Opinião

Globalização da capoeira

Diário da Manhã

Publicado em 25 de agosto de 2016 às 02:17 | Atualizado há 9 anos

Dos fatos folclóricos brasileiros, o mais dinâmico e que alcançou projeção mundial é sem duvida a capoeira. Talvez porque congregue elementos técnicos (a luta e o jogo), elementos lúdicos (dança, música e ritmos) e o elemento psicológico (a ginga, como tática de enganação entre os contendores), de tal forma que absorve a atenção e o envolvimento do espectador que se vê atraído a participar da roda assim como a roda invade o espaço de sua imaginação mágica.

Ao longo de sua evolução a capoeira foi-se transformando de tradição popular ligada à cultura afrobrasileira a um tipo de luta marcial e, assim, passou gradativamente das ruas às academias e das academias às escolas como forma de educação física. A capoeira surgiu como forma de defesa pessoal criada por escravos e congrega contextualmente uma visão histórica, antropológica e psicossocial do Brasil colônia, do Brasil império e do Brasil república.

Até o presente momento, definiram-se três modalidades de capoeira: a angola, preservada por Mestre Pastinha e ligada às raízes africanas, a regional, codificada por Mestre Bimba e que incorpora elementos de lutas marciais, e a contemporânea, que reúne elementos das duas modalidades e inova nos aspectos de acrobacia circense e expressão corporal. Pode-se dizer que a capoeira contemporânea é mais uma evolução da capoeira regional, que se tornou cosmopolita, enquanto a capoeira angola se mantém centrada em suas raízes primitivas.

 

(Emílio Vieira, professor universitário, advogado e escritor, membro da Academia Goiana de Letras, da União Brasileira de Escritores de Goiás e da Associação Goiana de Imprensa. E-mail: [email protected])

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