Jesus e as questões do divórcio e do celibato
Diário da Manhã
Publicado em 2 de julho de 2017 às 00:22 | Atualizado há 8 anos
Aproximaram-se de Jesus alguns fariseus para tentá-lo. E perguntaram: “É lícito a um homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?”
Ele lhes respondeu: “Que vos ordenou Moisés?”
Eles disseram: “Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiar”.
Respondeu-lhes Jesus: “Não lestes que no princípio o Criador os fez homem e mulher? E que disse: ‘Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e serão os dois uma só carne? ’ Assim, já não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe”.
Replicaram eles: “Então por que Moisés ordenou dar carta de divórcio e repudiar?”
Ele disse: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas no início não foi assim. E eu vos digo que todo aquele que repudiar sua mulher, a não ser em caso de adultério, e casar-se com outra, comete adultério. E o que se casar com a mulher repudiada, também comete adultério”.
Em casa, os discípulos o interrogaram de novo sobre esse assunto. E ele lhes disse: “Todo aquele que repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira, e se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério”.
Disseram-lhe os discípulos: “Se essa é a condição do homem em relação à mulher, não convém casar”.
Mas Jesus respondeu: “Nem todos compreendem essa palavra, mas somente aqueles a quem é dado. Porque há eunucos que nasceram assim, desde o ventre materno. Há eunucos que foram feitos eunucos pelos homens. E há eunucos que se fizeram eunucos a si mesmos por causa do Reino dos Céus. Quem pode compreender, compreenda”.
(Evangelhos de: Mateus, cap. 19, vv. 3 a 12 – Marcos, cap. 10, vv. 2 a 12 – Lucas, cap. 16, v. 18).
Mais uma vez, os fariseus questionam o Mestre acerca de tema doutrinário complexo para tenta-lo a combater a ordem mosaica. Jesus é indagado a respeito da separação conjugal e de seu processo por meio do repúdio mediante carta de divórcio permitida por Moisés.
O Mestre é contrário á separação conjugal por razões irrelevantes. A única exceção por ele considerada é nos caso de adultério quando se materializa acentuada desarmonia esponsalícia. Ainda assim, o sublime Amigo sentencia: “O que Deus uniu, o homem não separe”. O que demonstra que ninguém se une a alguém por mero acaso. Há razões espirituais que induzem ou facultam às uniões matrimoniais, as quais devem ser respeitadas por cônjuges e terceiros. Portanto, até mesmo nos casos de adultério é possível o recomeço e a reciclagem do relacionamento conjugal desde que o casal esteja disposto à reconciliação por meio do arrependimento, do perdão e do amor.
Jesus cita o livro Gênesis: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (1:27) e “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (2:24). Desse modo, o Mestre embasa por meio das Escrituras o fundamento da Lei Moral de Sociedade e da Lei Moral de Reprodução que determinam a união e o inter-relacionamento de todas as criaturas de Deus em Sua Unidade Imanente.
Mais adiante, Jesus demonstra que Moisés adaptou os seus ensinos de acordo com a realidade cultural de seu tempo. O Grande Legislador permitiu o repúdio ainda que em situações que não justificavam a separação conjugal. Contudo, no entendimento de Moisés, seria melhor repudiar a mulher do que fazê-la sofrer nas mãos de um marido arbitrário e cruel. O que fez Jesus dizer:
“Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas no início não foi assim”.
O que é confirmado porquanto o primeiro caso de repúdio relatado nas Escrituras foi quando Abraão repudiou Agar por exigência de Sara, mesmo a contragosto por causa de seu filho Ismael. No entanto, Abraão foi consolado com a revelação de que Deus tornaria Ismael grande líder de uma nação por ser seu filho (Gênesis, 21:1-18).
Jesus, no entanto, demonstrou a gravidade do adultério uma vez que é o resultado de inúmeros fatores relacionados ao desgaste da vida conjugal ou de estacionamentos evolutivos ocorridos com os cônjuges.
O atraso ou do desajuste mworal é a principal causa do adultério. Na pergunta 258 da nossa obra Sexo, Problemas e Soluções (AB Editora), em parceria com Marislei Brasileiro, também comentamos a esse respeito:
“258. O adultério é razão justificável para o divórcio?
O adultério é um efeito, cuja causa não está somente relacionada à convivência matrimonial, mas principalmente a fatores de ordem moral. Por isso, nem sempre o divórcio é a melhor solução para esse problema. O esforço em combater as más inclinações, oriundas de paixões instintivas mal dirigidas, consiste no principal meio de evitar a ingovernabilidade dos sentidos e o descontrole das paixões. O adultério nem sempre é motivado pela ausência de sentimento para com o cônjuge, mas por uma invi-gilância moral decorrente de uma imaturidade ou falta de bom senso. É necessário que o cônjuge traído em sua confiança não deixe que todo o esforço de convivência, todo o trabalho empreendido em prol do entendimento a dois sofra o desmoronamento abrupto por uma infeliz circunstância.”
