Luta feminina: cada vez mais organizada
Redação DM
Publicado em 2 de março de 2016 às 22:54 | Atualizado há 9 anos
“De acordo com a concepção materialista, o fator decisivo na história é, em última instância, a produção e reprodução da vida imediata. Mas essa produção e reprodução são de dois tipos: de um lado, a produção de meios de existência, de produtos alimentícios, habitação e instrumentos necessários para tudo isso; de outro, a produção do homem mesmo, a continuação da espécie.”
Apesar do significativo avanço, sobretudo social, conquistado pelas mulheres, este enunciado do teórico revolucionário alemão, Friedrich Engels, ainda é considerado por algumas mulheres como ponto de partida que se necessita ter para analisar a questão da mulher e a importância de sua luta. Argumentam que, no sistema capitalista, a mulher da classe trabalhadora participa da divisão de trabalho para realizar tal produção e reprodução da vida dentro de uma hierarquização. Entendem que o trabalho realizado pelos homens é socialmente valorizado, enquanto o realizado pelas mulheres ainda é subjugado e considerado socialmente inferior.
A verdade, porém, é que nesses 104 anos de instituição do Dia Internacional da Mulher, a luta feminina, cada vez mais organizada, tem unido as mulheres de tal maneira que, hoje, estão praticamente em igualdade com os homens em todos os níveis, seja educacional, cultural, político, religioso, trabalhista e social. Mais do que nunca, as mulheres trabalhadoras, que são todas elas, tomam a história em suas mãos, valorizando a iniciativa pioneira de Beth Friedman de reivindicar direitos à mulher.
Só para se ter ideia, em 1984, no Canadá, Renée Cote publicou a seguinte afirmação: “…é certo que todo um ciclo de lutas, numa era de grandes transformações sociais, até as primeiras décadas do século XX, tornou o Dia Internacional da Mulher o símbolo da participação ativa das mulheres para transformar sua condição e transformar a sociedade. Estamos nós assim, anualmente, como nossas antecessoras, comemorando nossas iniciativas e conquistas, fazendo balanço de nossas lutas, atualizando nossa agenda de lutas pela igualdade entre homens e mulheres, bem como por um mundo onde todos e todas possam viver com dignidade e plenamente.”
Hoje, centenas de entidades sindicais comemoram o Dia Internacional da Mulher, inclusive com palestras que, não apenas reconhecem os avanços conquistados pelas mulheres, seja nas ciências, na produção intelectual, nas direções de empresas privadas e estatais, nas artes, na formação acadêmica e no mercado de trabalho de um modo geral, mas, também, que as incentivam a buscar cada vez mais espaços na política. E o Brasil é campeão com relação a isso, porque é um dos poucos países em que o seu maior mandatário é uma mulher. E o mais importante é que a maioria dos homens, hoje, está consciente de que precisa caminhar lado a lado com as mulheres.
A propósito, estamos preparando uma significativa programação dedicada a mulher em nosso Sindicato. Voltaremos ao assunto!
(Eduardo Genner de Sousa Amorim, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio no Estado de Goiás (Seceg) e da Federação dos Trabalhadores no Comércio nos Estados de Goiás e Tocantins (Fetracom-GO/TO) e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio – CNTC)