Opinião

Indústria do medo

Redação DM

Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 00:24 | Atualizado há 10 anos

Vivemos uma época em que novos padrões vão surgindo, alem das classes descritas no passado hoje vemos a criação de novas subclasses. No passado o remédio do medo era uma oração, o que condenava era a falta de fé.

Somos bombardeados por todo tipo de informação, que nos fazem mudar de ideia por varias vezes ate mesmo em um só dia, pense em um cidadão que sai de sua casa para comprar um celular, uma mulher que sai para comprar uma roupa.

Ambos podem estar com uma ideia fixa, mas ao chegarem a um centro de compras terão seus pensamentos afetados. E muito raramente sairão com o objeto que foram comprar.

O medo em suas varias faces, e que nos acompanha em toda existência, temos medo de quase tudo, medo da morte, do futuro, da guerra do fim do mundo, de casar de não casar.

No mundo moderno transferimos nosso medo para a violência, que e um inimigo invisível, que pode vir de qualquer parte, e a cada dia estamos sujeitos a essa inovação de pensamento.

Temos medo da violência emocional, evitamos criar laços afetivos, temos medo de deixar nossos filhos irem a festas. Quando aparece um casal feliz que vive sorrindo causa inveja, as pessoas criticam.

O medo de amar está presente em quase todos os seres, e só descobrimos isso quando amamos e sentimos a ameaça da perda.

Afinal somos o frutos de um sistema, se a arvore estiver doente não colheremos frutos sadios.

Também vivemos a violência legal e institucionalizada. O poder dominante também oprime, e uma espécie de violência velada, pois passamos uma vida inteira pagando impostos, embutidos em tudo.

Hoje em dia vivemos ocupados e não preocupados, pois mal o dia começa a clarear e antes da luz entrar o ser tem que sair em busca de dinheiro para pagar suas contas, ora será que isso não e um tipo de violência costumeira que nem nos damos conta de que vivemos uma vida mecanizada.

O que podemos esperar dos nossos líderes. No começo surge um grande escândalo, mas no decorrer de um curto espaço de tempo o impacto e amortizado por outro escândalo.

Assim o sistema se move. E um dos fatores que mais geram impactos e o fator violência.

Violência não tem classe social, não tem idade. E nem e especifica de um povo ou uma cultura.

E quando nos referimos à engrenagem que mais traz problemas nessa mecanização da vida, devemos nos ater a reflexões básicas.

Como;

Preocupamos mais com os danos ou com a prevenção.

A polícia e um órgão a serviço da coletividade ou do sistema.

O crime e para ser prevenido ou combatido.

Não vou ficar criando tópicos de pensamento se pretendo discutir um ponto especifico, mas sempre temos que ter uma visão global quando pretendemos pontuar determinado assunto.

De tudo isso surge à pergunta. Quem ganha com o crime. Será que quem realmente lucra são os criminosos. Sim o criminoso leva apenas uma fatia do bolo, o restante segue para as empresas privadas.

E também para midiáticos sanguinários que dramatizam historias para aumentar a audiência de seus programas. Quantos inocentes já não foram condenados antes do julgamento, e depois com o surgimento da verdade já não se tinha como reparar mais.

E quanto às empresas privadas, ai se criam verdadeiros exércitos particulares, onde a valoração cresce a cada dia. Sempre estão lançando uma câmera de vigilância mais eficaz, ou outro mecanismo de uso coletivo para segurança pessoal.

Não tem como se criar qualquer tipo de empresa sem se pensar na segurança, todo novo empreendimento tem que levar todos os fatores em conta.

Esse novo segmento de mercado tem como lastro o medo e a violência.

Também se reflete no ramo imobiliário. Vão surgindo cada vez mais condomínios, horizontais ou verticais.

O condomínio funciona como um castelo medieval. Um muro em volta, um foço. E uma guarda privada.

E uma sociedade isolada, tem vida própria, escolas academias de ginástica, centro de compras.

Tudo advêm da cultura do medo, ela vai muito alem.

Temos a religião, que também faz parte de controle mental. Que fomenta a indústria do medo.

Pessoas perdidas no vazio existencial procuram a Fe para se abstrair do mundo real. Onde são atemorizadas e conduzidas econômicas e politicamente, e acabam se tornando massa de manobra.

Enriquecendo lideres e criando conglomerados, e tendem a se perpetuar no senso comum e coletivo.

Temos o medo e a insegurança econômica, o medo expõe o individuo que nem sequer se questiona, ou questiona a informação recebida.

E assim o medo toma conta do ser em seu intimo.

Medo da fome do desemprego do amanhã, tudo isso gera uma insegurança emocional que leva a vitima a se dobrar diante de si mesmo, ao invés de se adaptar e transformar o espaço em que vive.

Mesmo que não possamos interferir de forma sistêmica, podemos criar uma cultura própria feita de escolhas. E a partir dai criar uma nova cultura, feita no cotidiano, vai depender de forma em que passaremos a olhar e a absorver novas informações.

Vamos dar um passo de cada vez. Vamos criar novas portas a partir de novas perspectivas. Devemos acabar com a intolerância, a culpa de tudo isso parte de nos mesmos, não e só o fator econômico o emocional e que deve ser transformado, assim caminharemos em direção de novos dias para transformar um futuro que não esteja tão distante.

 

(Paulo César de Castro Gomes, graduado em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira Goiânia, pós-graduado em docência universitária pela Universidade Salgado de Oliveira Goiânia, pós-graduando em Criminologia e Segurança Pública UFG)

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