Vê-se também que o divórcio não é contrário às Leis Divinas, porém, torna-se necessário analisar os critérios para uma separação matrimonial. Nas perguntas 256, 265 e 266 de nossa obra Sexo, Problema e Soluções ainda comentamos a respeito desse tema:
“(…) O casamento, assim como a individualidade, evolui por meio de experiências, as quais poderão surgir da boa vontade, do esforço e da disciplina estabelecida entre o casal. Isso poderá conduzi-lo a outro ciclo de convivência nunca antes vivido, que poderá superar as expectativas, com um relacionamento duradouro e amadurecido.
“265. Quais as causas que podem justificar uma separação conjugal?
O esgotamento de todas as forças e energias morais, proveniente do desinteresse em manter o casamento, por meio dos recursos da inteligência e dos sentimentos, e por isso põe em risco à integridade física (homicídio, suicídio, lesões corporais, paralisias, torturas, contágio de doenças infecciosas ou incuráveis, distúrbios psico-emocionais graves etc.) ou à integridade moral (adultério, promiscuidade, desejo neurótico de vingança, ódio intenso e contínuo, medo mórbido do cônjuge etc.).”
“266. É justificável o divórcio quando o cônjuge, traído em sua confiança, não mais desejar que continue o casamento, por não admitir uma vez sequer o adultério?
Na maioria dos casos, não. Mas quem transgride a Lei Divina sempre sofre as conseqüências de seus atos, ainda que pela extensão do amor seja aceito, compreendido e perdoado por aquele a quem venha ferir ou desrespeitar.”
Em casa os discípulos interrogaram o Mestre a respeito dessa questão evocada pelos fariseus. Jesus voltou a censurar o divórcio devido à infidelidade conjugal ao também considerar adultério o novo casamento do repudiante. Os discípulos, porém, não compreenderam a mensagem do Mestre e disseram: “Se essa é a condição do homem em relação à mulher, não convém casar”. Isso, porque consideraram impossível uma convivência matrimonial insuportável.
Segundo a cultura judaica, no tempo de Jesus ainda se permitia a poligamia legalizada, ou seja, o homem podia ter mais de uma mulher, mas a cultura monogâmica evoluiria no ambiente judaico com o entendimento acerca da família, conforme revela e recomenda o apóstolo Paulo:
“Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensina; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia”. (1Timóteo, 3:1-4).
A respeito da monogamia e da poligamia, Allan Kardec indaga aos Espíritos Superiores na obra O Livro dos Espíritos (FEB) conforme as seguintes questões:
“700. A igualdade numérica, que mais ou menos existe entre os sexos, constitui indício da proporção em que devam unir-se?”
“Sim, porquanto tudo, em a Natureza, tem um fim.”
“701. Qual das duas, a poligamia ou a monogamia, é mais conforme a lei da Natureza?”
“A poligamia é lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade.”
Kardec prossegue ao comentar essas duas perguntas:
“Se a poligamia fosse conforme a lei da Natureza, devera ter possibilidade de tornar-se universal, o que seria materialmente impossível, dada a igualdade numérica dos sexos. Deve ser considerada como um uso ou legislação especial apropriada a certos costumes e que o aperfeiçoamento social fez que desaparecesse pouco a pouco.”
Ao ouvir a conclusão equivocada de seus discípulos acerca do casamento ao afirmarem que não era conveniente casar se for para viver toda uma existência com alguém sem vontade, o divino Messias afirmou: “Nem todos compreendem essa palavra, mas somente aqueles a quem é dado”. E prosseguiu ao ensinar a respeito das três causas que podem levar o indivíduo à abstinência sexual, evidente que sendo casado ou solteiro, sendo casto ou não:
No primeiro caso: “Há eunucos que nasceram assim, desde o ventre materno”. Há indivíduos que nasceram sem condições de praticar atos sexuais devido à limitação física congênita. Também há indivíduos que nasceram castos independentemente de serem celibatários ou casados e ainda de praticarem atos sexuais ou abstinência sexual. Isso, porque a castidade é o estado de equilíbrio moral que envolve harmonicamente as manifestações psíquicas, emocionais e fisiológicas, as quais influenciam ou sofrem influências das energias sexuais. A castidade não está relacionada à abstinência sexual, ao casamento ou ao celibato, mas à condição moral do Espírito que lhe faculte o necessário equilíbrio e a harmonia entre as manifestações das energias sexuais e o programa evolutivo do Espírito encarnado ou desencarnado.
No segundo caso: “Há eunucos que foram feitos eunucos pelos homens”. Há indivíduos que se abstiveram de relações sexuais por razões impostas por ambientes familiares, sociais, ou ainda, por circunstâncias alheias à vontade.
