Educação rima com titularidade
Diário da Manhã
Publicado em 28 de agosto de 2018 às 22:57 | Atualizado há 7 anos
Educação rima, sim, com titularidade. Na Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esportes. A Seduce. O benefício, um estímulo ao aperfeiçoamento profissional, caiu. Uma medida contraproducente. O que corresponde a 30% dos salários dos professores. Da rede de ensino pública. Lamentável. Não podemos aceitar. De braços cruzados. Em pleno século 21.
O Estado deveria programar a realização de concursos públicos para a área. Mais: adotar políticas públicas, para o setor, com concepções que humanizam. Inclusivas. Tolerantes. Solidárias. Alegres. Instituições de ensino e salas de aulas com conteúdos que façam sentido para a vida. Das crianças, pré-adolescentes, adolescentes, adultos e idosos em formação.
Não há outro caminho. As estatísticas mostram. É estratégico para o desenvolvimento do Brasil e a evolução em Goiás o fortalecimento e o não fechamento das Escolas Rurais. Com a valorização do papel do homem no campo. A ideia é conter a evasão escolar. Assim como erradicar o analfabetismo no País. De dimensões continentais. Números: 13 milhões, hoje.
Análises econômicas, sociológicas e políticas traduzem a realidade. Quanto mais miséria social, o analfabetismo cresce. O Brasil possui, hoje, 14,5 milhões de pessoas em um quadro trágico de pobreza extrema. De vulnerabilidade social. Com consumo de menos de um dólar por dia. Os desempregados e desalentados totalizam 27,7 milhões. Mercado informal, 36 milhões.
A desigualdade econômica, social e cultural é abissal. Escatológica. Seis bilionários possuem uma fortuna equivalente a de cem milhões de brasileiros. O que explicaria a espiral da violên-cia. Dados oficiais de 2017: 63 mil homicídios, nas 27 unidades da federação. Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentam indicadores econômicos e sociais de atraso. Triste. Trágico. Cruel
É indispensável a mudança da escola. De seu formato. Da metodologia hegemônica. Educação não pode – nunca – ser competição. Trata-se de um processo coletivo de aprendizado. O que torna ideal respeitar os diversos ritmos dos alunos e alunas. A reprovação é um conceito ultrapassado. Do século 20. Reformar conteúdos. Sim. Se não for compreendido, retomá-lo.
Moderna, a ideia é formular políticas educacionais. Para que o professor execute projeto de ensino. Uma Operação Integrada. Multidisciplinar. Para isso, é fundamental a volta da titularidade, o pagamento da Data-Base, a Reposição das Perdas, a Aposentadoria Especial, a Manutenção do Quinquênio e contra o Bullying. O respeito total à integridade do professor.
(Jacqueline Cunha, graduada em Pedagogia, na PUC de Goiás; mestre em Ciências da Educação, em Portugal; doutora, em Educação, no Velho Mundo; consultora da ONU, a Organização das Nações Unidas, para o Timor Leste, na área de Educação Pública e Formação de Professor. Escritora, colaboradora do jornal Diário da Manhã, de Goiânia, Goiás)