Opinião

Não aceite o título do fracasso

Redação DM

Publicado em 7 de setembro de 2018 às 22:43 | Atualizado há 7 anos

O fra­cas­so não é pro­ble­ma e sim co­mo li­da­mos com ele, é mais fá­cil pen­sar que o fra­cas­so é o fim, a de­fi­ni­ção de uma vi­da, uma si­tu­a­ção sem re­tor­no.  Olhar o fra­cas­so com de­ses­pe­ro, ou mes­mo com co­mo­dis­mo, ge­ra ou­tros fra­cas­sos e um nú­me­ro gran­de de fra­cas­sos in­ten­sa­men­te acon­te­ci­dos ge­ram al­go pi­or que o fra­cas­so a der­ro­ta! E lem­bre-se um abis­mo cha­ma ou­tro abis­mo, mas uma gló­ria cha­ma ou­tras gló­rias.

Vou con­tar a his­tó­ria de Ed­mund Hil­lary, ele foi o pri­mei­ro ho­mem a es­ca­lar o Mon­te Eve­rest. No dia 29 de maio de 1953 ele es­ca­lou a mais al­ta mon­ta­nha co­nhe­ci­da. Ele ga­nhou fa­ma de co­ra­jo­so por seus es­for­ços. Em 1952 ele ten­tou es­ca­lar o Mon­te Eve­rest, mas fa­lhou. Al­gu­mas se­ma­nas de­pois um gru­po In­glês lhe pe­diu que dis­cur­sas­se a seus mem­bros. Hil­lary su­biu no pal­co sob in­ten­so aplau­so. O pú­bli­co es­ta­va re­co­nhe­cen­do a gran­de­za da ten­ta­ti­va, mas Ed­mund Hil­lary se via co­mo um fra­cas­sa­do.

Ele se afas­tou do mi­cro­fo­ne e ca­mi­nhou até a ex­tre­mi­da­de do pal­co, cer­rou os pu­nhos apon­tan­do pa­ra uma fo­to da mon­ta­nha, e dis­se em voz al­ta:

– “Mon­te Eve­rest, vo­cê me ba­teu na pri­mei­ra vez, mas eu o ba­te­rei na pró­xi­ma vez por­que vo­cê al­can­çou tu­do o que tem a cres­cer… mas eu ain­da es­tou cres­cen­do e vou cres­cer!”

O apa­ren­te fra­cas­so ser­viu co­mo in­cen­ti­vo a con­ti­nu­ar cres­cen­do. Ja­mais de­sis­tiu. A vi­tó­ria es­tá nas mãos dos que nun­ca se en­tre­gam.

A mai­o­ria das pes­so­as vi­ve as me­mó­ri­as do pas­sa­do, amar­ra­do em al­gu­ma per­ca, es­que­cen­do que o fu­tu­ro só exis­ti­rá se o pre­sen­te for bem es­tru­tu­ra­do e bem vi­vi­do e não fi­car pre­so ás der­ro­tas.

To­dos nós es­ti­pu­la­mos me­tas pa­ra as nos­sas vi­das, e nem to­dos con­se­gui­mos atin­gi-las. E os que, aos olhos dos ou­tros, as atin­gem, po­dem não ter al­can­ça­do aque­las me­tas pes­so­ais de­fi­ni­das em sua con­sci­ên­cia. Fra­cas­sar é na­tu­ral – e pre­ci­so – pa­ra apren­der. Apren­der em qual área é não se de­ve atu­ar, qual ati­vi­da­de não é seu pon­to for­te, qual ati­tu­de sua não é bem acei­ta. E te­nha cui­da­do: a co­ni­vên­cia cons­tan­te com o fra­cas­so ge­ra a sua acei­ta­ção re­cor­ren­te e, mais adi­an­te, sua in­ter­na­li­za­ção. En­xer­gar-se co­mo um fra­cas­sa­do ge­ra uma ener­gia ne­ga­ti­va de pro­por­ções avas­sa­la­do­ras.

No fra­cas­so es­tá uma gran­de opor­tu­ni­da­de de se apri­mo­rar, me­lho­rar, ru­mo à vi­tó­ria e ao su­ces­so. Pa­ra tan­to, a ado­ção de uma pos­tu­ra de apren­di­za­do, de gar­ra e de von­ta­de de me­lho­rar de­ve fa­zer par­te da sua ín­do­le. Ca­so não par­ti­lhe des­sa vi­são, aca­ba­rá sen­do mais cô­mo­do jo­gar a cul­pa na vi­da e nas ou­tras pes­so­as, in­ve­jan­do ou con­tem­plan­do o su­ces­so al­heio, e nin­guém gos­ta de in­ve­jo­sos.

E cres­cer re­quer ati­tu­de, for­ça, co­ra­gem e au­to­co­nhe­ci­men­to. Exi­ge hu­mil­da­de de re­co­nhe­cer, apren­der com os er­ros. Não se re­cri­mi­ne, se tra­te bem, se dê no­vas chan­ces, pres­te aten­ção a seus com­por­ta­men­tos pa­ra po­der fa­zer es­co­lhas me­lho­res, que te­nham mais a ver com vo­cê e, com o que vo­cê quer da vi­da e das ou­tras pes­so­as. Não de tan­ta im­por­tân­cia á pos­sí­veis crí­ti­cas, di­ga não á tris­te­za e ao co­mo­dis­mo. Si­ga seu co­ra­ção.

 

(Jo­san­ne Gon­za­ga, Po­e­ta (05 Li­vros pu­bli­ca­dos, e par­ti­ci­pa­ção em 03 An­to­lo­gi­as),Te­ra­peu­ta Quan­ti­ca, Co­ach e Ad­mi­nis­tra­do­ra de Em­pre­sas wat­zap 62 9 9200-0733)


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