Nesse sentido, em nossa obra Sexo, Problemas e Soluções esclarecemos a temática com as seguintes questões:
- É lícito o estado de não-abstinência sexual diante do celibato involuntário?
O celibato involuntário, sendo prova ou resgate expiatório de natureza moral, não justifica qualquer abuso ou atitude irresponsável em torno da sexualidade.
- O que dizer do celibato voluntário decorrente de frustrações afetivas, decepções amorosas ou desilusão, por não ter-se encontrado um companheiro ou companheira que correspondesse ao nível de um ideal superior e até mesmo devido às diferenças evolutivas ou de programa evolutivo, próprios de cada Espírito encarnado?
O que pode, à primeira vista, parecer desgosto ou desilusão afetiva, poderá se constituir num dos meios abençoados da Providência Divina de despertar o homem ou a mulher quanto à necessidade de reflexão em torno do objetivo que se pretende alcançar por meio do casamento. As qualidades físicas e espirituais as quais se almeja encontrar no ente escolhido; as circunstâncias da atual encarnação, relacionadas ao que se tem buscado, como, onde e para que fim, em torno da afetividade, são de fundamental importância para quem deseja compreender a realidade e o programa evolutivo no qual se encontra. Nem sempre o melhor ou o pior companheiro é identificado à primeira vista. Será preciso algum tempo para compreender e aceitar a realidade evolutiva de si mesmo e de outrem para as necessárias identidades física, emocional, ideológica e espiritual. Qualquer sofrimento de natureza afetiva exige humildade, renúncia e confiança no amparo soberano das Leis Divinas. Recorrer definitivamente ao estado de celibato, devido a desilusões amorosas, não é uma atitude coerente, quando se confia plenamente nos desígnios de Deus e quando não se obtém a total aprovação da consciência.
- O que é melhor para o ser humano, casar-se ou manter-se celibatário?
Ser casto, independentemente de estar ou não casado e de abster-se ou não da vida sexual, conforme o programa evolutivo do Espírito encarnado.
- Não é sempre penosa para o Espírito encarnado a vida celibatária?
Isso depende de seu grau de evolução espiritual. No entanto, para a grande maioria constitui penoso resgate moral, quando o celibato é involuntário, devido às inibições físicas, psíquicas ou emocionais irreversíveis durante a encarnação expiatória destinada à contenção dos impulsos sexuais por razões de um pretérito delituoso.
No terceiro caso: “Há eunucos que se fizeram eunucos a si mesmos por causa do Reino dos Céus”. Também em nossa obra Sexo, Problemas e Soluções destacamos algumas das seguintes questões para esclarecemos a respeito dessa temática:
- Não sendo o celibato voluntário um estado de perfeição meritório aos que assim vivem por egoísmo, o que se pode dizer a respeito da abstenção sexual?
A abstenção sexual decorrente do celibato constitui sacrifício meritório, que vem confirmar a postura celibatária praticada em prol da Humanidade, tendo em vista o bem e a justiça, sem qualquer ideia egoísta.
- Sabe-se que todo sacrifício pessoal é meritório, quando feito para o bem. Entretanto, terá menos mérito aquele que se sacrifica em prol da Humanidade, estando casado e não se abstendo do relacionamento sexual?
Evidentemente não. Quando o casamento está firmado nas bases sólidas do amor, do respeito e da confiança mútua, ainda que os cuidados em relação aos filhos exijam tempo e dedicação, muito se poderá contribuir para o bem da Humanidade, sem maiores riscos de natureza sexual e psico-emocional, os quais podem surgir ou se acentuar com o celibato.
- É lícita, no estado de celibato voluntário, a não-abstinência sexual?
É uma atitude egoísta que fere o casamento, o qual consiste num avanço evolutivo para aqueles que buscam se harmonizar com a Lei Moral de Sociedade e as demais leis morais da Evolução.
- O que acontece quando se recorre ao celibato sem as devidas condições espirituais de permanecer em abstinência sexual e disposição moral para alcançar a castidade?
Sofrem-se lastimáveis consequências morais negativas, decorrentes do mau uso do livre-arbítrio, ocorrido antes ou durante a encarnação.
- a) Qual é a melhor maneira para se atingir a castidade, nos casos de Espíritos de mediana evolução?
Em qualquer plano evolutivo, é muito melhor para o Espírito encarnado que ele tenha a estabilidade emocional junto àqueles que ama e pelos quais é amado, independentemente de estar celibatário ou não. No entanto, por meio do casamento ou do celibato é ´possível evoluir quando se busca a castidade com disciplina moral e trabalho no bem.
- O celibato e a abstinência sexual proporcionam ao Espírito encarnado maiores condições evolutivas?
