Opinião

Eu, você, dois filhos e um cachorro

Redação DM

Publicado em 1 de abril de 2016 às 01:56 | Atualizado há 9 anos

Atualmente muito se discute sobre quais valores devemos deixar para nossos filhos. Para aqueles que já constituíram sua família, se deparam com os conflitos de gerações.

O que é certo? O que é errado? Como vou educar meus filhos?

Essas indagações acometem a sociedade como um todo, seja por pessoas que optaram por ter seus filhos já na fase adulta de sua vida ou seja pelos jovens precocemente assumindo seus papéis na árdua missão da paternidade.

A mídia diariamente nos conduz a sermos tendenciosos na forma de educar nossos filhos, nos obrigando a dar conta de uma orientação sociocultural, muitas vezes distorcida da realidade necessária para a preparação de uma pessoa ante a uma comunidade tantas vezes hipócrita.

Como dizer a um adolescente que orquestra sinfônica é cultura e arte, se a todo o instante temos um derramamento do que eu chamo de diarréia musical também denominado funk?

Como se não bastasse, temos que enfrentar essa crise político-financeira que destrói todo e qualquer projeto familiar. Como poderá um pai/mãe de família ser capaz de atender a todas as necessidades de seus filhos com tamanha crise.

Crise essa, aliás, provocada pela falta de ética de nossos governantes e legisladores, capazes das maiores atrocidades em nome do poder.

Poder dado por nós eleitores, que acreditamos em suas falsas promessas de zelar pelos nossos direitos, garantidos em um papel cheio de palavras bonitas e de nome mais bonito ainda, a “Carta Magna”, nossa Constituição.

Para quem está acostumado a dizer que não gosta de política e não está nem aí, quero ver como vai explicar para seus filhos porque está desempregado, explicar porque não consegue atendimento médico nos hospitais públicos, porque a educação em nosso país é de péssima qualidade.

Não há alternativa, uma situação está ligada a outra, se seus governantes são imorais e antiéticos é porque você também o é.

Por conseqüência disso, estamos formando uma geração que não reconhece valores importantes como: o respeito aos mais velhos, respeito à pátria e aos seus pais, ser educado, tolerante e paciente.

Estamos formando cidadãos sem o menor interesse no coletivo, na comunidade, pessoas inteiramente individualistas e egoístas.

Podemos observar claramente nas publicações em redes sociais, jovens se agredindo violentamente na portas das escolas, formando grupos de suicídios e por aí afora.

Considero a boa parte desses acontecimentos, a falta de comprometimento dos pais, que transferem a responsabilidade da educação e formação dos seus filhos às instituições de ensino. Acreditam que seja suficiente levar seus filhos para a escola e basta, já estarão prontos para enfrentar o mundo e seus desafios.

A sociedade precisa despertar para essa realidade e buscar o resgate de antigos valores morais e éticos, tão necessitados por nós no momento, precisamos, além de cobrar uma postura ética adequada das autoridades, praticarmos nós mesmo, afinal não se pode cobrar aquilo que não foi dado.

Esta é uma nação de um povo forte, guerreiro e determinado, está faltando empenho por parte de pessoas formadoras de opinião. A ação será individual e isolada, mas com certeza os resultados serão de abrangência coletiva.

“Este é o nosso maior desafio: transformar a história da destruição em construção, a do confronto em convivência, a da divisão em solidariedade” – Daisaku Ikeda

 

(Débora Pinheiro de Brito, aluna do curso de Ciências Contábeis da Fabec Brasil)

 

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