Opinião

Histórias paralelas

Diário da Manhã

Publicado em 8 de julho de 2017 às 01:05 | Atualizado há 4 meses

Ho­je es­tá tu­do cla­ro: FHC, ven­do apro­xi­mar-se o tér­mi­no de seu man­da­to em 2002, dei­xou a eco­no­mia es­cor­re­gar pro­po­si­tal­men­te a fim de abrir ca­mi­nho pa­ra a vi­tó­ria de Lu­la, seu pre­fe­ri­do pa­ra go­ver­nar a par­tir de 2003. Se ti­ves­se ad­mi­nis­tra­do a cri­se que en­tão se des­cor­ti­na­va – pa­ra is­so con­ta­va ain­da com o ex­ce­len­te gru­po de aca­dê­mi­cos de eco­no­mia que o aju­dou a mon­tar o pla­no re­al –  e ti­ves­se apoi­a­do com vi­gor, co­mo se­ria de se es­pe­rar, o can­di­da­to de seu par­ti­do, Jo­sé Ser­ra, que sur­pre­en­den­te­men­te ha­via lo­gra­do pas­sar pa­ra o se­gun­do tur­no, é pos­sí­vel que ho­je es­ti­vés­se­mos a pre­sen­ci­ar um ce­ná­rio his­tó­ri­co com­ple­ta­men­te di­fe­ren­te do que se des­do­brou a par­tir do pri­mei­ro man­da­to pe­tis­ta. Tal­vez o Pa­ís não ti­ves­se si­do pal­co do cons­tran­ge­dor men­sa­lão e seus tris­tes des­do­bra­men­tos, com con­se­quên­cias até os di­as de ho­je. His­tó­ri­as pa­ra­le­las.

(Pau­lo Ro­ber­to Go­taç, via e-mail)

 


Rio de Janeiro em guerra!

Beatriz Campos

A ca­da no­tí­cia es­ca­bro­sa vin­da do Rio de Ja­nei­ro, im­pos­sí­vel não de­bi­tar na con­ta do ex-go­ver­na­dor Ser­gio Ca­bral. Os des­man­dos fo­ram tan­tos, em to­dos os se­gui­men­tos do go­ver­no, es­tam­pa­dos ago­ra pe­las de­la­ções pre­mi­a­das, que lá es­ta­va a mão gu­lo­sa do ex-go­ver­na­dor. Es­ses mi­lha­res de jo­vens mor­tos na guer­ra con­tra o trá­fi­co, eram cri­an­ças  quan­do Ca­bral as­su­miu o go­ver­no do Rio e com a cor­rup­ção en­dê­mi­ca, não ti­ve­ram ou­tro fu­tu­ro se­não o cri­me, por­que foi-lhes ti­ra­do tu­do. Edu­ca­ção, sa­ú­de, se­gu­ran­ça e fu­tu­ro me­lhor. Por is­so não dá pa­ra nós bra­si­lei­ros en­ten­der­mos por que es­se ban­di­do do Ca­bral ain­da tem re­ga­li­as na pri­são, co­mo foi di­vul­ga­do. A não ser que além de go­ver­na­dor ele era o che­fão do trá­fi­co. Só che­fões na pri­são são tra­ta­dos co­mo reis . Ne­nhu­ma pos­si­bi­li­da­de po­de ser des­car­ta­da. Se não é rei do trá­fi­co, re­ce­beu pro­pi­na de­les tam­bém.

(Be­a­triz Cam­pos, via e-mail)

 


Fim do Imposto Sindical

Edgard  Gobbi

O pre­si­den­te do Se­na­do, Eu­ní­cio Oli­vei­ra( PMDB-CE) es­tá pe­din­do ur­gên­cia pa­ra a vo­ta­ção da Re­for­ma Tra­ba­lhis­ta no ple­ná­rio da Ca­sa. O que cau­sa apre­en­são mes­mo, é a pos­si­bi­li­da­de do go­ver­no Te­mer re­cu­ar so­bre o fim da obri­ga­to­ri­e­da­de da con­tri­bui­ção sin­di­cal que só exis­te no Bra­sil.  Sem o im­pos­to  sin­di­cal, os sin­di­ca­tos pas­sa­ri­am a de­pen­der ex­clu­si­va­men­te das co­tas pa­gas pe­los as­so­cia­dos, o que cau­sa ca­la­fri­os nos  sin­di­ca­lis­tas. Sin­di­ca­lis­mo é si­nô­ni­mo de PT e vi­ce- ver­sa, e o Bra­sil é o pa­ís com mais sin­di­ca­tos no mun­do,  são 15.007 (Rei­no Uni­do 168, Di­na­mar­ca 164, Ar­gen­ti­na 91).

