Opinião

Conquistas e desafios das mulheres

Redação DM

Publicado em 9 de março de 2016 às 23:07 | Atualizado há 9 anos

Em Março, este mês tão especial e de importante significado histórico, comemoramos várias conquistas femininas, e ao mesmo tempo, reconhecemos ainda grandes desafios, que exigem unir esforços, traçar metas e definir estratégias para seguir avançando sobre igualdade de gêneros, empoderamento feminino e justiça social.

Muito já foi feito, mas ainda há muito a fazer para que a mulher tenha mais acesso a melhores postos de trabalho com salários dignos, iguais aos pagos aos homens que ocupam função similar; maior representatividade em cargos eletivos; garantia efetiva de liberdade individual e proteção contra qualquer forma de violência.

As mulheres representam 52% do eleitorado, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e sua presença na política deve fazer jus à posição ocupada em termos demográficos e na produção econômica do País.

Em Goiás, o governador Marconi Perillo valoriza a contribuição da mulher, a qual muito tem somado à administração estadual. São várias as políticas públicas de incentivo à inserção social, promoção de cidadania, combate à violência contra a mulher e criação de redes de apoio, que trabalham em conjunto com os programas de qualificação e geração de emprego e renda, visando oferecer maior dignidade às mulheres.

A Organização das Voluntárias de Goiás em parceria com o governo estadual também atua com importantes ações de atendimento à mulher. Na Bolsa Universitária, por exemplo, dos 163 mil estudantes beneficiados desde o início do programa, em 1999, 68% são mulheres, cujo acesso a universidades particulares, onde adquirem formação superior, facilita a entrada no mercado de trabalho, o que lhes assegura autonomia financeira e melhor qualidade de vida. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), na última década, do total aproximado de 6 milhões de matrículas nas universidades brasileiras, 3,4 milhões foram do sexo feminino. Há cada vez mais mulheres em funções de liderança com curso superior no setor público e na iniciativa privada.

Outro dado que põe em evidência a participação feminina: quase 80% dos que procuram capacitação no Centro Goiano de Voluntários (CGV) são mulheres.

O Meninas de Luz, específico para jovens grávidas de famílias de baixa renda, atende adolescentes de 12 a 21 anos, muitas delas vítimas de violência sexual. Esse programa oferece apoio à família e acompanhamento do bebê por até um ano após o nascimento, com equipe multidisciplinar para abordar temas relacionados a saúde, educação sexual, planejamento familiar e direito do cidadão.

Também por meio da OVG, o Projeto Criança Cidadã já entregou mais de cem Centros de Educação Infantil em todo o Estado beneficiando mais de 10 mil mulheres e suas famílias, que passaram a contar com um lugar digno e seguro para deixar seus filhos.

Na outra extremidade social, temos o atendimento aos idosos. Das unidades da OVG voltadas a esse contingente cada vez maior da nossa população, o Complexo Gerontológico Sagrada Família registra que as mulheres são 55% dos moradores na unidade. No Centro de Convivência Vila Vida, elas são 53% dos moradores e, no Centro de Convivência Cândida de Morais, as mulheres representam 91,4% dos frequentadores.

Essas iniciativas do governo contribuem para que, apesar de toda pressão a que é submetida, com jornadas quase sempre excessivas de trabalho, acumulando tarefas fora e dentro de casa, a mulher continue se sobressaindo inclusive em redutos antes vistos como masculinos.

Diante de tudo isso, podemos afirmar que temos, sim, de celebrar as conquistas femininas e refletir sobre quem é este ser, que enfrenta adversidades, gera, nutre, acalenta, cuida e protege; que procura se desdobrar em casa, no trabalho e na sociedade. Essa mulher que é dotada de uma força impressionante, como tão bem retratou Cora Coralina, em sua sabedoria poética: “Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e ser otimista.”

Valéria Jaime Peixoto Perillo é bacharel em Direito, presidente de honra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e primeira-dama de Goiás

Tags

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

Impresso do dia

últimas
notícias