Como podemos melhorar as nossas laterais de rodovias
Diário da Manhã
Publicado em 18 de agosto de 2016 às 01:48 | Atualizado há 9 anosEm primeiro lugar, gostaria de ressaltar que temos bons engenheiros na nossa administração pública e privada só que os bons não tem poder de mando e determinação. Podemos então melhorar em muito nossas rodovias, principalmente em segurança, sem onerar o custo de implantação e principalmente de manutenção, a exemplo do que ocorre em outros países.
Me chamou muito a atenção, como são construídas as rodovias na Austrália, que é um país 300 anos mais novo do que o Brasil. Em primeiro lugar, não tem meio-fio nas estradas. O Brasil é o único país do mundo que procura implantar isso, o que vem trazendo muitos problemas às margens de rodovias como acumulação de águas de chuva. Além disso, barrancos altos às margens das rodovias totalmente desnecessários dificultam o escape para paradas emergenciais e trânsito de máquinas agrícolas e rodoviárias.
As nossas topografias em geral semi planas de boa estrutura de solo são das melhores do mundo. Para levantar uma rodovia basta fazer inicialmente uma compactação e repor uma camada fina de 20 a 30 cm de argila do próprio solo tirado lateralmente com uma fina camada de cascalho, para assim termos uma boa compactação, evitando assim o grande perigo e contrastes do levantamento em média de 1 metro de altura de barrancos, com muitas dificuldades de compactações e dando assim constantes depressões ou buracos que se formam posteriormente. E aí depois começam as famosas operações tapa-buracos sem remover a base que é extremamente necessário. Sem os barrancos laterais altos fica bem mais fácil implantar faixas laterais de 5 a 10 metros para um devido escape de emergência, que também facilitaria o acesso como uma “pista lateral simples” para circulação de máquinas rodoviárias e principalmente máquinas agrícolas, além de bovinos e equinos, como é em geral em outros países. Assim, também iríamos evitar os atropelamentos de animais silvestres, além de ser muito mais fácil a manutenção de roçagem e limpeza das rodovias como também contribuir com a nossa Agrodefesa.
Tenho muitas fotos e prospectos ecológicos e ambientais (3° lugar em gestão ambiental em 2011) para melhorar as rodovias em diversos sentidos e com grande economia.
Muitas sinalizações não condizem com a realidade, acarretando assim um descrédito com elas. Com isto, procuram colocar quebra-molas ou sensores de redução de velocidade que, em meu ver, muitas vezes não condizem com os projetos das rodovias. A sinalização de redução drástica de velocidade em rodovias é totalmente não aceitável porque as rodovias são para ser respeitadas e de trânsito rápido, devendo-se fazer respeitar que entra ou atravessa por elas.
Devemos provocar os órgãos competentes para colocar em prática e instruir os confrontantes das faixas laterais de domínio de 25 a 35 metros do eixo da estrada para não fazer edificações mas sim, podendo ser utilizadas para lavoura ou pecuária, mantendo a preservação e contenções de águas de chuva.
Outra advertência é com os monopólios dos altos preços de pedágios, sendo os mais caros do mundo, 14 vezes mais caro que na Alemanha e 4,5 vezes mais caro que na França (considerado o mais caro da Europa). Para percorrer 120 km custa R$22,80, isto é de Foz do Iguaçu a Cascavel (PR) e sem trazer melhorias de escoamento de trânsito.
É importante também evitar fazer trevo ou entroncamento nas baixadas de rodovias.
E por fim, é inaceitável a constante troca dos km’s de distância nas rodovias, que a meu ver jamais pode-se trocar pois é uma referência de endereço dos moradores locais à beira de rodovias. Os kms foram inicialmente inventados para demarcar a distância de um ponto principal (por exemplo, uma capital) a um segundo ponto, como era a pouco tempo atrás. Hoje vemos o disparate de ter entre Goiânia e Brasília três anotações de quilometragens diferentes ou em duplicidade.
(Arno Bruno Weis, agricultor e engenheiro prático de experiência internacional)