O centenário em flor e santidade de Eunina Hermano, a doce Sanina!
Diário da Manhã
Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 21:16 | Atualizado há 4 meses
Tenho Sanina Hermano numa aura de santidade. No meu pensamento, ela encontrou Deus em cada criança desvalida que cuidou, sem esmorecimentos, sem alarde; apenas cumprindo o preceito cristão de amar.
- Os cem anos de nascimento de Eunina Hermano! E minha alma se derrama em doçura possível para relembrar a nossa Santa Sanina! E vou devagar, com carinho, a derramar pétalas de flores pelas palavras; a perfumar letra por letra, pelo evocativo aroma da sensibilidade, no suave evolar de eternais saudades.
O coração pulsante de ternura imensa, que desceu do céu para, no chão do cerrado, construir uma obra de amor e viver – de verdade – as santas palavras do Evangelho. Uma fé viva, sem rótulos, sem templos; diária, contínua, constante e sem alarde; que se fez filha abençoada do Pai Celestial.
Amou como poucos souberam amar o próximo, machucada sempre pelo sofrimento alheio! Passou toda a vida a pensar nos outros, nas suas mais de 400 filhas de Santa Gertrudes! Seus pés pisaram o solo da dor ao buscar apoio para ajudar os semelhantes.
Teve êxitos e muitas desilusões com o egoísmo humano, com a ambição dos que apenas pensaram em acumular os bens. Onde, hoje, estão eles com seus “tesouros” guardados? E parece que nunca esteve cansada, pois renascia, sempre, movida com um entusiasmo do céu. Pobre, muito pobre, nunca quis nada para si, e morreu como morrem os santos e os justos, na mais completa humildade.
Canto um hino de saudades também à minha querida Marina Fleury Curado, fiel companheira de lutas!
Elas estão no céu!
Teve muita coragem para viver a se desdobrar, fibra por fibra do coração, esquecida de si mesma. Derramou-se num incontido amor. A palavra egoísmo nunca teve para ela um sentido. No início do Lar, ainda em Campinas, muitas vezes ficava com fome, pois a comida nem sempre sobrava para ela, mas alimentava as “suas” filhas.
Para mim, Eunina Hermano, com sua obra de caridade, é a mais importante mulher da história goiana. E amou e amou sempre, como ninguém soube amar, na calada santidade, sempre serena, na mais infinita paz que pode haver num coração tocado pelas santas mãos do Senhor.
Eu te amo minha Sanina!
Tantos dizem, proclamam, vociferam a caridade que fazem; mesmo dentro clero, mas às vezes há tão pouco amor, tão pouca ternura e tanto alarde, em obras suntuosas e faraônicas onde Deus não se encontra. Há muito gasto excessivo com obras físicas, quando Jesus nos mostra uma casa escondida no nosso peito. A casa simples e acolhedora da humildade.
Mas, poucos – só os santos – encontram essa casa cheia de paz. Na cobrança consumista do mundo, perdemos nosso tempo nos teres e haveres terrenos.
Na miséria da rua pode haver mais Deus que dentro desses templos ricos e cobertos de dinheiro e de vaidades. Eunina Hermano viu isso porque tinha os olhos limpos num Deus de misericórdia.
Por isso eu amo Sanina Hermano!
Corria o ano de 1954 e, desde a criação em 1950, apenas no papel, o “Lar das Meninas de Santa Gertrudes” ainda não se consolidara. Foi num velho casarão da Rua Pernambuco, em Campinas, que, há mais de sessenta anos, Sanina iniciou sua obra fecunda e duradoura em nome do bem e do amor.
Acreditava, Sanina, com ternura, que todo encontro gera um reflorir! E que, como centelhas espalhadas, transmutam o néctar fertilizante do amor que se traduz em novas flores, no jardim nem sempre florido da vida. Nessa seara, há tantas vezes mais cipoal de incompreensões e espinhos dolorosos de amarguras, que tentativas de novas mudas podadas de antigas rosas, que foram decepadas.
