Opinião

O desafio de educar as novas gerações

Redação DM

Publicado em 30 de junho de 2016 às 21:45 | Atualizado há 9 anos

Em todos os campos da atividade humana sempre houve necessidades e problemas que, ao serem atendidos, trazem avanços nas várias áreas do conhecimento. Na área educacional, entretanto, há uma sensação de que as necessidades e os problemas crescem mais rápido do que as soluções. E o desafio de educar as novas gerações aumenta quando se pensa que para educar é necessário, primeiro, educar-se a si mesmo.

Há muitos estudos e pesquisas que tratam de questões de natureza psicológica e afetiva e das interações entre professor e aluno nos processos de construção do conhecimento. Entretanto, observando o contexto atual, sentimos falta de um referencial conceitual e metodológico que atenda às necessidades de formação humana das novas gerações.

Onde encontrar orientações claras e seguras quanto ao caminho a seguir? Como preparar o adolescente e o jovem, habilitando-os para decidir com segurança sobre os diversos aspectos da vida? A repetição rotineira dos temas tratados nos encontros entre educadores não seria um indicador de que as propostas de solução não estão dando os resultados esperados?

Estamos lidando com os mesmos problemas e questões que ocupam a atenção de educadores, há décadas!

Atualmente, apesar da infinidade de recursos tecnológicos disponíveis para favorecer a aprendizagem, os alunos continuam desmotivados para criar o hábito de estudo, passivos em relação ao exercício de pensar e enfastiados pelo excesso de comodidades tecnológicas. Comparando com as gerações anteriores, a tecnologia passou por uma revolução gigantesca, mas as pessoas mudaram muito pouco: professores não entendem os alunos, os alunos não entendem os professores e ambos desconhecem suas possibilidades intelectuais e afetivas.

Outro aspecto que caracteriza o desafio de educar as novas gerações está no fato de que as escolas e os professores estão sendo solicitados para atuar na formação humana de seus alunos, suprindo funções que antes eram atribuídas ao ambiente familiar. Isso requer uma classe de conhecimentos que extrapola o domínio dos conteúdos curriculares.

Quando se fala de educação das novas gerações, é preciso ter em conta que o professor é o elemento-chave para o êxito da ação educativa. Sua formação, seu conhecimento técnico e, muito especialmente, o conhecimento e domínio sobre sua própria psicologia são fatores determinantes para que possa orientar com segurança e lucidez os processos educativos. A ação docente é influenciada pela concepção de vida, de mundo, de ser humano e também pelo conhecimento que o educador tenha alcançado sobre o funcionamento de seus próprios mecanismos mentais e sensíveis.

A Pedagogia Logosófica – concepção de educação baseada na Logosofia – apresenta contribuições valiosas diante do desafio de educar as novas gerações. Ao mesmo tempo em que se ensina os conteúdos curriculares, oferece às crianças e aos jovens elementos para a construção de conceitos que formarão a base de um indivíduo mais consciente de si mesmo e do mundo que o cerca, capaz de pensar com segurança e acerto, habilitado para bem usar os recursos da inteligência e da sensibilidade.

Neste sentido, a Pedagogia Logosófica propõe uma formação docente que vai além do preparo técnico e do domínio do conteúdo a ser ensinado, dando ênfase à educação pelo exemplo e pautada pelo autoconhecimento. Essa abordagem pedagógica contribui, efetivamente, para a formação de indivíduos habilitados para pensar, sentir, atuar com liberdade e autonomia, equilibrado em suas emoções. É o mínimo que as novas gerações esperam no percurso das diversas etapas de sua formação técnica e humana.

 

(Eduardo F. Barbosa, professor titular e docente de Logosofia)

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