Opinião

É hora de um tempo novo na OAB de Goiás

Redação

Publicado em 7 de outubro de 2015 às 22:33 | Atualizado há 10 anos

O ano de 1998 foi um marco para Goiás. Foi o ano da mudança. O ano da renovação. Da vitória do “tempo novo”, com eleição do governador Marconi Perillo (PSDB). Um ano que, por todos os seus aspectos positivos para o Estado e para a população, ainda não terminou, uma vez que continua produzindo bons frutos. Isso é ótimo, porque temos muito o que conquistar. E porque só conseguiremos avançar se mantivermos acesa a determinação de não nos acomodar e de jamais abrir espaço para as práticas que, em vez de nos levar adiante, nos puxam para trás.

A verdade é que fomos transformados no exato momento em que poderíamos ter tomado outro caminho. E basta dar uma olhada nos resultados dos últimos anos para podermos sentir o alívio de ter agido a tempo, tomando a decisão certa: a de mudar. Com a mudança, vieram conquistas, avanços, modernização, abertura de horizontes para o governo e para a sociedade. Foi a consolidação do que se costuma chamar de ganha-ganha, quer dizer, todos ganharam. Os únicos perdedores foram aqueles que se recusaram a evoluir junto.

O mesmo processo de 1998 se repete hoje na disputa travada na OAB-GO. Há um tempo velho lutando desesperadamente para não perder e um tempo novo buscando se estabelecer. Um tempo fechado para a renovação, para a clareza de ideias e procedimentos, para a transparência. Um tempo marcado pela panelinha de uns poucos que usam e abusam de um estado de coisas que não lhes pertence: os interesses dos advogados. Um tempo que já cansou, seja pela prática, seja pelas promessas reiteradamente repetidas, seja pelo discurso de quem é plural, quando todos vemos que os objetivos são singulares.

Nada contra os avanços conquistados em governos anteriores, ou em gestões anteriores da nossa querida OAB, que, por sinal, no início também trouxeram esse saudável sopro de renovação – até se perderem. Não. Não se trata aqui de personalizar defeitos. Trata-se, vale repetir, de mostrar que estamos cansados de mais do mesmo. Como em 1998 o povo goiano estava exausto. Naquela época, como agora, o que incomodava eram as práticas viciadas pelo tempo. Era a avidez com que um grupo político lutava para acima de tudo assegurar o poder. O povo entendeu então que a luta não era sua, que estava na hora da renovação.

Sim. Uma nova geração de líderes queria participar da definição dos rumos de Goiás. Eram jovens motivados e cheios de ideias que se mostrariam acertadas. Eram homens e mulheres de meia idade, e até mais experientes, ávidos por uma oportunidade de se dedicar ao futuro do Estado. Essa gente não tinha espaço com o grupo que estava no poder porque esse grupo estava fechado. Tão fechado, que não conseguia enxergar as próprias mazelas. Para esse grupo, aliás, perder significou ganhar uma nova chance: voltar a enxergar os verdadeiros interesses coletivos ou de classe.

Em 1998 não foi à toa que a população reprovou a panelinha, a familiocracia e o perigo que é a perpetuação de uns poucos no governo. O povo entendeu, simplesmente, que era hora de dar vez e voz a um tempo novo que pedida licença para se estabelecer e mudar, para melhor, o nosso Estado. De lá para cá, muitos que não tinham espaço para falar, mostrar serviço, discutir ideias e propor soluções, passaram a ter a necessária e democrática possibilidade de crescer e aparecer ao mundo por sua competência, suas habilidades e sua capacidade.

A atitude de um povo – e de uma classe, como a dos advogados e advogadas – é que marca o rumo de sua transformação: se é para melhor ou se é para pior. Nosso Estado só avançou quando decidiu dar um basta a um tempo que estava parado nas velhas práticas e abriu as portas para a renovação. A mudança determinou nosso destino. Foi um marco. Quem venceu foi o povo. Goiás mudou, e mudou para melhor. A OAB-GO precisa mudar, e mudar para melhor.

 

(Thales Jayme é advogado)

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