Mas, Sanina sabia plantar novas mudas. Flores estilhaçadas ganharam canteiros viçosos no âmago de seu deslumbrante coração. Um coração de santa, sim, o de Sanina Hermano.
Mas, sempre há um jardim umedecido pelo orvalho do olhar de Deus sobre as coisas miudinhas do tempo. Uma brisa de infinita beleza perpassa em toda renascida manhã e traz novas cores e novos perfumes às dissonâncias do jardim-família, com rosas matizando alvoradas e se derramando em perfumes nas tardes banhadas de sol.
Nessas manhãs permanentes de espera em Deus, viveu Sanina.
Há encantamento em cada reflorir do jardim multicolor da família. Há sementes espalhadas no chão esquecido das antigas flores que, em tempos outros, trouxeram a beleza da vida que se derramava em aromas inigualáveis. Quem se lembra das antigas flores que voltaram ao pó para ser adubo às novas sementes sequiosas de vida? Sanina se lembrava e replantava sempre, semeadora de sonhos.
Há sementes então, numa festa de vida, brotando pelo chão, à sombra das flores que se debruçam para ninar-lhes o reflorir. Nascem frágeis, pequeninas, desprotegidas, inseguras ante o vendaval que as pode destruir. Mas, há sombras benfazejas que, tocadas pelo vento, bafejam esperanças de crescimento no grande jardim-vida. Sanina soube por décadas, ser esta sombra.
Pequeninas e suaves vão crescendo trêfegas e buliçosas; admiradas de tanta luz de sol, dos véus tão belos das chuvas mansinhas que derramam esperanças e embevecidas ante a noite tão estrelada que se abre no grande guarda sol preto do céu. Com céu e chuva, Sanina foi segurança e amparo.
Rosas em botão, num desfile de aromas e essências misteriosas que brotam do âmago para um desabrochar tão belo como igual não há. De novo, as já velhas rosas quase desbotadas, vão abrindo caminho para que as novas flores matizem de variadas cores o jardim de encanto, na festa da vida que jamais fenece pela misericórdia de Deus. Como roseira constante, viveu Sanina, perfumando.
E um dia, as velhas roseiras, vergastadas pelos ventos se dobram humildes para a terra num retorno ancestral para as profundezas misteriosas que se calam no infinito da beleza milenar. Do pó ao pó, sempre. Sanina, hoje, é semente e messe em novos campos…
Rosas – famílias em jardins agora tão diversos. Pétalas unidas pela haste tão firme da compreensão, em que cada uma traz a fortaleza que nasce do mesmo foco. Às vezes, a haste não é firme e, mesmo assim, a rosa-família não perde o seu encanto, quando percebe em cada pétala uma gota de luz que matiza todos os jardins. Soltas, as pétalas podem se fundir pelo elo indissolúvel do amor, que é a haste maior que prende todas as rosas de todos os jardins do mundo.
Sanina juntou muitas pétalas soltas e fecundou novas roseiras ao longo de seu jardim/vida!
E tudo isso é para sempre. No jardim tão diverso desse novo tempo, devastado por duras tempestades, levam longe, muitas vezes, as pétalas, e dissolvidas na paisagem, precisam da brisa refrescante da ternura a unir indissolúveis emoções.
Quando as velhas roseiras são podadas, guardam, na essência, o poder da renovação. Há muito encantamento na ternura do replantio na terra morna de nossa sensibilidade.
Deus podou Sanina dessa vida num dolorido corte, deixando o jardim pleno de desencanto na lacuna profunda da roseira maior. Mas, deixou mãos repletas de seiva e de perfume. Sanina está dormindo sob a lápide, mas sua essência está acordada em nós todos que a amamos; por mais que o tempo passe seu perfume aparece em noites de luares inabitados…
Deus refloriu o jardim com pequenas e doces roseiras, botões em flor, pequenina flor se sustentando na fragilidade da terra revolvida. Nos sorrisos tão doces de novas filhas, há tanta ternura que se julgava esquecida. Nossa haste é o amor que se traduz em sentimentos e em emoções que só compreendemos pelo perfume único que nos liga. Na força da verdade e na doçura do verso, a alegria nos abraça calada…
Flor-família, tão suscetível aos vendavais da incompreensão e do abandono. Terra adubada, pelo afeto e pelo amor, precisa ser o lenitivo à sequidão dos tempos de agora. Alegria e paz estejam em jardins bem cuidados, unidos ou não pela haste de uma aliança material, mas jungidos, bem plantados, adubados, cuidados e regados, reflorindo infinitas e ancestrais emoções.
