Opinião

O sorriso de Deus

Redação DM

Publicado em 4 de março de 2016 às 00:48 | Atualizado há 9 anos

Caros leitores, afinal o que é o dia? Podemos iniciar nossa mensal conversa a partir deste simples questionamento. Alguns possuem orgulho de seus feitos, outros se envergonham das sementes que tem semeado no mundo. Mas isso também não importa, o que importa é que se ao final deste encontro, de mim com vocês, consigamos ao menos compreender o significado do dia.

Ah, poderiam dizer vocês, o dia é a natural alternância entre as noites e assim sucessivamente, no decorrer do tempo, é desta forma que se pode medi-lo ou acompanhar sua decorrência, do ponto de vista físico, do mundo.

Bom, isso para aquilo que se vê é de fácil entendimento de todos, porém do ponto de vista íntimo. Mas íntimo de quê a final? Hoje, mais do que nunca é preciso que se tenha um tempo de intimidade com Deus, assim reformulemos a pergunta: Do ponto de vista dessa intimidade com Deus, como você define o dia?

Não pense que a resposta seria algo complexo ou que careça de explicações profundamente filosóficas não, pois as coisas de Deus são, na sua essência, simples por sua natureza divina. Para termos uma boa explicação, basta relembrarmos o feito de Jesus. Ele falava por parábolas, a fim de que o homem voltasse para si e se encontrasse com sua partícula divina.

Talvez, amigos leitores tenham alguns casos reais para conseguirmos responder o que é o dia. O dia, para aquele que se encontra num leito de dor é mais uma chance para viver, o dia para o órfão é mais uma oportunidade de se sentir pertencente a uma família que o acolha com dignidade, o dia para o arrependido é mais um tempo para se pedir o perdão a seu ofendido ou ofensor.

Eis um significado mais importante para o dia em que vivemos agora neste momento. Agradeçamos ao Criador por permitir que vivamos mais este dia pela sua graça, e que nos dê senão uma cruz mais leve, ombros fortes para conduzi-la até o final de nossa jornada.

Dois homens saíram de um pequeno vilarejo portando duas cruzes, que seguindo as tradições locais, deveriam ser postas ao topo da uma grande montanha, a fim de que pudessem agradecer pela farta colheita. E assim saíram bem cedo, pois, a caminhada era longa e sinuosa, com diversos obstáculos naturais existentes naquela região.

O primeiro homem saiu á frente e decidiu cumprir o trajeto conforme os anciãos determinavam, mas o segundo, se julgando mais esperto, resolveu buscar um atalho. Com o cair da noite o segundo homem entrecruzou num ponto, com seu companheiro e para passar á frente do mesmo, decidiu cortar sua cruz para apressar sua caminhada.

No outro dia, surge á frente um lindo bosque e ele decide descansar. Logo que o sono se foi, deparou-se o segundo homem com um grande abismo, cujo fundo não era possível se avistar. E qual não foi seu espanto em perceber que havia prejudicado a si mesmo, ao julgar que seu companheiro representava para sua destorcida visão, seu adversário.

Teve ele então que retornar ao ponto inicial e repor a parte retirada para ultrapassar o trajeto. Após sua chegada, em casa sua família o acolheu. Mas ele, mesmo feliz continuava a se preocupar. Deitou-se pensativo, beijou sua esposa e adormeceu.

Na madrugada, acordou assustado e foi cobrir suas crianças no quarto ao lado. Antes de adormecer, sentiu-se envergonhado, com remorso pelo que fizera cortando sua cruz. Mas para sua surpresa, assim que amanheceu o dia, percebeu uma forte alegria no coração, então compreendeu que um das dimensões da vida está contido no dia.

Assim, podemos dar ao dia um novo sentido: é o dia o sorriso de Deus, este sorriso que nos dá a esperança de que o sol sempre brilhará. Tenha um bom dia!

 

(Luciano Roriz , graduado em História e especialista em História do Brasil – UFG. Pedagogo pela Universidade Vale do Acaraú-CE – UVA)


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