“O conteúdo escolar é o mal do século”
Diário da Manhã
Publicado em 31 de março de 2017 às 01:44 | Atualizado há 8 anosLeiam, por favor, o artigo “O conteúdo escolar é o mal do século”, do escritor, compositor e palestrante Alvaro Fernando, veiculado na página 6 do caderno OpiniãoPública deste democrático Diário da Manhã, edição de segunda-feira última, 27 de março.
É uma denúncia! As gerações do século passado e deste início de século XXI fomos e estamos sendo “educados”, nas escolas, para uma concorrência desumana, fria e sem sentido, via de um conteúdo didático também desumano, frio e sem sentido, porque está fora da nossa realidade como seres humanos. Pior: esse sistema forma “educadores” que alimentam essa estrutura didática e de mercado, responsáveis pelos vestibulares e concursos públicos onde os “vencedores” foram os que melhor fixaram na memória um conteúdo teórico que de quase nada vai servir para a vida.
Como bem disse Alvaro Fernando, “saímos da escola sem saber para que serve o dinheiro e como geri-lo, não temos senso de finitude ou de propósito, não desenvolvemos o autoconhecimento e, em especial, não sabemos lidar com nossas emoções. (…) Isso gera um mundo onde prevalecem a ganância e o egoísmo”. E isso acontece em todo o planeta, como bem disse o articulista.
Só não é de desanimar porque há outros “Alvaro Fernando” por esse planeta afora, advertindo o mundo para esse equívoco; e, embora não seja a regra, há também as exceções no sistema de ensino. Uma delas ficou evidente, dia 18 deste mês de março, numa Feira do Livro realizada pelos professores e alunos do Colégio González Pecotche (Setor Alto da Glória, Goiânia), com a participação dos pais e convidados. Lá, as exposições de livros, palestra, oficinas, contação de histórias e a própria decoração eram meios para se transmitir conceitos de vida, advertindo pais e alunos para a importância de se cultivar a mente, de aprender a pensar, de respeitar e desenvolver a individualidade e também de saber se colocar de forma consciente nas diversas circunstâncias que a vida em sociedade cria.
Pena que a regra do atual sistema de ensino continua alimentando “um mundo que promove líderes desprovidos de bom senso e altruísmo”, Alvaro Fernando. Daí a importância dos “álvaros fernandos” e das poucas exceções no sistema de ensino deste planeta continuarem advertindo a sociedade para os equívocos das pedagogias e conteúdos massificantes; e oferecendo alternativas onde a formação do ser humano se sobreponha à produção de instrumentos humanos para o mercado de trabalho.
(João Nascimento, jornalista e está presidente do Clube dos Repórteres Políticos de Goiás)