O preconceito destrutivo de certas mulheres
Redação DM
Publicado em 27 de agosto de 2016 às 03:05 | Atualizado há 9 anosO pensador Augusto Branco escreveu certa vez, que “a vileza e a ingratidão estão sempre dispostas a vitimarem as pessoas mais bondosas. Por isso é que ser bondoso nesse mundo não é para os fracos, é para os fortes”. De fato não é possível ao fraco, principalmente ao de caráter, ser vítima da ingratidão, eis que a tal não lhe sobra honra para fazer o bem. A deputada Iris Araújo foi odiosamente atacada em 25/08, nesse espaço. Foi uma agressão gratuita, perpetrada por alguém que dela recebera honrada consideração. A mesma verve que serviu de ataque rasteiro à Dona Iris, foi por ela incentivada em passado próximo, eis que a nobre Deputada enxergava nessa pessoa uma porta-voz do bem. Como mulher, impele-me a obrigação natural de insurgir-me contra tamanha ingratidão e contra o asqueroso machismo implícito em tal artigo. Não apenas por tratar-se de uma pessoa que muito tem feito por Goiás e pelo Brasil, mas, sobretudo, por tratar-se de uma mulher, uma figura emblemática, em cujo exemplo muitas de nós encontramos forças para enfrentar as várias facetas da discriminação e preconceito que vitimam as mulheres brasileiras, como é o caso do próprio artigo a que me referi.
Dona Iris é, antes de tudo, uma mulher de fibra. Uma mulher que tem nos brindado com o exemplo da luta destemida pelo bem coletivo, pela luta em defesa dos direitos das mulheres e pela defesa inalienável dos mais necessitados. Enquanto presidente da Fundação Ulisses Guimarães em Goiás, núcleo pensante do PMDB no estado, Dona Iris tem feito muito pra que nós, mulheres, saiamos do lugar comum da subjugação e da subserviência e nos lancemos na conquista de espaço igualitário na seara da convivência em sociedade. No Congresso, Dona Iris pautou seus mandatos em defesa das donas de casa, das empregadas domésticas e de todas as mulheres trabalhadoras, força motriz do nosso País. O Projeto de Lei 1638, aprovado na Câmara, por exemplo, permitiu que se reduzisse o prazo de carência para aposentadoria das donas de casa de baixa renda. O prazo de contribuição caiu de 180 meses para 120 meses. Essa foi apenas uma das muitas conquistas de Dona Iris em prol das mulheres de Goiás e do Brasil.
Posso dizer que sou uma privilegiada. Dela nunca recebi benesses materiais, mas tenho aprendido muito com a sua experiência, o seu caráter e sua dedicação para fazer o bem. Admiro a sua força e a sua obstinação pela probidade, pela moralidade e pela forma responsável que trata a coisa pública. Dona Iris me ensinou, por exemplo, que a honestidade não é uma virtude a ser vendida em baratas peças de marketing, mas um dever moral de todos os cidadãos de bem, que não devemos negligenciar o nosso dever de fazer o bem e zelar sempre pela coletividade. O fisiologismo é palavra que não consta no dicionário da Dona Iris.
A política, infelizmente, tem servido de balcão de negócios, de compra de apoios e de votos. Muitos buscam a aproximação de pessoas públicas no intuito apenas de se locupletarem da política. Não querem servir, mas serem servidas. Aqueles e aquelas que não obtêm sucesso com a desprezível prática da bajulação barata, partem para o ataque, pois, na cabeça de quem é desprovido de caráter, o insucesso da empreitada de levar vantagem em tudo, é algo inconcebível. O ódio impresso no artigo da missivista que ataca Dona Iris salta aos olhos. Tentar desconstruir a história dessa grande mulher, que por mais de 50 anos acompanha, como principal protagonista, a gloriosa carreira política de Iris Rezende e que já escreveu sua própria saga nos anais da história política goiana, é um profundo despeito de quem jamais experimentará o reconhecimento de todo um Estado.
Assim como Iris Rezende, Dona Iris é patrimônio dos goianos e, muito além de ser coadjuvante no processo político do Estado de Goiás, é uma das principais responsáveis pela grandiosidade do PMDB. Foi vice-presidente nacional da legenda e como tal ocupou a Presidência Nacional do PMDB durante um ano quando o titular Michel Temer assumiu a Presidência da Câmara, e hoje faz parte da Executiva Nacional do PMDB. É peça chave nas decisões partidárias e um exemplo para todas nós, mulheres do partido. O artigo que a agride é carregado de preconceito que nos remete ao machismo arcaico, que por séculos renegou às mulheres a condição de personagem menor na sociedade e que, a partir de atitudes de mulheres como Dona Iris, tem perdido forças, principalmente na política. O papel de mulher que a articulista insidiosamente tenta atribuir a Dona Iris não faz jus ao incansável trabalho dessa mulher abnegada pelo bem comum. Dona Iris não é sombra de Iris Rezende, mas uma companheira de luta que ajudou a construir a carreira de sucesso do marido e, por conseguinte, um Goiás melhor. A altivez de Dona Iris não pode ser confundida com arrogância, senão por aqueles e aquelas que não compreenderam ainda que política não se faz com conluios e promessas para dilapidar o patrimônio público, mas com respeito e responsabilidade. Àqueles, que de forma vil, tentam macular a honra de pessoas cuja história o tempo, em sua sabedoria inquestionável, já escreveu, deixo um ensinamento: “a misericórdia de Deus será sempre maior do que a sua ingratidão”.
(Viviane Mota Freitas, membro do movimento do PMDB Mulher de Goiás)