Corpus Christi: a festa da Eucaristia

No feriado de Corpus Christi católicos fiéis do mundo todo celebram o “Corpo de Cristo”. Mas, o que exatamente significa isso e por que esse feriado não é comemorado sempre no mesmo dia, em todos os anos? Corpus Christi – expressão latina que significa Corpo de Cristo. A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XIII. É celebrado 60 dias após a Páscoa, podendo cair, assim, entre as datas de 21 de maio e 24 de junho. A transformação do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo é o momento mais importante de toda a celebração eucarística. Os católicos do mundo todo agradecem então, o dom da Eucaristia, porque Deus é o alimento espiritual da alma.

Este momento de pausa em nossas atividades  podemos refletir sobre a espiritualidade e benesses de Deus Pai. Ele que nos oferece todas as oportunidades para o equilíbrio, para a harmonia e para a paz. Assim, nas celebrações de nossa querida cidade, a arte é desenhada nas ruas, em cujos tapetes que representam a arte da fé, uma vez prontos, ficam preservados até que na procissão o arcebispo caminhe levando Cristo Eucarístico e somente depois os fiéis pisam, seguindo os passos do Senhor. A confecção dos tapetes é um momento importante na “Festa da Unidade”, em que o povo se reúne para preparar o caminho. Cada um cede um pouco do seu tempo e trabalho. As pessoas se organizam, dividem as tarefas e, cuidadosamente, escolhem os desenhos. Para tanto, os tapetes coloridos são feitos com os mais variados materiais como papel, serragem colorida, isopor, tampinhas de garrafas, flores, folhas e vidro moído. Os desenhos lembram a figura de Jesus, o cálice e o pão. A tradição dessas celebrações no Brasil é feita com algumas procissões famosas, como a da cidade histórica de Ouro Preto, em Minas Gerais, que foi inclusive a primeira cidade brasileira a enfeitar as ruas nessa data. As cidades do interior do Brasil são as que mais se destacam, tendo em vista que essas procissões agregam religiosidade e arte.

O empenho conjunto na ornamentação dos tapetes é o testemunho concreto da unidade na vida em comunidade. É preciso, entretanto, ter a consciência de que a celebração do Corpo e do Sangue de Cristo não é restrita à missa solene, pois ela envolve toda a preparação, justamente por ter como ponto fundamental o testemunho do povo de Deus e isso se faz por meio da Eucaristia, que se realiza na vivência cristã. Esses ornamentos se traduzem  na expressão mais viva de louvor, para dizer que o “Corpus Christi” não é apenas um feriado para se programar viagens e descansos, mas que é um período de louvor e de interiorização, quando podemos refletir acerca do mistério da transformação do corpo e do sangue de Jesus Cristo. Toda essa festa, enriquecida com a simbologia peculiar, nos faz refletir a nossa fé. Por isso, a essência se manifesta na oração, na lembrança, em meio aos nossos afazeres, de que é preciso dar ressignificado a nossa vida, na contemplação do mistério, representado pela comunhão do pão, que é o próprio corpo de Jesus Cristo.

Que esse dia em que se celebra o grande mistério da transformação e de fé cristã, nos seja propício ao reconhecimento de que existe um Pai, cujo corpo foi sacrificado por amor a todos nós sem distinção. Que essa prova de amor infinito de Pai, que morreu e permanece vivo na Santa comunhão, nos inspire a viver a caridade neste mundo que extrapola os parâmetros da solidariedade e de paz.

Que as nossas famílias possam sentir na força da fé, todas as graças as quais se revelam a cada dia, para orientar, para unir e para agradecer pela vida.

(Célia Valadão, secretária municipal de Políticas para as Mulheres, cantora, bacharel em Direito, vice-presidente do PMDB Metropolitano)