O maior cantor das Américas
Redação DM
Publicado em 4 de março de 2016 às 23:54 | Atualizado há 9 anos“O rouxinol goiano” Lindomar Castilho teve uma carreira brilhante e diz que encerrou a carreira, não canta mais. Nasceu a 21 de janeiro de 1939, em Santa Helena-GO. Foi funcionário da Secretaria de Segurança Pública de Goiás até que começou a sua carreira artística na década de 1960. Gravou, até 1985, 31 discos no Brasil e 10 distribuídos nas Américas, parte da Europa e África. Possui busto em Luanda, capital de Angola e a Praça Castilho, no México, homenagem, principalmente, pelo compacto Voy a rifar mi corazón. Em 1977, conquistou o prêmio Record World International Awards, como o grande cantor popular no México.
Depois não parou mais, gravando, além da Continental, na RCA Victor, na Copacabana, na RGE, na Sony Music, na Polymusic e na Som Livre. Teve três fãs clubes: “Ídolo do povão”, em Santa Maria, RS; “Fã Clube Sul Brasileiro”, em São José dos Pinhais, PR e “Fã Clube O Cantor das Américas”, em Goiânia, GO.
Os cantores românticos brasileiros, que dominaram as gravadoras brasileiras foram, entre outros, que me lembro, Orlando Silva, “O cantor das multidões”, Nelson Gonçalves, Gilberto Alves, Francisco Alves, “O rei da voz”, Vicente Celestino, Silvio Caldas, “O caboclinho querido”, Wanderley Cardoso, Nelson Ned, Augusto Calheiros (A patativa do Norte)… e o nosso “Cantor das Américas”, Lindomar Castilho, que iniciou gravando em 1962, assim que surgiram os primeiros Long playing, na Gravadora Continental, apenas numa noite: ”Canções que não se esquecem”, sendo onze faixas com músicas de Vicente Celestino e uma de Silvio Caldas, cujo diretor era o Palmeiras (Diogo Mulero, da dupla Palmeira & Biá, este, autor de Boneca cobiçada), e em 1964, o LP “Alma, coração e vida”, discos estes patrocinados pelo Bazar Paulistinha.
Na América Central, no tempo dos bolerões, os cantores que encantaram o mundo com seus repertórios, foram, alguns que também me lembro: Pedro Vargas, Miguel Aceves Mejia, Chucho Martinez, Dr. Affonso de Ortiz Tirado, Gregório Barrios, Benvenido Gandra, Trio Los Panchos e seus mariaches… Dos americanos, fui fã do cantor Bing Grosby, “O bom pastor”, que foi “sepultado” um disco seu para ser aberto 50 anos depois (2000); do Frank Sinatra prefiro-o no papel de gangster no cinema. Hoje somente os saudosistas rodam os seus discos, tanto é que está voltando o uso dos long-playings.
Lindomar conquistou vários discos de Ouro e de Platina, sendo Ouro 250 mil vendidos e Platina, 500 mil. Na Gravadora Continental recebeu Disco de Ouro e Disco de Platina com a gravação Ébrio de amor. Discos de Platina na Gravadora RCA Victor: “Coração vagabundo”; Eu vou rifar o meu coração; Você é doida demais; Camas separadas; Nós somos dois sem vergonhas. Discos de Ouro, ainda na RCA Victor: Deusa do Araguaia; Feiticeira; Santa Maria do Brasil e Minha mãe, minha heroína.
Devido aos seus sucessos no México, em 1976, mudou o sobrenome de Cabral para Castilho. “Você é doida demais foi abertura do seriado da Rede Globo,“Os Normais.
A música deixou de ser “sons agradáveis aos ouvidos”, como está nos dicionários, para bateção de estacas, com gritaria e muita ginga. Não existe mais ritmo e nem melodia. As letras, então, nem se fala, não têm sentido, sendo que as pornográficas fazem o maior sucesso.
Wander Arantes, sobrinho e anjo da guarda do Lindomar, juntou em quatro caixas 74 CDs, com os títulos: A saga do seresteiro de Santa Helena – “A música de Lindomar Castilho”. São CDs com músicas de sua autoria, também de outros compositores e de cantores que gravaram suas composições, algumas em parcerias, sendo uma que ele considera especial foi com a sua filha Liliane de Grammont. Gravou várias versões, principalmente em Espanhol.
Membro da Academia Trindadense de Letras e Artes – ATLECA, dedicou um CD com o Hino da Academia composto por ele. Também um CD em homenagem ao Atlético Clube Goianiense, com o hino Respeita as cores.
Sete dos seus CDs: O sentimento do sublime; Alma, coração e vida; Muralha da solidão; Dois CDs (Português e Espanhol), com Carmem Silva, Lindomar Castilho Interpreta Bariani Ortencio e Caminho da Liberdade, contêm as minhas composições: Caminho da Liberdade, Ave Maria, Como eu gosto de você, Araguaia, Castigo para dois, e a versão Somente uma vez.
Em 1995, a gravadora RGE, na comemoração dos seus 40 anos, lançou um CD com as fotos dos seus três principais cantores e suas gravações: Waldik Soriano, Rosemary e Lindomar Castilho, que interpretou a nossa AVE MARIA.
Macktub!
(Bariani Ortencio. [email protected])