Cuidado homarada, a coisa tá feia
Redação DM
Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 23:21 | Atualizado há 7 anos
Não sei se meus colegas de gênero já notaram que as nossas relações com as meninas, a cada dia que passa, vão de mal a pior. Também, com os sujeitos resolvendo tudo na porrada, a qualquer hora, era de se prever, que, até uma lesma teria seu dia de leão.
Cá para nós, que elas não ouçam, é necessário reconhecer, caladinhos, que são milênios de pura humilhação nas mais diversas maneiras de diferenciar, a que foram submetidas pelos machos. Viu, o termo, macho, entrou aqui na conversa a carregar um significado de discriminação, de poder, de força, de permissão para o uso do muque.
Pois é, a fera rugiu.
Peguemos pela falta de equivalência. No lar, à mulher atribuiu-se as atividades de operário. Nos vínculos de trabalho a remuneração do homem convencionou-se de ser maior em todas as circunstâncias. Bem, para não alongar demais o lero-lero, nas relações sexuais, ela é quem sempre fica de quatro. Estava na cara que a qualquer momento o pau ia quebrar.
Veja como um exagero puxa o outro.
Depois de levar cacetadas, ao longo da existência, a mulher pegou o homem no detalhe. Acreditando que nunca uma apalpadela ou uma encoxadinha no trabalho, na rua, no ônibus poderia causar encrenca, o homem foi flagrado com a boca na botija. Aí o macho ficou nu em praça pública. O acerto de contas veio caro. O que antes ficava entre quatro paredes foi transformado em sexo explícito. Os moleques dormiram de botas e as meninas passaram a usar as redes sociais, apoiadas na velocidade da internet, para mudar o tom da prosa.
As ofendidas arrancaram as burcas e puseram a cara (e o demais) para fora. O bate-boca veio para o meio da rua, o que é ótimo.
Agora, é assim, encostou tem bronca séria, ela toca o pistão. Eu disse pistão, literalmente (vai que entendam de por malícia). Daí em diante, entra na conversa o delegado, o juiz e as consequências, além do aditivo de que suas excelências podem ser mulheres (igualdade de gênero).
Na última querela entre as meninas de preto de Hollywood e as garotas de Paris, não meto o bedelho, contudo, que a dose foi exagerada, Ah, foi!
Bem que poderiam deixar de fora o fiu fiu, a piscadinha, o flerte, desde que com elegância, claro. Será que o tal “politicamente correto” vai condenar a gente mandar um botão de rosa pra ela?
(Iram Saraiva, ministro emérito do Tribunal de Contas da União)