Mulher, a igualdade e a liberdade

De­si­gual na ques­tão de gê­ne­ro. É o Bra­sil. Do sé­cu­lo 21. Sem opor­tu­ni­da­des igua­is pa­ra ho­mens, mu­lhe­res, LGBTs. Com sa­lá­ri­os dis­tin­tos. Per­cen­tu­ais ele­va­dos de di­fe­ren­ça. Ape­sar de o nú­me­ro de mu­lhe­res elei­to­ras ser su­pe­ri­or ao de ho­mens. 52,13% dos elei­to­res no Bra­sil. Em con­tra­par­ti­da, nós ocu­pa­mos ape­nas 11% dos car­gos pú­bli­cos. Pas­mem! Atra­so his­tó­ri­co.

Dos 17 man­da­tos de de­pu­ta­do fe­de­ral, em Go­i­ás, ape­nas dois são exer­ci­dos por mu­lhe­res. Cin­co Es­ta­dos bra­si­lei­ros não pos­su­em, ho­je, de­pu­ta­das: Ala­go­as, Es­pí­ri­to San­to, Pa­raí­ba, Ma­to Gros­so e Ser­gi­pe. O Pa­ís ocu­pa, em 2018, o 154º lu­gar no ranking da pro­por­ção de mu­lhe­res nos Par­la­men­tos do mun­do. No Se­na­do, as mu­lhe­res ocu­pam 13 va­gas. Das 81.

Um re­tra­to de­so­la­dor. De tra­gé­dia so­ci­al. Pa­ís de di­men­sões con­ti­nen­tais. Se­xis­ta. Mi­só­gi­no. Ra­cis­ta. Ho­mo­fó­bi­co. Com de­si­gual­da­des so­ci­ais e cul­tu­ra­is. Abis­sais. O nú­me­ro de de­sem­pre­ga­dos e de­sa­len­ta­dos atin­ge 27,7 mi­lhões. Ho­mens e mu­lhe­res. Com 36 mi­lhões no mer­ca­do in­for­mal ou in­vi­sí­vel. Sem di­rei­tos tra­ba­lhis­tas e pre­vi­den­ci­á­rios e nem ren­da fi­xa.

De ba­tom e sai­as, 9,94% das 513 ca­dei­ras na Câ­ma­ra Fe­de­ral. Na As­sem­bleia Le­gis­la­ti­va do Es­ta­do de Go­i­ás, ape­nas qua­tro re­pre­sen­tan­tes do gê­ne­ro fe­mi­ni­no. As de­pu­ta­das es­ta­du­ais cor­res­pon­dem a 10%. Dos 5.568 mu­ni­cí­pios bra­si­lei­ros, 1.291 não pos­su­em ve­re­a­do­ras. Em tem­po: 1963 ci­da­des do Bra­sil têm ape­nas uma par­la­men­tar.

Não é pos­sí­vel Go­i­â­nia, Go­i­ás e o Bra­sil in­gres­sa­rem na Era da Con­tem­po­ra­ne­i­da­de sem ul­tra­pas­sar es­sa bar­rei­ra. O pri­mei­ro pas­so de­pen­de de vo­cê. O ca­mi­nho es­tá aber­to. O iní­cio é 7  de ou­tu­bro de 2018. Um do­min­go. O da mu­dan­ça. Pa­ra me­lhor. Pro­je­tos de in­clu­são e de ex­clu­são mais ain­da es­tão em dis­pu­ta. Fa­ça a op­ção. Pa­ra mu­dar a pai­sa­gem re­tró­gra­da.

(Jac­que­li­ne Cu­nha é gra­du­a­da em Pe­da­go­gia. Mais: mes­tre em Ci­ên­cias da Edu­ca­ção. Além de dou­to­ra em Edu­ca­ção. Com te­se sin­gu­lar de­fen­di­da em Por­tu­gal, no Ve­lho Mun­do. Ela foi ain­da con­sul­to­ra da ONU [Or­ga­ni­za­ção das Na­ções Uni­das]. Pa­ra o Ti­mor Les­te, pa­ís lo­ca-li­za­do no su­des­te da Ásia. Es­cri­to­ra. É pro­fes­so­ra da re­de pú­bli­ca de en­si­no. Tan­to mu­ni­ci­pal quan­to es­ta­du­al. De for­ma­ção ilus­tra­da, cul­tu­ra en­ci­clo­pé­di­ca e de con­cep­ção hu­ma­nis­ta)