Assim, seremos sempre floridos até os velhos galhos, mesmo quando o frágil caule já esteja vergado pelo peso dos anos, pelo que há de mais belo nesse mundo, traduzido pelo perfume inigualável que de nós jamais sai: a essência insubstituível de mãe e o perfume inigualável de pai.
Sanina foi pai e mãe de tantos, haste de roseira firme, mesmo diante dos vendavais da vida.
Assim, a vida de Eunina Hermano de Britto (Sanina) foi um hino de amor e trabalho devotado à nobre causa da caridade aos menos favorecidos da sorte. Como ninguém, ela soube viver as palavras do Cristo: “Amar aos outros como a si mesmo” e caminhou plenamente segura de sua missão de santa em nosso meio, vivendo feliz na obscuridade, sem placas de homenagens.
As vaidades ela deixou para os tolos. Viveu segura de sua missão no mundo, compreendendo como poucos, a efemeridade de todas as coisas.
Nascida em Conceição do Norte, cidade do Estado do Tocantins, antigo Norte goiano, em 1918, era filha do Dr. José Hermano de Britto e Elmira Lima Hermano, de tradicionais famílias nortenses. Mulher de têmpera e coragem; soube amar acima de si mesma. Extrapolou o próprio coração.
Seu pai foi, em 1928, nomeado primeiro Juiz da então recém-criada Comarca de Divinópolis, com sede em Trindade, para onde a família transferiu residência. Eunina estudou no Grupo Escolar João Pessoa, com a famosa mestra Ana Maria de Oliveira (Sinhá), além de Davina Nascimento Vasconcelos e Nila Chaves Roriz de Almeida, e, mais tarde, ingressou no Colégio Santa Clara de Campinas, especializando-se em Educação Física no Rio de Janeiro, sendo professora em diversas escolas de Goiânia.
Bonitinha e miúda, Sanina teve vida normal como toda moça, alegre, brincalhona, divertida, por certo custosa e levada, mas dentro de si havia algo especial que não sabia explicar.
Desde o tempo do Colégio Santa Clara, Sanina sentia-se chamada para a vida religiosa, por isso ingressou no noviciado das Irmãs Franciscanas de Pindamonhangaba, Estado de São Paulo.
Amava o Santo de Assis e queria renunciar a tudo, entregando-se à vida religiosa fervorosamente. No Convento já era a Irmã Maria da Anunciação.
Dr. José Hermano, seu pai, intransigente, não se conformava com o destino escolhido pela filha, tão moça e tão bonita, num trio tão perfeito com suas irmãs Edla e Olga, delicadas e belas também. Foi ao convento e trouxe a filha de volta, usando de sua autoridade.
Sanina, santa como sempre, resignada, não desobedeceu ao pai.
A pressão familiar foi muita e, aparentemente conformada, voltou ao seio da família. Mas, o chamado de “vem e segue-Me” persistia. Por intermédio de um sonho, no 6° dia de uma novena que fazia a Santa Gertrudes, viu-se rodeada de crianças abandonadas e uma voz lhe dizia: “cuida delas”. Assim nasceu o imenso sonho de Sanina pelas crianças desvalidas. A santa opção franciscana pelos pobres persistia em seu peito.
Sanina Hermano colocou em seu coração o ideal de fundar uma casa para abrigar crianças desvalidas. Ousou sonhar e, sozinha, construir uma obra monumental. Louca opção para uma moça de classe média como ela, numa cidade nova, perdida no coração do sertão brasileiro.
