Estratégia em custos hospitalares
Diário da Manhã
Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 00:06 | Atualizado há 7 anosA gestão estratégica de uma unidade de negócios evoluiu significativamente no decorrer das últimas décadas, passando de uma visão genérica, em que a estratégia era meramente fazer cumprir determinado orçamento, para uma abordagem abrangente, em que as premissas de sobrevivência e evolução de uma instituição se alicerçam no efetivo conhecimento quantiqualitativo de todo seu resultado econômico-financeiro.
Nesse sentido, os resultados demonstrados a partir de apurações e avaliações das composições de custos tornam-se imprescindíveis para o processo de continuidade estratégica do negócio. A gestão de custos torna-se, notadamente, de substancial importância no planejamento, direção e controle das atividades, libertando-se da premência do passado recente para uma atuação focada na previsão e provisão do futuro organizacional.
O Hugol – Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira adota, sistematicamente, políticas de aprimoramento no processo de apuração de custos, tendo implementado desde o início de suas atividades o sistema de custeio por absorção, em que é possível conhecer de forma mais assertiva seus custos reais, ao tempo em que está sempre em processo de modernização gerencial, vislumbrando cenários futuros – mas não distantes – em que será possível gerir por meio de resultados obtidos por metodologias ainda mais eficazes, como custo por procedimento e DRG – Diagnosis Related Groups.
Tais fatos elevam o hospital acima do convencional, face à utilização dos dados e das informações de custos não somente para fins fiscais, mas, principalmente, como instrumento efetivo de gestão e confiabilidade gerencial, criando sustentabilidade frente à condução do serviço público. À equipe de gestores e líderes é possível o total conhecimento dos custos dos itens produzidos e dos serviços prestados, bem como toda informação referente aos recursos disponíveis e utilizados na operação hospitalar, motivando a corresponsabilidade dos mesmos para uma condução efetiva na gestão dos recursos.
A alta administração é subsidiada por informações precisas nos processos de tomada de decisão, deliberação orçamentária, plano de investimentos e planejamento das atividades assistenciais. Por fim, e não menos importante, há uma condução responsável e profissional na aplicação dos recursos e na prestação de contas à sociedade, com vistas à maior transparência ao controle social. A prestação de um serviço de saúde com excelência exige, pois, como ação precípua, a gestão racional dos recursos econômico-financeiros para a sustentabilidade da operação, com qualidade e segurança para o paciente no objetivo substancial de salvar vidas.
(Paulo César Alves, supervisor de Orçamento e Custos do Hugol)