Cidadão fogo de palha
Redação DM
Publicado em 7 de maio de 2016 às 02:13 | Atualizado há 9 anosO brasileiro é como fogo de palha, acende rápido e logo apaga. É o que estamos vendo em relação as manifestações de rua, cobrando mudanças no processo político-administrativo do Brasil. Começou entusiasmado, provocou pequenas reações nos políticos e logo em seguida adormeceu. Ressalva-se os movimentos a favor do governo, que continuam firmes, invadindo terras e fechando rodovias, como se vivessem num país sem lei. É a minoria inquietando a maioria, que dorme com a boca aberta, esperando o circo pegar fogo. A história a as futuras gerações não vão perdoar essa omissão no trato com a coisa público. O sucesso dos que virão depois, vai depender da ação dos atuais dirigentes do País. Portanto, não seja como fogo de palha, que queima e apaga rápido. Pelo contrário, seja como fogo de monturo, que queima devagar e de forma continuada. O povo não deve nunca desistir dos seus sonhos e do Brasil.
Analisando a situação do Brasil, sem entrar no mérito, percebe-se que a desordem que se instalou no país, queira ou não, vinha sendo alimentada e fomentada ao longo dos anos. A verdade é que, mais cedo ou mais tarde, essa desordem social iria aparecer e contaminar a alma e a dignidade dos brasileiros. É profundamente lamentável, mas é real, tudo porque o povo não persiste na luta por aquilo que deseja. Na verdade, nem mesmo apoia as instituições que lutam para conter a sangria que provocaram no País. Nem tudo está perdido, agora é aproveitar a crise para promover as mudanças que o Brasil precisa. Não basta falar, é preciso agir, tomar atitude e fazer a sua parte. Pouco adianta o sujo falar do mal lavado, ambos estão cobertos pela mesma lama. A virtude é ser diferente, é ser alicerçado nos princípios éticos, morais e nos bons costumes. Não é fácil, demanda mudança e comprometimento com a verdade. No entanto, nada é impossível, a questão é começar, acreditar e lutar pela causa.
A democracia não se constrói de um dia para o outro, requer tempo, luta, interesse e muita dedicação de todos. Não interessa a democracia fogo de palha, aquela que nasce com rapidez e morre com a mesma velocidade. Não se pode chamar um país de democrático, onde o povo passa fome, não tem liberdade, vive na miséria e é discriminado. Se isso for considerado democracia, a solução é optar por um regime que haja justiça, liberdade e oportunidade para todos. Não há mágica nesse processo, ele deve ser construído, preservado e respeitado. É preciso investir na conscientização cívica do povo brasileiro, para mostrar a cada cidadão, o seu verdadeiro papel na defesa do Brasil.
Face a continuidade da crise brasileira, urge que a população continue exigindo providências das autoridades na solução dos problemas que sufocam a sociedade. Se o povo não for para a rua, para os parlamentos e para os palácios, a tendência natural, como sempre acontece, é as autoridades não fazerem absolutamente nada. Sem a reação firme do povo, os maus políticos vão continuar enganando e subestimando a inteligência dos brasileiros. É hora da sociedade acender a chama da esperança e lutar por um Brasil livre e soberano. Se assim não proceder, a expectativa é de dias sombrios e de futuro incerto, tendo em vista o quadro político-administrativo que se encontra o País.
(Gercy Joaquim Camêlo, governador do Rotary International, Distrito 4530, Gestão 2012/2013)