O que fazíamos sem a internet?
Diário da Manhã
Publicado em 27 de abril de 2016 às 00:38 | Atualizado há 9 anos
É incrível como nos acostumamos à modernidade, em pouco tempo as invenções se solidificam em nosso cotidiano e, surpresa, parece que sempre estiveram lá – claro que isso não é verdadeiro.
Todos ou a maioria com mais de 40 anos dirigiram carros sem direção hidráulica (não porque não existissem, os preços é que eram proibitivos), datilografaram de forma romântica e usaram corretores líquidos abundantemente, levantaram para trocar o canal da TV, colocaram milho de pipoca nas panelas, registraram momentos nas películas fotográficas… os exemplos são inúmeros, precisaria usar um site de busca(!)
Porém, nada invadiu e nos fisgou tanto como a “rede mundial de computadores”, a World Wide Web (www), a web para os mais íntimos – basta pensarmos que em 1990 não existia para o grande público e em apenas 20 anos não se vive mais sem ela.
Encontra-se de tudo e tudo está à mão, os livros de receita que nossa mãe, tão zelosamente, guardava para casos de necessidade não tem mais serventia, é só clicar – as enciclopédias volumosas e símbolos de status ficaram somente como símbolos, as notícias quase antecipam aos fatos –, é clichê, mas somos mais aldeia que nunca.
Acostumamo-nos a essa facilidade, seja para entretenimento, passatempo inútil, informação, socialização. – Mas como vivíamos antes dessa revolução ?
Talvez a memória me falhe, mas parece que nos saíamos muitíssimo bem, havia o Jornal Nacional, as revistas semanais, os jornais diários, rádios AM, as fofocas familiares – também me lembro que havia mais tempo para o lazer ou para o simples ócio, para os livros ou para a sessão da tarde, havia a televisão e as novelas – estávamos conectados, só não sabíamos.
Nesse contexto, a internet se transforma em simples ferramenta que se junta às citadas, pois tudo que existia ainda existe e tem utilidade, a bem da verdade, a revolução veio somente aprimorar, não alterar – e isso é ótimo, significa que não há porque temer o futuro, eventualmente ele será ou se mostrará radicalmente alterado, mas não estaremos aqui, é preciso um interstício de séculos ou mesmo, milênios.
Hoje é possível fazer tudo que se fazia antes e mais, se quiser ou se for preciso: um sistema wifi não inviabiliza os livros nas prateleiras, o Jornal Nacional está aí pra quem queira, as fotos com filmes de revelação tem seu valor, as redes nas varandas são um ótimo local para visitar os museus do mundo dentro da outra rede.
Somos uma raça adaptável e nos adaptamos, claro que a pergunta do título é retórica e sempre será, a cada novo invento, a cada recente tecnologia, nós conseguiremos agrega-las em nossas vidas de experiências anteriores.
As gerações nascidas dentro já das novidades, um dia lembrar-se-ão do seu passado e seguirão o exemplo com as ulteriores descobertas, quando se perguntarão – o que fazíamos antes sem a viagem no tempo?
(Olisomar Pires – olisoblog.com)