Con­for­me os es­pe­cia­lis­tas na área tra­ba­lhis­ta,  a Con­so­li­da­ção das Leis do Tra­ba­lho (CLT) com 73 anos já cum­priu o seu pa­pel his­tó­ri­co de dar aos tra­ba­lha­do­res um mí­ni­mo de pro­te­ção le­gal con­tra os abu­sos dos em­pre­ga­do­res, mas ho­je ela se pres­ta a re­ser­var aos di­ri­gen­tes sin­di­cais tu­te­la­dos pe­lo PT, uma po­si­ção pri­vi­le­gi­a­da pa­ra sa­bo­tar es­for­ços de mo­der­ni­za­ção do tra­ba­lho.

Os sin­di­ca­tos pres­tam con­ta  pa­ra al­guém?  To­ma­rá que se aca­be de vez com es­sa ver­go­nha do  im­pos­to sin­di­cal que só exis­te no Bra­sil e, que con­tra­ria o prin­cí­pio da li­ber­da­de sin­di­cal es­ta­be­le­ci­da pe­la Or­ga­ni­za­ção In­ter­na­ci­o­nal do Tra­ba­lho.

(Ed­gard Gob­bi, via e-mail)

 


Geddel atrás das grades

Paulo Panossian

Aos pou­cos po­de­ro­sos da clas­se po­li­ti­ca des­ta as­sal­ta­da Re­pu­bli­ca es­tão sen­do pre­sos! Ago­ra, foi a vez do ex-mi­nis­tro de Te­mer, o ba­i­a­no Ged­del Vi­ei­ra Li­ma (PMDB), a ser co­lo­ca­do atrás das gra­des pre­ven­ti­va­men­te pe­la Po­lí­cia Fe­de­ral, por con­se­quên­cia das in­ves­ti­ga­ções da Ope­ra­ção Sep­sis Cui Bo­no. Já que, Ged­del, quan­do no go­ver­no de Dil­ma Rous­seff, ocu­pa­va uma vi­ce-pre­si­dên­cia da Cai­xa Eco­nô­mi­ca, li­be­rou cré­di­tos em tro­ca de pro­pi­na, con­for­me de­la­ção de Jo­es­ley Ba­tis­ta, e de­poi­men­to do do­lei­ro li­ga­do ao PMDB, que es­tá pre­so, o Lú­cio Fu­na­ro. Es­te ex-mi­nis­tro de Te­mer, que se acha­va aci­ma da lei, é o mes­mo que te­ve de dei­xar o seu car­go em no­vem­bro de 2016, por­que in­sis­tia em ter aval do mi­nis­té­rio da Cul­tu­ra, pa­ra con­clu­ir a cons­tru­ção de um pré­dio re­si­den­ci­al, no qual ti­nha uma uni­da­de, em área no­bre, po­rém tom­ba­da pe­lo Pa­tri­mô­nio His­tó­ri­co (Ip­han) em Sal­va­dor (BA). E co­mo con­se­quên­cia des­ta Ope­ra­ção Cui Bo­no, tam­bém es­tão pre­sos o Eduar­do Cu­nha, Hen­ri­que Eduar­do Al­ves, o Lu­cio Fu­na­ro, e An­dré Lu­iz de Sou­za. Só fal­tan­do fa­zer com­pa­nhia tam­bém a Ged­del, o Jo­es­ley Ba­tis­ta, do­no da JBS! Es­te be­ne­fi­ciá­rio de bi­lhões de re­ais em em­prés­ti­mos de pai pa­ra fi­lho, na Cai­xa! E que es­tra­nha­men­te o Ro­dri­go Ja­not, com anuên­cia do re­la­tor da La­va Ja­to, mi­nis­tro do STF, Ed­son Fa­chin, não so­men­te ho­mo­lo­gou sua de­la­ção, co­mo não foi au­to­ri­za­da tam­bém sua pri­são…

(Pau­lo Pa­nos­si­an, vi­as e-mail)

 


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