O programa do celibato acompanhado da abstinência sexual não determina, por si mesmo, uma aceleração do processo evolutivo do Espírito encarnado. Todavia, em conjunto com os objetivos humanitários que possam exigir tal procedimento, a abstinência sexual, juntamente com o equilíbrio emocional, poderá ser de fundamental importância para a realização de determinado programa evolutivo, independentemente de se adotar ou não uma postura celibatária.
- O que dizer da afirmativa do Apóstolo Paulo de Tarso, que, depois de enaltecer a postura celibatária, diz que é melhor casar-se do que viver abrasado e escreve a respeito desse tema na primeira epístola ou carta aos cristãos da cidade de Corinto?
O Apóstolo Paulo recomendou e exemplificou a castidade porquanto é possível viver abrasado mesmo após o casamento. O celibatário orgulhoso pode fazer muitas vítimas, arrastá-las ao desequilíbrio moral, por meio do despotismo, da vaidade ou de aparentes virtudes, minuciosamente adornadas para a idolatria e a mitificação.
- Por que alguns religiosos associam a prática da abstenção sexual ao estado espiritual de beatitude, pureza e santidade?
Porque desconhecem o verdadeiro sentido da castidade, ignoram o processo evolutivo e a existência das leis morais que determinam e desenvolvem o senso moral do Espírito. Essa ideia equivocada tem sido causa de fanatismo, decepção, opressão e conflitos religiosos de graves consequências psíquicas e morais. A santidade está vinculada à castidade e não ao fato de se abster ou não sexualmente seja em estado de celibato ou de matrimônio.
- O que se deve pensar a respeito de certas iniciações religiosas, destinadas àautoiluminação, cujo processo exige a total abstinência sexual?
A educação das energias sexuais, destinada ao equilíbrio moral, fisiológico e mental do Espírito encarnado, não está relacionada à atividade ou à abstenção sexual, mas ao grau de responsabilidade e de consciência quanto à canalização dessas energias, tendo em vista os objetivos do programa evolutivo e encarnatório do Espírito. A iluminação do Espírito está diretamente ligada à observância e à prática das leis morais, sem que para isto seja necessário qualquer tipo de ritual ou de iniciação que contrarie ou que não se harmonize com os princípios dessas leis.
- a) Por que, então, é preciso abstenção sexual para a realização de certas missões de grande responsabilidade moral?
Isso ocorre quando o Espírito encarnado necessita dessas energias para o seu equilíbrio psicofísico ou quando, em seu programa encarnatório, o matrimônio não faz parte da missão que tem a cumprir. No entanto, a abstenção sexual não é uma condição da Lei Divina para que o Espírito realize missões de relevância moral. Não raras vezes, ilustres missionários preferem, por meio do casamento, se resguardar dos desequilíbrios psíquicos e emocionais que possam advir no cumprimento de suas missões. Ao invés de recorrerem às iniciações de natureza celibatária ou à reclusão do claustro improdutivo, adiantam-se no sacerdócio de suas missões, fortalecendo-se e resguardando-se no matrimônio, por meio do sentimento conjugal, da maternidade ou da paternidade, renovando-se no amor.
- O que pensar de certos missionários que optam pela abstinência sexual durante o matrimônio, para destinarem suas energias sexuais à execução de uma missão de relevância espiritual, sem qualquer interesse egoísta?
Nesse caso, todo sacrifício pessoal que é feito para objetivar o bem-estar do próximo é meritório e tem a aprovação das Leis Divinas. Contudo, é necessário considerar com prudência a necessidade do equilíbrio conjugal por meio da harmonia dos sentimentos, do entendimento, e do respeito mútuo às condições e aspirações evolutivas dos cônjuges. Isso, porque a abstenção sexual para uns poderá ser inconveniente e para outros poderá ser imprescindível ao cumprimento de certos deveres. Nesse caso, é necessário entendimento e aceitação recíproca dos cônjuges.
Jesus tratou de outros temas complexos vinculados à convivência familiar e à vida psicossexual e nos deixou um roteiro seguro para todos os casos: “Tudo aquilo que desejais que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, porque esta é a Lei e os Profetas” (Mateus, 7:12).
(Emídio Silva Falcão Brasileiro, educador, jurista e autor de trabalhos científicos e religiosos. Membro da Academia Espírita de Letras do Estado de Goiás, da Academia Goianiense de Letras e da Academia Aparecidense de Letras)
O Mestre é contrário á separação conjugal por razões irrelevantes. A única exceção por ele considerada é nos caso de adultério quando se materializa acentuada desarmonia esponsalícia. Ainda assim, o sublime Amigo sentencia: ‘O que Deus uniu, o homem não separe’. O que demonstra que ninguém se une a alguém por mero acaso. Há razões espirituais que induzem ou facultam às uniões matrimoniais, as quais devem ser respeitadas por cônjuges e terceiros. (…)”