Opinião

O controle ideológico dos indivíduos

Redação DM

Publicado em 8 de maio de 2015 às 01:35 | Atualizado há 10 anos

Com alcance em quase que todas as camadas da nossa sociedade os veículos de comunicação, principalmente através da televisão, se posicionam já algum tempo como formadores de opiniões e mecanismos reprodutores dos discursos da classe hegemônica. As opiniões que são formadas a partir das informações que chegam a nós quase que sempre são desvinculadas da criticidade necessária, propiciando assim uma (re) construção dos fatos ocorridos, que através disto se posicionarão de forma deturpada da realidade. Os veículos de comunicação detêm de um poder incalculável sobre grande parte da sociedade, acarretando assim a facilidade do controle ideológico necessário para a manutenção e legitimação de atos empreendidos pelas classes dominantes, ou seja, estes veículos auxiliam os princípios da ocidentalização e da nova pedagogia da hegemonia, pois em nossa ótica podemos considerar que estes veículos de certa se maneira encaixam no conceito, capitalismo editorial. Os discursos empreendidos pela grande mídia denotam e espalham os mecanismos da nova pedagogia da hegemonia, onde os mesmos buscam “retirar do Estado” a suas reponsabilidades “legais”, repassando as mesmas para o indivíduo comum, ou seja, discursos onde à efetuação de ações coletivas que visam o consenso da sociedade são efetuados. Uma das instituições privadas que auxiliam na propagação dos discursos hegemônicos é a Fundação Roberto Marinho, criada em 1977 já nos últimos suspiros do Estado civil militar brasileiro a fundação Roberto Marinho, foi criada entre outros argumentos para a aproximação da sociedade civil com suas responsabilidades de cidadão social, ou seja, dividir as responsabilidades com o Estado, buscando assim um bem comum entre todos. Dividia em dois momentos a fundação acompanha os discursos e as exigências que a nova pedagogia da hegemonia exige para a manutenção do sistema do capital Algumas das propostas desta Instituição é a da participação voluntaria dos indivíduos em projetos que teoricamente se apoiam no bem estar social incomum, na maioria dos programas este voluntariado se volta para questões do sistema educacional, como por exemplo, telecurso 2000, e o “amigo da escola7”. Cada um destes programas representa dentro da sociedade um “marco” na renovação das características da constituição do no modelo de homem cívico. Todas estas inciativas se vinculam com empresas parceiras da fundação, sendo assim estes vínculos propiciam uma conduta direcionada para a manutenção de um exército de reserva, pois os cursos oferecidos juntamente com seus programas não se preocupam em dar criticidade alguma e muito menos uma formação emancipatória para seus integrantes, o que nos leva a deduzir que os interesses da classe hegemônica permanecem “intocáveis” por parte desta camada da sociedade nacional. De acordo com os princípios destes programas a alguns fatores de caráter incomum, como por exemplo, a participação social e uma aproximação da população com as políticas de Estado. Tentamos evidenciar, de acordo com as nossas limitações, como a nova pedagogia da hegemonia se posiciona e interfere na vida cotidiana dos indivíduos que compõe a nossa sociedade, e como ela se intercala com processos de controle que os meios de comunicação impõem sobre os indivíduos.

 

(Flávio Henrique, historiador e professor)

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