Opinião

Novas regras da lei antifumo deveriam beneficiar não-fumantes

Redação DM

Publicado em 22 de julho de 2016 às 02:38 | Atualizado há 9 anos

O incômodo com cheiro forte impregnado nas roupas e até mesmo no cabelo são apenas uma dos malefícios causados aos não fumantes ou fumantes passivos. Esse mal-estar ocorre também no consultório médico, onde boa parte das doenças são identificadas. Conforme especialistas, o fumante passivo corre tantos riscos quanto o dependente em tabaco.

Criada em 2011, a Lei Antifumo nº 12.546, consiste em proibir o fumo em locais totalmente e parcialmente fechados, mesmo aqueles que inclui, qualquer um de seus lados, ou seja, parede, divisórias, teto ou toldo. A lei vale também para condomínios, clubes e “fumódromos”. A norma estabelece multa de R$ 2 a R$ 5 mil para o estabelecimento que desrespeitar as regras.

A lei visa não só o uso de cigarros e outros produtos nos estabelecimentos, mas acaba com a possibilidade de propaganda comercial de cigarros, exposição dos produtos no ponto de vendas, além de ampliar as advertências exibidas nos maços sobre o mal a saúde.

Para se ter ideia, dados do Ministério da Saúde, revela que, cerca de 200 mil pessoas morrem por ano no Brasil por doenças ligadas ao tabagismo. O Sistema Único de Saúde – SUS teve no ano passado mais de 2 bilhões intervenções motivadas por conta do tabagismo.

Entretanto, os problemas com o tabagismo não afetam apenas os fumantes, eles são muito mais graves para quem, infelizmente, é obrigado a conviver com a fumaça do cigarro dos outros. O tabagismo está relacionado a mais de 50 doenças sendo responsável por 30% das mortes por câncer de boca, 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença do coração, 85% das mortes por bronquite e enfisema, 25% das mortes por derrame cerebral.

Especialistas afirmam que crianças expostas diariamente à fumaça do cigarro têm chances 50% maiores de desenvolver alguma doença crônica, como bronquite e asma. Nos adultos que já sofrem com esse tipo de problema, a intoxicação agrava os sintomas e provoca crises frequentes de falta de ar.

Reações como tosse, irritação nos olhos, dor de cabeça, coriza, agravamento de doenças respiratórias e náuseas são os chamados sintomas de curto prazo para os fumantes passivos. O fumante passivo também corre sérios riscos de ter câncer, pois o ambiente onde uma pessoa acabou de fumar contém as mesmas substâncias inaladas pelo dependente.

A exposição à fumaça do cigarro, para fumantes ou não fumantes, pode aumentar os riscos de doenças psiquiátricas. O tabagismo passivo prejudica o funcionamento do coração, mesmo quando já não há mais fumaça no ar. Isso porque, mesmo depois que a fumaça se dispersa, as substâncias nocivas do tabaco continuam no ar e podem ser inaladas.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável no mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, cerca de 2 bilhões de pessoas sejam fumantes.

A pesquisa comprova também que aproximadamente 47% de toda a população masculina mundial e 12% da feminina fumam. Sundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todo ano mais de cinco milhões de pessoas morrem no mundo por causa do cigarro. E, em 20 anos, esse número chegará a 10 milhões se o consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos continuar aumentando.

Além de manter a distância dos dependentes, outras medidas deveriam ser tomadas como a implantação de novos projetos de lei que proibisse a comercialização desses produtos. Outra refere-se a aplicação de multa para quem fumasse em qualquer local público, inclusive ao ar livre como ruas e avenidas, calçadas, praças entre outros e tratamentos clínicos severos.

 

(Acaray M. Silva, jornalista, assessor de imprensa e cerimonialista)

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