O “Lar das meninas de Santa Gertrudes” foi fundado em 25 de dezembro de 1950. Em 15 de novembro de 1954, com toda documentação exigida por Lei, Sanina foi morar na primeira sede do “Lar”, abrigando 17 meninas órfãs. O velho casarão da
Avenida Pernambuco, hoje Honestino Guimarães, em Campinas, era motivo de auxílio de muitos goianos, alunos, comerciantes, que Sanina se dirigia mensalmente numa peregrinação em sua bicicleta alemã.
As filhas de Sanina não faziam feio na roda social. Não eram vistas como “coitadinhas”. A todas educou, ensinou, empregou. Tornaram-se funcionárias, comerciantes, profissionais diversas. Em festas que ia, Sanina levava as filhas, educadas e bem vestidas.
Adotou a todas como filhas do coração. Não eram apenas vistas como problemáticas ou como uma caridade qualquer. Era, de fato, um lar. Sanina a mãe, de todas, mãe de quinhentas filhas.
Pedalava na Goiânia antiga, a moça Sanina, na sua bicicleta alemã pedindo as coisas para suas filhas. Esqueceu de si mesma e seu coração passou a não caber no peito. Cortava a Avenida Anhanguera daquele tempo, ainda uma estrada para os lados de Campinas, na busca de suas ofertas mensais dos comerciantes daquela via até hoje tão importante em Goiânia. Usava saia calça e foi uma das primeiras a se aventurar a tal.
Na casa antiga, de assoalho de madeira, ainda aos moldes do século XIX, da velha Campininha, Sanina passou a se dedicar a estas 17 meninas, que já tinham enxoval completo, suas camas; tudo fruto de doação. Sanina era uma pidona incorrigível, quando o assunto era o conforto de suas filhas.
Nesse tempo, Sanina ganhou duas colaboradoras inseparáveis e permanentes: a professora Marília Fleury Curado e a cozinheira Auta Fernandes de Souza. Juntas, iniciaram uma obra gigantesca. Elas ainda não sabiam disso, mas ficariam para a história, embora, para elas, isso nunca teve o menor valor.
Na velha casa outras crianças chegavam, já que a pobreza era muita. Sanina ousou sonhar com uma sede própria e comprou um lote no Setor Coimbra que nascia ali por perto com a bondosa ajuda de Jerônimo Coimbra Bueno. Assim, conseguiu uma quadra inteira para montar sua obra, de forma definitiva.
A pedição só aumentou. Praticamente voava na velha bicicleta, entre tantas promessas e de fato, pouca ajuda, mas bem aceita. A obra iniciou, com o levantamento do prédio.
Em 28 de fevereiro de 1959, o Lar foi transferido para o terreno no setor Coimbra, doado por Coimbra Bueno, por meio do Projeto da Deputada Almerinda Magalhães Arantes.
Católica fervorosa e praticante, Sanina construiu uma pequena capela e solicitou do Arcebispo Dom Fernando Gomes dos Santos um capelão. Ganhou mais do que isso, um irmão devotado na ajuda de sua obra, o padre francês Eduardo Lamaitre, ex-capelão da Colônia Santa Marta.
Com seu conhecimento no velho mundo, o padre conseguiu montar, com amor e ternura, uma rede de ajuda internacional para a obra de Sanina. Na Bélgica e na França havia padrinhos que colaboravam, e esta ajuda robusteceu o sonho de nossa santinha goiana.
Assim, a obra de Sanina cresceu, ampliando para “Instituto Nossa Senhora da paz” escola fundada em 1956, “Escola Doméstica Santa Gertrudes” com cursos profissionalizantes em 1961, Lar dos Meninos “Os Passarinhos” ala masculina do Lar, fundado em 1966 e Centro de Reabilitação “Raio de sol”, para crianças vítimas de poliomielite, fundado em 1972 e Escola “Lar Feliz”, fundada em 1976.
O auxílio às crianças portadoras de deficiências nasceu quando Sanina estava no Hospital das Clínicas e viu um pai desesperado com a morte de um filho sem assistência, portador de poliomielite. O coração de nossa santinha se comoveu e daí por diante nasceu nova bandeira que se desfraldou bela no cenário goiano. Sanina era abençoada por Deus, pois em tudo punha o coração, Jesus e a Igreja.
