Opinião

Ciúme até depois da morte

Redação

Publicado em 6 de maio de 2015 às 02:05 | Atualizado há 10 anos

 

 

Ciúme faz tanto mal ao ser humano que o Cristo o destacou naquela que, para muitos, é a mais linda de suas histórias de amor, no sentido divino desta palavra porque Deus é amor: a parábola do filho pródigo.

Emmanuel e Francisco Cândido Xavier, na mensagem “Filho e censor”, do seu livro Palavras de Vida Eterna, mostram como o filho considerado bom, movido pelo ciúme, colocou a perder todo o seu mérito para com o pai benevolente com o outro rebento doidivanas: “Na parábola do filho pródigo, não encontramos somente o irmão que volta experiente e arrependido ao convívio do lar. Nela, surge também o irmão correto, mas egoísta, remoendo censura e reclamação(…) Se o coração paterno demonstra grandeza de sentimento, o do filho explode em ciúme e queixa ”.

Jamais alguém conseguiu contar o número de boas relações destruídas e felizes lares desfeitos pelo ciúme. O ciúme viceja em nossa volta, em dimensões e situações diferentes, arrasando tranquilidades e semeando sofrimentos.

 

Ciúme agride, divide e afasta

Para Esse Capelli, do Centro Espírita Irmã Sheila, em Goiânia, que já publicou mais de 70 livros, todos de elevado conteúdo ético, ciúme denuncia fraqueza, irracionalidade e não leva a nenhum resultado agradável. Na sua obra Caminhos Para a Vida, ele fala sobre essa torturante doença da alma:

“O ciúme tanto martiriza o ser amado quanto tritura o ciumento. Distancia cada vez mais o objeto do ciúme, aviltando a capacidade de avaliação do ciumento. O ciúme agride, divide, afasta e erige obstáculo intransponível para a felicidade. A melhor maneira de reter, aproximar e atrair a pessoa amada é dispensar-lhe confiança, segurança, alegria e a libertação do medo. O amor, exemplificado no perdão, proporciona forças para vencer a fraqueza do ciúme e anular a sua força avassaladora. O ciúme é o caminho mais curto para perder o ser amado”.

Também veemente é Torres Pastorino, famoso como autor do best-seller Minutos de Sabedoria, que já vendeu milhões de exemplares. Ele classifica o ciúme de “a pior e mais violenta manifestação de egoísmo desenfreado e grosseiro” em Teu Lar, Tua Vida, outro de seus escritos de grande aceitação. Lá, observa:

“Muitas vezes ouvimos alguém dizer: “Sou ciumenta!” A humanidade procura termos sempre mais suaves para, num eufemismo compreensível, evitar confissões que lhe causem vergonha. Há certos nomes que são vetados, proibidos na sociedade, e quem os profere é tido e havido como mal-educado. Para fugir à confissão de certos defeitos, que trazem diminuição à pessoa que os alimenta em si, foram criadas expressões mais delicadas. Há mulheres que não se acanham de dizer que são ciumentas (até se ufanam disso, por vezes), mas brigariam com quem lhes dissesse em rosto que são egoístas ou avarentas. Analisemos friamente o ciúme, o sentimento de egoísmo, que quer o que é seu só para si. Em qualquer outro caso, é vergonhoso. No caso do ciúme, todos acham que é muito natural”.

Conceitua Torres Pastorino que o ciúme carcome nossa alma muito mais que a ferrugem ao ferro exposto à umidade. Descontrola todas as nossas emoções. Faz-nos adoecer e definhar. Torna-nos azedos e intoleráveis.

 

Até tu, Meimei!

Meimei, espírito venerado dos brasileiros por suas consoladoras mensagens cristãs, psicografadas por Francisco Cândido Xavier, nasceu na cidade de Mateus Lemes, Minas Gerais, se chamou Irma Castro e viveu apenas 24 anos. Dois anos antes de deixar este mundo, em Belo Horizonte, realizou lindo sonho casando-se com Arnaldo Rocha. O nome Meimei, como se tornou conhecida com suas comunicações pós-morte, lhe foi dado em vida pelo esposo querido.

Sobre ela, conta Adelino da Silveira, muito amigo do médium, no seu livro Chico de Francisco, 1987:

“Era uma agradável tarde de sábado, na ecumênica área da casa de Francisco Cândido Xavier, em Uberaba, quando alguém lhe disse: – Chico, fale-nos sobre Meimei. Ele atendeu e sua voz mansa e agradável começou a penetrar-nos os ouvidos:

– É um espírito que tem trabalhado muito. Lembro-me quando ela precisou encaminhar seu ex-marido, que estava muito triste, para o segundo matrimônio. Com o dia do casamento se aproximando, Meimei começou a sentir um pouco de ciúmes e desejou voltar para junto dele. Como mulher, não dava mais tempo. Como filha, entretanto, seria possível. Fez o pedido na espiritualidade mas por sorte ou azar dela seu requerimento foi parar nas mãos do nosso caro Emmanuel, que a chamou e disse:

– Seu trabalho intenso em favor do próximo fala alto a seu favor. A senhora tem méritos suficientes para renascer como filha do seu ex-esposo. Deseja agora abandonar tudo sobre os ombros dos companheiros e voltar à Terra por uma simples questão de ciúmes? Posso encaminhar seu pedido aos superiores mas quero que a senhora fique bem certa que ele sairá daqui com o primeiro não, que é o meu”.

Meimei imediatamente desistiu da ideia e continua até hoje cumprindo sua nobre missão no mundo espiritual.

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