Eu, “do contra”?
Redação DM
Publicado em 4 de janeiro de 2016 às 21:45 | Atualizado há 10 anos
Agora – inicio estas linhas no segundo dia de 2016, sábado –, terminadas as festanças e comilanças, os salamaleques, os beijinhos e tapinhas nas costas, os fogos de artifício causando pânico e distúrbios mentais nos gatos e cães – tanto que muitos fogem apavorados para nunca mais serem recuperados pelos “donos”, ou melhor, seus “pais”, traumatizados e desconsolados – o desperdício, o aumento vertiginoso de acidentes automobilísticos, motociclísticos, afogamentos, overdoses, “perdas de cabaços”, brigas familiares, os repetitivos: “Feliz Natal” e “Próspero Ano Novo”, eu me sinto bem melhor, mas, bem mesmo. A imensa maioria dos muçulmanos não tomou nem conhecimento ou deu a menor importância à data, aliás, é só se lembrar do que aconteceu em Paris, logo no sexto dia do ano “passado” por extremistas que se dizem muçulmanos. E não foram somente os muçulmanos não, judeus e asiáticos deram pouca, ou nenhuma importância à data, enfim, podem me chamar de “estraga prazeres”, “do contra”, sou assim mesmo, desde moleque, desde quando via os amigos com os seus presentes novinhos se exibindo, não, não, não e não! Não vou encompridar e estragar este artigo com desabafos sobre a seita que proibia-nos de comemorar natal, ano-novo, páscoa, festas juninas, aniversários – nem comparecer às festas dos amigos – atividades como desfiles ou quaisquer competições esportivas, mas, foi e é fato, estive do outro lado da “fita”, como observador tristonho e, tristonho é para não utilizar revoltado, amargurado, amaldiçoado, abandonado, desgraçado, estigmatizado e muitos “ados”…
Outro dia um amigo disse que o tal do “Papai Noel” é um dos velhinhos mais safados, mais sacanas e corruptos que ele conheceu porque só presenteia as crianças filhas de gente de classe abastada e os pobres, só se os pais, coitadinhos, estiverem dispostos a pagar “caro” por fazerem seus filhos acreditarem nas mentiraiadas. Já mencionei aqui, e volto a repetir: a poderosíssima Coca-Cola, na metade do século passado promoveu, mundialmente – como faz até hoje – em campanhas caríssimas o velhinho que tem as cores do logotipo da empresa na indumentária: vermelho, preto e branco… Quantos bilhões de litros cúbicos do líquido foram consumidos neste final de ano só no Brasil? Rô, rô, rô! O misericordioso leitor assíduo deve ter visto, porque venho repetindo incessantemente, que não minto em hipótese alguma e isto, que seria a obrigação de todos os seres humanos, de falar “somente a verdade, nada além da verdade” estende-se também, lógico, aos meus escritos, aos meus artigos e, então, voltando para os fogos de artifício, os milhões e milhões de reais gastos, os bilhões e bilhões de bichinhos assustados, os nossos “irmãos” adoentados em casa ou hospitalizados, me vêm à mente algo que queria compartilhar com o misericordioso leitor: eu acho que algumas pessoas não cagam e não são como nós, com intestinos e ânus portanto, receptáculos de merda, muitas vezes obrigados a parar as atividades – quaisquer que sejam, tal é a expressividade das “convulsões” – e sentarmos para expeli-las, cagá-las, senão, coitadinhas das nossas calças, então né, sei lá, até parece que elas não precisam parar para irem ao “trono” ou privada, como ficou “conhecido” o tal do vaso sanitário, em meados da “metade do século passado” – aqui citado pela segunda vez – quando, com a sua disseminação passamos a sentar, ao invés de agachar, como mencionei, exaustivamente também, então, estes, como sempre, pensando que são deuses ou reis, ao apertarem o botão ou puxarem a cordinha da descarga, mesmo que vejam os seus dejetos, ou melhor, suas merdas centrifugando numa água potável que salvaria a vida de meia dúzia de crianças que morreram de sede no planeta no dia, não se deixam abater e prosseguiriam firmes, empertigadas, mais preocupadas com as suas aparências externas e os seus propósitos de prosseguirem persistindo em serem o que não são, possuírem o que não necessitam e desperdiçarem o que poderiam doar.
Tentando voltar, ontem, justamente no primeiro dia do ano, um sujeitinho, que eu nunca vi “nem mais gordo e nem mais magro”, ou vice-e-versa, como diziam os nossos pais e avós corriqueiramente, entrou numa conversa, que eu estava entabulando com o meu queridíssimo amigo Thiago num estabelecimento comercial para dizer num tom nada baixo: “Mas aí você está estragando a infância da sua filha.” Claro que ele havia ouvido o que eu dissera para o amigo, ou seja: que nunca menti para a Sophia Penellopy, a minha caçulinha de sete anos, com respeito ao tal do “Papai Noel” sempre explicando que ele existe na imaginação, nos contos e estórias, enfim, voltando para a conversa com o talzinho, perguntei-lhe qual seria o prejuízo maior para a criança, no caso para a minha filha Sophia: ser enganada durante a formação da personalidade que, agora sabemos, vai até os sete anos, ou a decepção de ter convivido com um mentiroso contumaz, que seria eu, o pai, aliás, o “papai”, que é como ela se dirige à minha honradíssima e insignificante pessoa “adulta”, enfim, o choque que causamos na mentalidade das crianças, tornando-as adultas ou, como sempre cunho: “adulteradas” bem antes do tempo, isto sim é mais um absurdo “social” que não consigo entender nem compreender.
Andei perguntando para alguns amigos se eles sabiam que alguns povos praticam “magia negra” utilizando-se de fogos de artifício. Ninguém sabia e prometi tocar no assunto. As potestades, segundo estas seitas, deleitam-se com o cheiro da pólvora e o barulhão – eu ampliaria, puxando sardinha para os meus argumentos aqui, que essas tais criaturas, potestades ou divindades, deleitam-se, também, com o sofrimento dos bichinhos e seres humanos – assim como se deleitam com os odores dos acarajés, charutos e cachaças deixados nos “trabalhos” em encruzilhadas e, para finalizar, gostaria de perguntar se o misericordioso leitor sabe por que no natal montamos uma árvore e colocamos bolas como enfeites ou a razão de “dez-embro” ser o mês doze, “nove-mbro”, onze e “sete-embro” nove? “Áries” não é o primeiro do “Zodíaco”? Por que “inicia” em março, o terceiro mês? Foram acrescidos dois meses na medição cristã do tempo? Há fartíssimo material sobre o assunto na internet, entretanto, oportunamente, voltarei ao assunto e, para fazer mais jus ao título, desejo a todos “Feliz 2016”! “Só rindo para não chorar” né? Até!
(Henrique Gonçalves Dias, jornalista)