Opinião

Hillary e Trump não são as únicas opções

Diário da Manhã

Publicado em 3 de agosto de 2016 às 02:45 | Atualizado há 9 anos

Passadas as convenções democrata e republicana, Hillary Clinton e Donald Trump tornaram-se oficialmente candidatos de seus respectivos partidos. A democrata Hillary representa o sistema, a subordinação a Wall Street e também o ímpeto pela guerra, enquanto o republicano Trump é um populista xenófobo com um discurso perigoso e imprevisível.

Ambos são tidos como péssimas escolhas, mas não são as únicas. Hoje no Partido Libertário, o ex-republicano Gary Johnson já foi governador do Novo México e vem ganhando força. Defensor de um Estado mínimo e do livre acesso às armas, Johnson deve conquistar muitos votos de republicanos insatisfeitos com Trump, apesar de declarar-se a favor do aborto, da legalização da maconha e do casamento entre duas pessoas do mesmo sexo. No que tange à política externa, o libertário é crítico de intervenções no exterior.

Por outro lado, a candidata do Partido Verde, Jill Stein, tem uma plataforma de governo semelhante à de Bernie Sanders, derrotado por Hillary nas primárias do Partido Democrata depois de muita polêmica. E-mails vazados pelo WikiLeaks provaram sabotagem de oficiais do Comitê Nacional Democrata (DNC) à campanha de Sanders, forçando a renúncia da chefe do DNC, Debbie Wasserman Schultz. Portanto, é provável que Jill roube votos de Hillary, deixando, assim, a corrida pela Casa Branca ainda mais agitada.

É quase um consenso entre os principais analistas da política estadunidense que Jill Stein e Gary Johnson são candidatos melhores que Hillary Clinton e Donald Trump. Entretanto, eles não possuem chance alguma de vitória devido ao sistema eleitoral dos EUA, que privilegia a dicotomia democrata-republicana.

O que define a eleição por lá são os votos dos colégios eleitorais, distribuídos proporcionalmente entre os Estados. Há os que votam sempre com o Partido Democrata, como a Califórnia, e os que votam sempre com o Partido Republicano, como o Texas. E há os indefinidos, chamados de Swing States, que não são fieis a nenhum dos partidos. Flórida, Pensilvânia e Ohio são os principais e é lá que as campanhas devem se concentrar a partir de agora. No pleito de 2012, Barack Obama venceu nesses três Estados.

A eleição geral será realizada no dia 8 de novembro. Até lá, acontecem três debates entre Hillary e Trump e um entre seus vices, Tim Kaine e Mike Pence, respectivamente. Hillary é a favorita e tem tudo para ganhar, mas muita coisa ainda pode e vai acontecer. A única certeza que se tem é que os próximos quatro anos prometem muita bomba mundo afora.

 

(Marcelo Mariano, acadêmico de Relações Internacionais da PUC Goiás – marianomarcelo.net)


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