O poder da palavra na sociedade moderna
Redação DM
Publicado em 11 de julho de 2015 às 22:24 | Atualizado há 10 anosTodo dia alguém abre o jornal para ver se encontra algum artigo meu no Diário da Manhã na Coluna de OpiniãoPública. Fico feliz por saber que num País onde poucas pessoas gostam de ler, ainda é possivel encontrar leitores amigos e meus fãs, como Celso e José Alves, do Sindicato Rural de Rio Verde. É fascinante saber que o meu texto é esperado, mesmo quando falo de assuntos corriqueiros. Agradeço a oportunidade do Jornal Diário da Manhã para publicar meus artigos. Somente a palavra pode mudar o mundo, pois são as ideias que movimentam a sociedade. Não sei qual a metodologia empregada, mas escrevo com autetincidade e emoção, registrando opiniões sobre temas diversos, como futebol, atletismo, racismo, saudades, regionalismo, amores, costumes, divagações, tendências, idolatrias, personagens como Zé da Horta ou Andrea Bastos. São 20 anos de jornalismo, e sei da experiência de publicar ou não um texto, a escolha da atualidade ou responsabilidade, originalidade. Deixo aqui minhas opiniões e observações, relembrando minha trajetória na suadosa Revista Brasil Oeste e também do Jornal Folha da Cidade como articulista e repórter. Escrever é preciso, mesmo quando não somos entendidos, valorizados.
O poder na palavra na sociedade moderna é extrema, ajudando, informando, concluindo, buscando, dilapidando, abrindo o leque das discussões. Talvez a coluna Opinião Pública seja o maior exemplo de democracia na Imprensa, dando uma oportunidade para todas as pessoas deixar suas opiniões, observações e ideologias. Num País de tantos doutores analfabetos e analfabetos doutores, com jogadores de futebol ganhando milhões mesmo sem saber assinar o próprio nome, me sinto feliz de fazer o que gosto, que é escrever. Na Segunda Grande Guerra Mundial, o instrumento mais importante foi uma máquina de escrever usada pelos soldados para passar suas mensagens aos compateriotas; e hoje a internet mexe com o mundo de forma decisiva e veloz. Obrigado pela oportunidade de expor meu pensamento como escritor e jornalista, um humilde operário da palavra escrita. Com certeza, outros publicarão suas crônicas, opiniões, pontos de vista com mais valorização que eu; não me importo, pois a democracia da palavra é para ser vivida, pregada, jamais sonegada.
Escrever é uma benção, uma anestesia da alma, uma postura profissional e cotidiana, colocando mensagens de contentamento e mesmo rebeldia. Os artigos assinados não perdem o seu valor, já que são textos frios. E assim o jornal faz a sua História, sua corrente de opiniões. Deixo a vocês, editores deste diário, o critério de publicar ou não meus artigos, pois já me sinto feliz de ter muitos textos publicados e elogiados por amigos e profissionais da própria Imprensa. Somente a palavra pode sangrar, alegrar, sugerir, deixar respostas e perguntas inquietantes, de barianio Ortêncio a um simples escritor do interior. Mesmo correndo o risco de ser repetitivo, deixo aqui a todos que publicaram e leram meus artigos, como os amigos Celso e José Alves, um forte agradecimento. O exercício da democracia passa pela comunicação, e sei da capacidade crítica de vocês. Parabéns a todos os colegas que escrevem suas opiniões que são aqui esboçadas como artigos nas páginas vibrantes do Diário da Manhã. Já dei a minha colaboração em tudo que enviei, mesmo quando não fui compreendido. Na era digital todos podem ser escritores, e talvez tenhamos mais leitores no Brasil de tantos contrastes e jeitinhos, proprinas e meritocracias.
Apenas 26 letras, de um alfabeto cúmplice, e de lá todas as palavras são retiradas e formadas para comunicar uma notícia, aviso, saudade, poema, protesto, mensagem de otimismo, resultados dos jogos de futebol e outros esportes, novidades da ciência e política, assim como as fofocas das mulheres e a vontade dos homens. Continuem escrevendo e acreditando no poder da palavra, pois o homem é o único habital com a linguagem articulada, capaz de expressar os seus sentimentos e conhecimentos, mesmo quando não é entendido, aplaudido. Um abraço para todos os escribas de Goiás e do Brasil, operários dos temas e fonemas de uma sociedade imediatista, capitalista, dinãmica e tão carente. Obrigado pela publicação de meus artigos e demais companheiros da palavra escrita, o nosso sonho não termina aqui. O exercício da cidadania passa pela expressão do pensamento, construindo um mundo onde todos possam ter voz e vez. E que nossos textos não sejam apenas pretexto para esconder nossa timidez goiana, cigana, metropolitana ou interiorana.
(José Carlos Vieira, escritor, jornalista do Jornal Folha da Cidade, Rio Verde. E-mail: [email protected])