Educação Física
Redação DM
Publicado em 3 de setembro de 2018 às 22:54 | Atualizado há 7 anos
Dia 1º de setembro é comemorado o dia do Profissional de Educação Física. São os profissionais nas academias, clubes, espaços públicos e tantos outros lugares onde as pessoas praticam exercícios físicos ou atividades esportivas. São os professores nas escolas, creches e universidades, no esforço diário, ora ensinando, ora incentivando o “movimento” como prática de resistência aos males provocados pelo sedentarismo, por exemplo.
Enquanto vivemos uma tendência das relações (entre elas o ensino/aprendizagem) individualizadas e distantes fisicamente, encontramos na Educação Física uma possibilidade de alento, na tentativa de não perdermos nossa essência vivida – com alegria – em nossas infâncias.
Poderia perguntar, de quantas alegrias, de quantos joelhos ralados, de quantas unhas machucadas, se faz um adulto? Vivemos um processo de extinção das brincadeiras entre pessoas nas ruas, nos campinhos, nas quadras e até mesmo nas escolas. O tempo se passa entre uma telinha e outra. Estamos trocando a diversão em grupos, com os corpos em movimentos, pelas distrações com corpos sentados.
As novas tecnologias são boas. Nos proporcionam reencontros e encontros, nos aproximam de livros, revistas, jornais e artigos os quais antes não tínhamos acesso. A saudade provocada pela distância passou a ter outra dimensão. A sentença do juiz e o diagnóstico do médico, podem ser “conferidos” pela internet.
Por outro lado, algumas coisas extrapolaram os limites de uma vida razoável. A aproximação entre pessoas, talvez seja um dos maiores clamores, mesmo que silencioso, dos nossos novos tempos. Nos faz falta a conversa ao pé do fogão, o encontro na padaria, a visita na casa daquela tia que fazia o bolinho de chuva. A depressão aumenta velozmente e a solidão ocupa espaços de lugares vazios.
Precisamos de menos vazios, de menos senhas de wifi. Não se trata de um confronto, apenas de um ponto de equilíbrio, onde o razoável possa se estabelecer. Por isso enumero todos esses exemplos, para tentar dizer que a Educação Física ainda promove o “movimento” dos corpos e alimenta as mentes. Praticar exercícios físicos é bom, brincar é bom, jogar é bom. Viver é ótimo quando podemos exercer a liberdade de nos movimentarmos.
Finalizando, lembro aqui aos pais, que a Educação Física na escola é uma das poucas disciplinas que prepara seus alunos para “o amanhã”, enquanto cuida dos alunos no “hoje”. Lembro que tudo o que fazemos em nossa infância, terá reflexos na vida adulta e velhice. Nenhuma corrida, nenhum salto serão apenas movimentos passageiros. Não são passageiros porque armazenam, além da memória do gesto, as qualidades físicas necessárias para as ações corporais de todos os dias até o final de nossas vidas. E enquanto crianças e adolescentes brincam, estão vivendo como tais, o presente. Nossa felicidade não pode ser um projeto. Ela faz bem quando é sentida próxima de acontecer. As quadras das escolas nos dizem isso. Não podemos desistir.
(Altemir Dalpiaz tem licenciatura plena em Educação Física, mestrado e doutorado em Educação. É professor na Facsul e Unigran Net)