O político preso
Diário da Manhã
Publicado em 9 de agosto de 2018 às 22:28 | Atualizado há 7 anos
Influente na criação do Budismo Zen, e um dos participantes ativos do período das “cem escolas de pensamento”, por volta do século IV, o chinês Chuang Tzu, fazendo jus ao seu ceticismo, escreveu: “Um pequeno ladrão é colocado na cadeia. Um grande bandido torna-se governante de uma nação”.
Por uma dessas razões que a mixórdia legal brasileira ainda permite, o prisioneiro Luiz Inácio Lula da Silva procura todas as ranhuras possíveis para tornar possível a sentença do mestre oriental. Para conseguir seu intento mantém recursos inesgotáveis, banca advogados milionários e possui seguidores dignos das seitas inabaláveis.
Não é, claro, um pequeno ladrão. A teia de corrupção montada por ele, com auxílio de siglas partidárias de todos os matizes, o coloca no pedestal como a autoridade que deixa no chinelo criminosos que se tornaram lenda.
É difícil engolir, e pode até ser que Lula consiga ser presidente por vias tortas. E mesmo condenado possa ditar regras, tão acintosamente, estando atrás das grades. Como isso é possível? Muito fácil de entender.
Não é de hoje que a nação brasileira convive, como se isso fosse algo dentro da normalidade, com chefes de quadrilha dando ordens, que são cumpridas fielmente, mesmo estes atrás das grades. Lula não é uma exceção, é regra.
Evidente que os que rezam no evangelho do lulopetismo vão jurar, e esconjurar que não concorda, que ele é diferente por que se autodenominou como preso político. Não é! Trata-se de um político preso! Por circunstâncias que se atrelam à frouxidão moral e escárnio com a lei. Estamos neste lodo em que um sentenciado se força na condição de ser escolhido ao maior cargo da nação brasileira.
Somente Lula, com sua arrogância infindável, seria capaz de tamanha façanha. Um grande bandido. Por isso, nada mais, ainda tem chances.
(Rosenwal Ferreira, jornalista)