Opinião

Gestão e transparência

Diário da Manhã

Publicado em 1 de junho de 2017 às 01:00 | Atualizado há 8 anos

Medido pela Fundação Getulio Vargas, o Índice de Confiança da Indústria (ICI-FGV) aumentou fortemente nos últimos meses. Em abril, avançou mais 0,5 ponto e alcançou 92,2 pontos, o maior nível desde maio de 2014, quando a crise econômica teve início no Brasil. Desde janeiro também houve retomada na produção de bens de consumo duráveis, em decorrência da forte alta na produção de veículos. São sinais que a crise está deixando o país, mas não sem sequelas.

Só em 2015 pelo menos 1,8 milhão de empresas fecharam as portas. Boa parte desses empreendimentos faliu pelas condições de mercado. No entanto, outra parte sucumbiu pela falta de gestão e governança adequada.

Mas quem deixou para trás o pior cenário da economia brasileira nos últimos 100 anos aprendeu algumas lições. É preciso profissionalizar a gestão. As empresas que passaram pela crise são as que têm modelo de gestão e governança corporativa estruturadas. Geralmente, as empresas que fecharam ou estão a caminho de encerrar as atividades são as que não se prepararam lá atrás. Muitas até tinha informações sobre a crise, mas não tomaram as decisões na hora correta ou se endividaram demais.

A governança corporativa é um dos pilares para a perenidade do negócio, ao lado de bons produtos e serviços. Esse modelo de gestão cria transparência com o mercado. Transparência de números e de gestão, que são essenciais. Quem tem governança, tem crédito mais barato na praça, seja nos bancos ou junto aos fornecedores e também tem mais facilidade em adquirir um investidor no futuro. Quando você tem taxas menores, pode vender com preços melhores. A rentabilidade cresce. Os negócios prosperam.

E, no futuro, caso você tenha interesse em fazer algum tipo de parceria com outras empresas, fusões ou até mesmo vender seu negócio para um fundo de investimento, por exemplo, a governança corporativa será imprescindível para o sucesso dessas transações.

Portanto, não adianta manter-se no modelo anterior de negócio, se o modelo econômico do Brasil hoje é diferente. Outras crises virão. Isso é cíclico, não apenas em terras tupiniquins, mas bem como em qualquer parte do planeta. A China soube se reinventar na hora certa. Tornou-se um dos principais motores do mundo. Os Estados Unidos passaram por uma grande crise no início desta década e hoje estão praticamente recuperados. É hora de reinventar produtos, modelos de negócios e profissionais. Somente desta forma será possível garantir a sustentabilidade das empresas. E sustentabilidade é sinônimo de perenidade, de negócios longevos, de rentabilidade.

 

(Marcelo Camorim, presidente do Conselho de Administração da Hospfar Indústria e Comércio de Produtos Hospitalares)

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