Opinião

O mal passageiro é a ausência do eterno bem

Redação DM

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 01:21 | Atualizado há 8 anos

O venerando espírito André Luiz, através do lápis fenomênico de Francisco Cândido Xavier diz textualmente, a quem deseja combater o mal em si mesmo: “Evite a impaciência.” “Você já viveu séculos incontáveis e está diante de milênios sem-fim.”

O mal fugaz e passageiro é simplesmente a ausência do bem. Enquanto aquele está relegado ao desabrigo de sua própria impermanência, o bem essência extraída do amor incondicional é eterno. É imperecível, permanente e perdurará para sempre, como valioso instrumento de transformação moral e espiritual da humanidade.

Enquanto o nefasto e desairoso produz na mente humana a discórdia e o desequilíbrio, o bom pensamento traz serenidade à mente, pacifica a alma e gera a palavra edificante estimuladora das nobres atitudes.

O mal passageiro não raro perece no nascedouro, enquanto o bem permanece para sempre ganhando contornos de universalidade diante dos séculos.

A pessoa que se compraz em pensar, falar e fazer o mal a outrem, não raramente, é uma pessoa que ainda não se auto ama, é mal resolvida interiormente,  e que ainda não despertou sua própria consciência para ampliar os horizontes de seu acanhado e limitado olhar existencial.

O bem que harmoniza o coração e traz serenidade à mente é uma força poderosa que marcando eterna presença na história da humanidade, pereniza por toda eternidade, compelindo o mal a bater-se em retirada.

Eis aqui a constatação de uma realidade vivenciada ao longo dos tempos dentro e fora da vida pública. Após a plena e definitiva instalação do processo regenerador na face da terra,  forças do mal não mais encontrarão permanente guarida no universo político e nem no cenário da iniciativa privada.

A pessoa séria e responsável sente-se compelida pelas forças naturais da lei da vida a afugentar de sua presença e do convívio social as figuras perniciosas daqueles que se comprazem com a prática da maledicência, da mentira e da violência injustificável que hoje grassa por toda parte. É bom ser bom.

Aqueles que vivem a maldizer a vida do próximo, são naturalmente pessoas amargas, arrogantes, gananciosas e desprovidas do sentimento nobre da verdadeira fraternidade.

Quem tem paz íntima não traz exagerada preocupação com a vida alheia. Se “a paz que você procura está no silêncio que você não faz,” lembre-se de que “quem reprova alguém conosco por certo nos reprovará perante alguém.”

Quem tem equilíbrio interior não se utiliza da maledicência para tentar denegrir a imagem de seu semelhante, pois sabe que depois do bem precioso da vida, o próximo é o melhor presente que Deus nos deu.

Antes de maldizer o próximo a pessoa serena e de bem com vida, exalça-lhe as qualidades e se alegra com a influência de suas qualidades morais. Preocupa-se tão somente com as próprias imperfeições, consciente de que corrigi-las é uma tarefa indelegável, de sua única e exclusiva responsabilidade.

O homem sensato e equilibrado não vive preocupado em esparzir o rancor, o ódio e a maldade por todos os poros, endereçando críticas improdutivas e injustificáveis em desfavor das pessoas que o circundam.  Ele sabe, à saciedade, a intensidade da força e do poder extraordinário da lei universal do retorno. Ninguém faz mal a outrem, mas a si próprio.

O homem de bem, realmente preocupado com o avanço material, moral e espiritual da humanidade é comedido, prudente, cauteloso, cordato, amável e reconhece-se como o único responsável pelo pensamento bom ou ruim que faz vir a lume através da palavra falada ou escrita.

O homem de bem não rende culto à própria personalidade, não se julga senhor absoluto da razão e reconhece plenamente que o pensamento desairoso e infeliz nada constrói de bom para fazer avançar a humanidade.

O sensato não se arvora em defensor intransigente de sua verdade pessoal. Ao contrário respeita a verdade dos outros e queda-se genuflexo diante da Verdade absoluta que haverá de libertar e remir os que já a conhecem e os que ainda virão a conhecê-la.

O homem de bem sabe que a razão nunca está de um lado só e reconhece em cada criatura um irmão em humanidade, a quem deve pelo menos, as vibrações do pensamento positivo e o socorro emergencial das   suas preces, ainda que em palavras não articuladas.

Ao constatar a excelência das qualidades morais do homem de bem e a significativa diferença que o separa os arrogantes, maldosos e críticos contumazes das outras pessoas, sem emitir nenhum juízo de valor sobre o comportamento de quem quer que seja, ousamos afirmar que o mal por si mesmo se destrói.

A força do mal é sempre passageira e nunca permanente.  Embora seja livre como o vento, como os pássaros, como a garça voando no arrebol, ela é frágil e inconsistente para percorrer a senda da trajetória de uma longa caminhada.

O mal levando em sua companhia o ódio, o rancor, a mágoa, o ressentimento, o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a maledicência, a inveja, a mentira, a arrogância, o ciúme, a ganância e tantas outras mazelas morais que infelicitam a humanidade, um dia será banido definitivamente da face da terra.

Por ser fugaz e insubsistente como as contradições, as incoerências, os paradoxos, e tantas outras características próprias, que ornamentam este orbe de provas e expiações, um dia ele haverá de dar lugar ou bem eterno e imperecível estabelecendo permanente morada na mente e no coração da humanidade.

Se “o bem que se faz anula o mal que se fez,” é melhor seguir o exemplo do Mestre Nazareno que passou pela vida urdindo o bem, servindo sempre e deixando pegadas de amor e um rastro de luz pelos caminhos percorridos.

 

(Irani Inácio De Lima, advogado e presidente da Associação Jurídico Espírita de Goiás)

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