Municipalismo em foco
Redação DM
Publicado em 12 de maio de 2017 às 02:58 | Atualizado há 8 anos
Todos nós estamos sofrendo com esta crise que se arrasta há pelo menos três anos, resultado de uma administração desastrosa e descomprometida com a coisa pública, que felizmente ficou no passado. Mas tenho convicção de que mesmo que todos os cidadãos e gestores estejam sentindo os graves efeitos da nossa recessão econômica, não há como medir o sofrimento pelo qual passam as pessoas nos menores municípios brasileiros, em cada interior e rincão deste país. São as mais penalizadas, infelizmente, as cidades que têm poucas alternativas de geração de emprego e renda e que dependem, quase que exclusivamente, dos repasses federais, por meio do Fundo de Participação dos Municípios ou de convênios, e que tem visto seus recursos despencarem nos últimos anos.
Quando não estou na Câmara, participando das atividades parlamentares, em Brasília, faço questão de estar o tempo todo junto às minhas bases, em cada um dos municípios goianos em que recebi pelo menos um voto. E não foram poucos. Meus 85.534 votos para este mandato foram conquistados em 244 dos 246 municípios do estado. Nesse meu trabalho junto às bases, o que tenho acompanhado é um cenário desolador, com obras e ações paradas, desemprego e dificuldade de assistir à população mesmo nas necessidades mais básicas.
O governo Temer, na medida do possível, tem se mostrado sensível às demandas municipalistas e feito o que pode, diante dessa recessão, para liberar recursos. O presidente também recebeu os líderes do movimento municipalista, se mostrando disposto a debater a pauta, mas sabemos que as necessidades municipais vão bem além disso e o cenário está longe de ser o esperado. Até por isso a mobilização dos prefeitos para que tenham voz se faz cada vez mais necessária e aguardamos com expectativa a 20ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, programada para ocorrer na semana que vem.
A melhor redistribuição dos recursos da União com uma revisão do Pacto Federativo é sempre uma das demandas a ser debatida. Mas, todos devemos concordar que, no momento em que vivemos, há ainda outros temas imprescindíveis e extremamente urgentes, como o parcelamento da dívida dos municípios, e a contribuição dos prefeitos e líderes municipais em discussões como a da Reforma da Previdência, que também impacta a realidade deles.
Tenho certeza, por fim, que a principal demanda do movimento municipalista para este ano, assim como de qualquer setor sério da sociedade organizada, é que o governo mantenha a determinação e a força no enfrentamento à crise. A retomada do nosso crescimento é a necessidade mais urgente para que os gestores possam garantir o resgate de seus compromissos com a população, e a consequente melhoria da vida dos cidadãos em seus municípios.
(Roberto Balestra é deputado federal pelo Partido Progressista)