Opinião

Mineiros: 2º distrito de Jataí

Diário da Manhã

Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 00:45 | Atualizado há 8 anos

Num período aproximado de 15 anos, antes de sua elevação a Vila e Município, em 1905, as terras mineirenses pertenciam, dentre outras denominações, ao 2º Distrito de Jataí. Do ponto de vista religioso e geográfico, essa desértica e inóspita região pertencia à Freguesia e Paróquia de Jataí, criadas por Resolução número 362, de 17 de agosto de 1864. À medida que Jataí elevou-se à condição de Vila, em 29 de julho de 1882, com instalação em 2 de fevereiro de 1885, elevando-se também à categoria de cidade em 31 de maio de 1885, o enorme território “mineirense” passou a pertencer àquela jurisdição tanto em sentido político- administrativo como religioso.

Foi assim que Mineiros, desde 12 de julho do ano de 1891, aparece como “2º Distrito da Vila do Jataí”; sendo assim também que a Fazenda das Flores do Rio Verde, adquirida de José Manoel Vilela, com parte, doada, Patrimônio do Divino Espírito Santo de Mineiros, ora cadastrado em CNPJ Patrimônio dos Monges Beneditinos, situada às margens do Rio do mesmo nome, carinhosamente chamado “Verdinho”, onde estavam os “Mineiros” desde as décadas 1870/1880, transformou-se no citado “Segundo Destricto de Paz da Villa do Jatahy”, termo do mesmo nome, passando a chamar-se, ainda, “Districto do Mineiro”, “Arraial do Mineiro” e, inclusive, certamente por sua grande área e o domínio religioso católico, “Município do Espírito Santo do Mineiro”, o que seria, por lógica, o futuro coronel da Guarda Nacional Joaquim Carrijo de Rezende que, por ser pessoa de grande destaque como chefe de família do “Arraial Rural”, importante junto ao governo da Província, já em 1891 era o Agente Recenseador do Distrito, recebendo por isso gratificações da Tesouraria da Fazenda estadual.

Com a proclamação da República em 15 de novembro de 1889, mudou a história do Brasil e, naturalmente, a dos municípios, entre eles, Jataí e seus Distritos. Como eram comuns as dificuldades de comunicação, a notícia da nova forma de governo (República), só chegou ao Sudoeste, segundo o historiador Dorival Carvalho Mello, em 14 de dezembro. Neste mesmo dia, a Câmara de Vereadores se reuniu extraordinariamente “para o fim especial de convidar aos Srs. Vereadores e mais cidadãos que aí compareceram voluntariamente para manifestarem ao Governo Provisório do Estado de Goiás a sua franca e leal adesão à nova forma de governo estabelecida pela maioria do povo brasileiro, no glorioso dia 15 de novembro próximo passado…”

A 5 de fevereiro, como ocorreu em todos os Municípios goianos, o Governo Provisório nomeou o Conselho de Intendência de Jataí, implantando-se ali o velho e centralizador sistema de Intendência, creio de origem francesa, ficando na presidência José Carvalho Bastos, Serafim José de Barros, Martinho Marra e Antônio Teodoro de Souza Fenelon, no dizer do historiador citado, “avô de Oclécio de Carvalho”

Numa página de jornal publicado em1893, obtido na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, conta o historiador citado, a respeito de eleição ocorrida à época em Jataí, na qual o 2º Distrito do Mineiro fez parte, elegendo o coronel Joaquim Carrijo, Juiz Distrital. Texto informa: Eis o resultado da eleição do Mineiro – 2º Districto desta Villa:

 

(Martiniano J. Silva, advogado, escritor, membro do Movimento Negro Unificado (MNU), da Academia Goiana de Letras e Mineirense de Letras e Artes, IHGGO, UBEGO, Mestre em História Social pela UFG, professor universitário, articulista do DM ([email protected]))

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