Opinião

Língua Portuguesa – parte II

Diário da Manhã

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 01:19 | Atualizado há 8 anos

Em continuidade ao artigo anterior sobre Gramática além do que já foi observado é interessante saber que a Gramática tem como finalidade principal orientar e regular o uso da língua, estabelecendo um padrão de escrita e de fala baseado em diversos critérios, como: exemplo de bons escritores; lógica; tradição; bom senso etc.

Vimos que a Gramática tem como matéria-prima um sistema de normas, o qual dá estrutura à língua e que essas normas definem a língua padrão, a qual também é chamada de língua culta ou norma culta. Percebemos, no entanto, que, para falar e escrever corretamente, é preciso estudar a Gramática, haja vista que, a língua, por ser um organismo vivo está sempre evoluindo, o que muitas vezes resulta num distanciamento entre o que se usa efetivamente e o que fixam as normas, ou seja, o que se diz e o que se escreve. Daí, não se permitir, porém, o descaso com a Gramática, já que imprecisa ou não, existe uma norma culta, a qual deve ser conhecida e aplicada por todos. É necessário que se leve a Gramática ao conhecimento de todos, uma vez que quem desconhece a norma culta acabam tendo acesso limitado às obras literárias, artigos de jornal, discursos políticos, obras teóricas e científicas, enfim, a todo um patrimônio cultural acumulado durante séculos pela humanidade. E que não se trate de modo preconceituoso aqueles não a usa ou mesmo aqueles que a usa de modo limitado.

Em artigo anterior falamos também sobre alguns tipos de Gramáticas, mas sem descrevê-las, ainda que brevemente, por isso, uma pequena pincelada agora, mas não antes de sabermos que é bom ver que a língua é um sistema tríplice que compreende um sistema de formas (mórfico), um sistema de frases (sintático) e um sistema de sons (fônico). Justamente por essa razão, a Gramática tradicionalmente divide-se em:

Morfologia – abrange o sistema mórfico.

Sintaxe – enfoca o sistema sintático.

Fonologia/Fonética – focaliza o sistema fônico.

Alguns gramáticos incluem nessa visão uma quarta parte, a Semântica, que se ocupa dos significados dos componentes de uma língua.

Agora sim, uma pequena demonstração de alguns tipos de gramática:

  1. Gramática Normativa – Diz-se daquela que busca a padronização da língua, estabelecendo as normas do falar e do escrever corretamente. Ela costuma ser utilizada em sala de aula e em livros didáticos. É ela quem vai estudar a Fonologia através da ortoépia (estudo da pronúncia correta dos vocábulos), da prosódia (determinação da sílaba tônica) e da ortografia (representação correta da língua escrita). Na Morfologia estuda a forma dos vocábulos, as classes de palavras e as classes gramaticais. Por fim, na Sintaxe estuda a relação entre as palavras de uma oração ou relação entre as orações de um período a partir de regras pré-determinadas com relação à concordância, à regência e à colocação pronominal.
  2. Gramática Descritiva – Ocupa-se da descrição dos fatos da língua, com o objetivo de investigá-los e não de estabelecer o que é certo ou errado. Enfatiza o uso oral da língua e suas variações.
  3. Gramática Histórica – Estuda a origem e a evolução histórica de uma língua.
  4. Gramática Comparativa – Dedica-se ao estudo comparado de uma família de línguas. O Português, por exemplo, faz parte da Gramática Comparativa das línguas românicas.

Fontes:

Rocha Lima, Carlos Henrique da. 1915-1991. Gramática Normativa da língua portuguesa. – 45ª edição – Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.

http://www.partes.com.br/educacao/gramaticanormativa.asp

Arquivado em: Linguística

 

(Gilson Vasco, escritor)

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