretação de Cauby para a música New York, New York, do que a do próprio Sinatra. Recebeu o título também de “O Elvis Presley do Brasil”, devido o tom aveludado e grave de sua voz que, muito se assemelhava com a do Rei do Rock, e também por ter sido o primeiro cantor brasileiro, a compor uma música de Rock em português, pois, em 1957, gravou a música Rock and Roll. Além de ter se tornado um cantor consagrado do rádio brasileiro, Cauby também participou de alguns filmes da televisão brasileira, tais como: Carnaval em Marte, cantando “se você pensa” ( 1955) Aí vem o General, “cantando mil mulheres “(1955) Com água na boca, “cantando Conceição(1956)Com jeito vai, “cantando melodia do céu” (1957) Canjerê(1957) O corpo, cantando “Blue Gardênia” (1992) Ed mort, cantando “Bastidores “(1997) e outros.
Cauby Peixoto interpretou uma infinidade de sucessos musicais, dos quais se eternizaram no cancioneiro popular do Brasil, no entanto, a sua marca registrada é a música: “Conceição”, gravada em 1956, seguida de tantas outras, tais como: Blue Gardênia, Bastidores, Ninguém É de Ninguém, Serenata, Loucura, A Pérola E o Rubi, Luzes da Ribalta, Tarde Fria, É tão Sublime o Amor, Começaria Tudo Outra Vez, Foi Deus, Ronda, Alguém Me Disse, A Noiva, New York, New York, Negue, Perfídia, Marina, Moon River, Dindi, Chão de Estrelas, Carinhoso, Rosa, Brigas e tantas outras. Ao longo dos seus sessenta anos de carreira, Cauby Peixoto cantou ao lado de inúmeros cantores como Ângela Maria, Roberto Carlos, Agnaldo Timóteo, Agnaldo Raiol, Nora Ney, Jorge Goulart, Altemar Dutra e outros.
Cauby Peixoto faleceu no final da noite do último domingo, dia 15 de maio, no Hospital Sancta Maggiore em São Paulo, e foi sepultado no Cemitério Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. Segundo o relato dos seus amigos que estavam presentes na hora do seu falecimento, ele estava na UTI e respirava com a ajuda de aparelhos, no entanto, o médico informou aos amigos presentes no hospital que, o coração de Cauby estava muito fraco e deixou que eles entrassem por vinte minutos na UTI, eles entraram fizeram uma oração e ao término da oração, Cauby morreu, “coisa de artista”.
(Giovani Ribeiro Alves, filósofo, escritor, poeta, membro da Associação Goiana de Imprensa, professor de Filosofia na Rede Pública Estadual e no Instituto Bíblico de Campinas, ambos em Goiânia, e articulista do Diário da Manhã)