Luz que me traz paz

João Moreno, Especial para Diário da Manhã

“E quando ela pensa que já está tudo perfeito, ele a surpreende com lindas rosas para celebrar os 60 dias em que estão juntos, ela que passara o dia todo planejando e tentando executar uma supresa para ele, simplesmente se vê ali sem palavras, sem reação, apenas seu sorriso, seu olhar conseguiam expressar o que a boca não tinha forças para dizer, ela então se pergunta em pensamento, como é possível um amor assim? Tão sincero, tão intenso e tão real, ‘meu Deus é real’ e ela está recebendo a dádiva de vivê-lo, planos tantos planos para um futuro que os fazem chorar de alegria, de pensar que eles serão os personagens principais do romance sem final mais feliz do mundo …”

Bruna Nunes. Se assusta. Lembra. Conta nos dedos. Faziam exatos sessenta dias que resolveram rotular o Amor. Amor vivido a partir do primeiro beijo. Aquele de encaixe perfeito. Mas tão perfeito que ele insistia em tentar descrever. (Tentava. Tentava. Falhava miseravelmente e sorria. Sorria pensando no próximo. E no outro. E em todos que ganharia até o fim da vida).

Pensa então em uma surpresa. Algo simples mas que demonstrasse um Amor impossível de demonstrar.

Sorri. Deus, eu, destino ou quem quer que fosse providenciara uma floricultura aberta (às nove horas da noite, véspera de um feriado). Humildemente bate a porta. Pergunta se havia algo simples que pudesse dar para uma pessoa amada com uma quantia irrisória de dinheiro:

– Namorada?! – Ele pergunta.

– Não. Minha noiva, reponde com um sorriso no olhar.

Sai de lá com um buquê (mesmo tendo apenas a metade do dinheiro). Novamente sorri. A vida às vezes é generosa de maneira inesperada.

Lentamente caminha rumo ao lar de ambos. Chama atenção de todos à volta querendo atenção apenas daquela que fazia seu coração parar. Parar e ao mesmo tempo bater mais rapidamente. Lentamente caminha. À porta de casa o vislumbre de uma luz acessa e a certeza de que havia Amor a sua espera.

Sorri.

Silenciosamente abre a porta. Pé ante pé dirige-se rumo ao ninho de amor. Verdadeiro Amor. Sentada a cama ela está. (Sua) Princesa. Paixão. Amor e amante. O verdadeiro. Único motivo dos seus maiores. Melhores sorrisos.

Se olham. Surpreendem-se e de maneira inexplicável amam-se mais do que segundos atrás.

E a reação exata de ambos e cada um seria a sua inspiração. Razão de sua linhas e métricas. Ele. Pseudo-escritor que era permearia Contos. Crônicas e seu maior. Talvez único Romance com sua Luz. Ela. A luz que lhe trazia paz.

(João Moreno é escritor)