Emociono-me sempre ao me lembrar de Sanina!
No terreno que lhe ficou de herança familiar no Jardim Vitória, Sanina dividiu em lotes e nesses lotes construiu casas adaptadas para portadores de necessidades especiais. Também, na Bégica, falecera um menino muito rico. Parte da herança desse menino de família católica, por intermédio do Padre Eduardo Lamaitre, foi entregue a Sanina, que comprou uma chácara no município de Aparecida de Goiânia, denominada ”Chácara Maria de Nazaré”. O que de início foi utilizado para lazer, hoje, sob os cuidados da Associação Servos de Deus, passou a servir de tratamento a alcóolatras e viciados em drogas.
Também Sanina, por sua formação, foi professora numa escola, o Instituto Nossa Senhora da Paz, que criou no “Lar” para as suas filhas e também para outras meninas, estas, mediante pagamento. Com o dinheiro de seu trabalho e de seu suor de professora primária, mantinha trabalhos diversos ligados à caridade.
E mais ainda, nos terrenos que lhe ficaram por herança, mandou erguer moradas Raios de Sol para as famílias que moravam em invasões ou barracos improvisados. Pensava sempre no outro. Nada quis para si, no recanto do seu “lar”, teve vida consagrada a Deus, de verdade.
Os anos foram passando céleres e Sanina, na sua labuta santa e calada, nem sentiu que a vida passara. Já perto dos 80 anos, passou pelo sofrimento da perda de seu estimado Padre Eduardo Lamaitre e sentindo os percalços da velhice, tratou de buscar uma associação de caridade que continuasse sua obra tão bonita. Foi na “Associação Servos de Deus”, da Renovação Carismática Católica que encontrou o lenitivo. Hoje, robustecida, a obra segue.
E assim foi a vida de nossa santinha, Sanina, Eunina, Dindinha e Vó; tantos nomes para uma só pessoa, um só coração que pulsava em pleno amor aos menos necessitados.
Sobre ela escreveu Maximiano da Mata Teixeira, Bariane Ortêncio, Maria do Rosário Cassimiro e Maria Leal Lúcio, em crônicas de amor e saudade. Relembrá-la está no coração de todos que buscam a paz.
Simplesmente, Sanina não queria uma festa para os seus 80 anos, desejo de suas diversas filhas. Todas queriam uma grande comemoração com a presença inclusive da televisão, para uma cobertura de toda a vida honrada de sua fundadora. Contrariada, buscou uma maneira de escapar, falecendo serenamente 18 dias antes; isto em 05 de agosto de 1998.
No dia em que morreu Sanina, nasceu minha filha do meio, Elisa. Confiante na santidade de Sanina, embora sem nenhuma denominação da Igreja, fiz dela minha santinha particular. Talvez seja o único a ter uma “santa” exclusiva. Como sei do amor de Sanina pelas crianças, sempre roguei a ela a proteção, junto a Jesus, a meus filhinhos para que eles estivessem longe de doenças ou sofrimentos e, no fundo eu sei que fui atendido. Nunca meus filhos adoeceram.
Sanina é um anjo na constelação maior a abençoar o céu goiano. Vejo nela tanta dedicação e tanta renúncia, mesmo sem o emblema do hábito. Seu exemplo foi a obscuridade. É triste que se diga, mas é verdade; hoje, sob os hábitos e batinas há tantas vaidades, corações empedernidos, ambições, exibições; tudo tão longe do Cristo de pés descalços e condoído da dor humana. Sanina não escolheu, foi escolhida para perfumar com seu amor de mãe, o coração de tantas crianças goianas.
Por isso Sanina Hermano é minha santinha particular. Ave Sanina!
(Bento Alves Araújo Jayme Fleury Curado, graduado em Letras e Linguística pela UFG, especialista em Literatura pela UFG, mestre em Literatura pela UFG, mestre em Geografia pela UFG, doutor em Geografia pela UFG, pós-doutorando em Geografia pela USP. Professor, poeta. bentofleury@hotmail.com)