Não é neofascismo sr. ministro, é revolta popular mesmo
Diário da Manhã
Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 22:37 | Atualizado há 7 anos
Recentemente o ministro Gilmar Mendes foi execrado e vaiado pela maioria dos passageiros em um voo doméstico. Indignado o ministro pediu a PF que descobrisse os nomes daqueles que o vaiaram para processá-los por injúria e desacato, por certo. No entanto ,o tiro saiu pela culatra e o povo , através das redes sociais , fez coro as vaias ao ministro. Indignado sua eminência declarou à mídia que o Brasil vive um clima neofascista e passou a usar aviões da Força Aérea Brasileira , para evitar vexames , onerando e irritando mais ainda o contribuinte.
Obviamente , Sr. Supremo , é claro que não se trata de neofascismo e sim de uma cada vez mais profunda revolta popular contra a leniência do STF com os criminosos de colarinhos brancos que assaltam os cofres públicos com a anuência velada de determinados ministros. Recentemente um processo contra Romero Jucá passou quatorze tramitando no Supremo, cinco deles no colo do ministro vaiado , e caducou para alegria do senador Jucá que também tem sido merecedor de sonoras vaias por onde passa. Da mesma forma processos contra Aécio e Serra caducaram nos últimos dias , após repousarem por uma eternidade no colo de algum ministro do Supremo.
Acresça – se a discussão sobre o fim dos privilégios de parlamentares e outras autoridades já definida mas que não pode entrar em vigor porque o ministro Toffoli esta sentado em cima, por certo por orientação de alguém acima dele que não quer ver seus ministros , quase todos, ser julgados em primeira instância ainda neste ano. Estas evidências e outras mais escabrosas do descaso com a justiça por parte daqueles que enchem a boca para dizer “ Eu sou Supremo” geram suficientes motivos para que determinados ministros não possam circular sem ser alvos da profunda revolta popular manifestada através de sonoras vaias e cobranças por justiça.
Em pleno século vinte e hum o Brasil vive um momento histórico semelhante ao da França à época de sua revolução quando o povo francês era aviltado pela nobreza e o clero que tinham todos os privilégios em cima do suor do povo e a justiça estava nas mãos do rei. No Brasil atual o povo paga os mais altos impostos do mundo sem o devido retorno para o bem comum. O suor do povo brasileiro se esvai na manutenção dos inúmeros e imorais privilégios do executivo, judiciário e legislativo que humilham o cidadão que sofre para pagar as mordomias destas classes dominantes atuais assim como o povo francês sofria para sustentar a nobreza e o clero nos idos do século dezessete.
A corrupção deslavada em todos os níveis da República a começar do próprio Presidente da República e dos congressistas consome com os recursos da união gerados pelo suor do povo na forma de extorsivos tributos que não retornam para servir ao bem comum, gerando v e enormes dificuldades aos cidadãos que carregam um elefante branco em suas costas .Pior, estes mesmos cidadãos são culpados pelos poderosos pela falência do estado que tentam tirar desta classe ,oprimida à direita e à esquerda, sua Previdência Social.
Não senhor ministro , não é neofascismo ,é revolta popular contra aqueles que poderiam trazer uma justiça igual para para todos na República e por um motivo ou outro não o fazem. E se cuide pois a tendência é que esta revolta cresça mais e mais.
(Arthur Otto, engenheiro nuclear e professor universitário)