O protagonismo das mulheres
Redação DM
Publicado em 8 de fevereiro de 2016 às 23:24 | Atualizado há 9 anosApenas 11% do Congresso Nacional é representado por mulheres. Em busca de mudar esse cenário, a bancada feminina do Congresso Nacional, composta por 65 parlamentares (52 deputadas e 13 senadoras) trabalham para aprovar uma emenda à Constituição (PEC), que reservará espaços para a mulher nos legislativos no Brasil. De acordo com a proposta, seriam 10% nas próximas eleições, 12% na seguinte e 16% nas que se seguirem.
De acordo com informações veiculadas no site do PPS Mulher Goiás, a taxa de participação feminina no Legislativo brasileiro é menor, por exemplo, que no Conselho de Representantes do Iraque (25%) e no Congresso Nacional da Argentina (em torno de 35%). Felizmente, a campanha “Reforma – Mais Mulheres na Política”, levada a todo o país, surtiu os efeitos desejados e esse objetivo, com certeza, será alcançado, até porque as mulheres estão imbuídas do firme propósito de contribuir para o aprimoramento das instituições e da democracia no País.
Aliás, o Senado já aprovou, no ano passado, a PEC que prevê cota para mulher no Legislativo, de acordo com a reivindicação da bancada feminina, ao passo que a Câmara Federal rejeitou cota de 15% para mulheres nos cargos parlamentares. A medida precisava de 308 votos a favor, mas recebeu apenas 293. Com isso, a luta das mulheres, que é apoiada por parte significativa dos homens, continua. Mas existem os radicais, ao exemplo do deputado João Rodrigues (PSD-SC), que é contra essa questão de cota no País. “A disputa é igual para todos, que ganhe quem for mais votado”, afirma.
Mas, apesar de certa queda de braço, acredito piamente que as mulheres, mais uma vez, saíram plenamente vitoriosas nessa batalha, até mesmo porque trilhou o caminho certo até aqui, promovendo democraticamente a participação da sociedade nessa discussão. Atualmente, 52% da população do Brasil são compostos por mulheres, por isso, ao exemplo de muitos homens por aí, entendo que nosso sistema político tem que representar a diversidade da população brasileira. Seria um passo importante para nossas instituições estarem mais sintonizadas com a própria população do País.
Trata-se de um debate importante, porque um dos problemas das candidaturas femininas é a falta de apoio dos partidos. Para enfrentar o empecilho, foi criada a proposta da lista partidária com alternância de sexo, ou seja, uma mulher seguida de um homem. A verdade é que o protagonismo das mulheres em todos os espaços, inclusive nos de poder é uma luta de todos.
(João Nascimento, jornalista)