Como trazer o Estádio Antônio Accioly de volta?

Visitei o que sobrou do Estádio Antônio Accioly, em Campinas, e fiquei desolado ao ver o patrimônio de nós, atleticanos, abandonado, subutilizado e deteriorado. De um lado, parte das arquibancadas destruídas, na frente, espaços que  servem como estacionamento para carros, algumas obras que caminham a passos lentos e o gramado, até em boas condições, mas que mal serve para a realização de alguns jogos da garotada da categoria de base.

Imediatamente, veio em minha mente lembranças do passado, quando cheguei a Goiânia, ainda adolescente, com o sonho de me tornar um jogador de futebol. E de cara, me apaixonei pelas cores do Dragão, pela região de Campinas e sua torcida apaixonada. Era muito gostoso assistir uma partida no estádio que mesmo acanhado e pequeno, que mal cabiam ali 5 mil pessoas e sem conforto nenhum, se tornava um caldeirão e podíamos assistir a tudo de tão perto.

Era lateral direito e joguei nas categorias de base do clube. Fomos campeões goianos e bravamente disputávamos competições nacionais com a camisa rubro-negra. Infelizmente, devido a contusões, abandonei precocemente a carreira e me tornei um torcedor atleticano apaixonado.

Talvez, por isso, me importe tanto com o futuro do Atlético e veja com tristeza o fato de cogitarem novamente, a venda da área. Como podem vender a nossa casa, temos alma campineira, não podemos sair dali. Já tentaram fazer isso antes e graças a Deus não deu certo. Para que transformar em shopping e acabar com a nossa história?

Desta vez, a alegação dos dirigentes do Atlético Clube Goianiense, além da já conhecida, que são as dificuldades em arcar com as dívidas do clube, é também a necessidade de adesão ao Profut (Programa de Modernização do Futebol Brasileiro) que permite o parcelamento de débitos. Sem isso, não haverá certidões negativas e o time não disputaria competições oficiais.

Que consigam arrumar outra forma para solucionar o problema e busquem ir além, para trazer de volta o Accioly. Sou a favor de que transformem a área, doada pelo então governador de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira, na década de 1940, numa moderna arena, minha opinião é de que ela não pode e não deve ser vendida.

Pensem como ficaria bonito, um estádio reestruturado, com capacidade para 15 mil torcedores, que tenha espaço para locações, utilizados como opções culturais, shows, exposições, museus e fizesse parte do resgate histórico do bairro.

Pode-se abrir ao comércio, sim, que é uma tradição em Campinas, como maior shopping a céu aberto do Brasil, mas que sua principal finalidade seja o futebol, que sirva ao Atlético Clube Goianiense, e aos seus torcedores. Que traga de volta o orgulho e a identificação do clube com o bairro e isso jamais seja esquecido!

(Weldes Medeiros Indio, funcionário público e torcedor do Atlético Clube Goianiense)