Os reflexos da Operação Lava Jato nas eleições de 2018
Diário da Manhã
Publicado em 4 de março de 2017 às 02:39 | Atualizado há 8 anosAlém do dever de votar, votar de forma consciente sapiente – sapiente, leitor, significa sabido termo que se aproxima de sábio – e, quanto mais sapiente o seu voto, melhor será a sua visão, oportunidade de escolha dos candidatos, que irão representá-lo nos poderes legislativo e executivo do município, estado e país. Como dito, além de votar, você terá que participar ativamente, e de forma ordeira, da vida política de sua comunidade, lugar onde mora. Essa participação é tão importante para o funcionamento singular, exemplar da república, que constitui a maior virtude pública da democracia. O voto, na realidade, constitui passaporte para a vida, realmente, republicana. Ele assegura ao eleitor, o direito de influir, fiscalizar, controlar os gestores públicos eleitos, ou seja, contratados por meio dele, voto, para bem servir a comunidade.
O desvirtuamento da república, ao longo de sua história, se deve ao seu mau uso: voto subserviente leniente, ainda hoje, renitente, usual pela maioria da sociedade eleitora brasileira. Tudo por culpa da escola, na plena aurora do terceiro milênio omitindo a disciplina de educação política, nas salas de aulas. Com efeito, no tocante a lei, o voto secreto soberano, foi instituído antes da república, já no final do Império, porém, devido aos usos e costumes, usos abusivos, costumes degenerados, mourejou no papel por toda a velha república. A própria educação, no entendimento da república coronelista, coronel de patente, podia esperar, pois ganhava-se a eleição por meio do voto de cabresto, fraude eleitoral.
Contudo, para o bem da democracia, e assim, da sociedade, urge mudar, pois, prossegue ela, fraude eleitoral, produzindo pesadelos catastróficos para a nação, como a atual recessão econômica, onde o grupo dominante, no poder, fez o diabo, mas, conseguiu ganhar, por meio de fraude, a eleição, legando caos financeiro, dívida megatérica para a sociedade contribuinte pagar. Deve, pois, o estado de direito, os cabelos da cabeça, o desajuste fiscal levou o governo, pela primeira vez a fixar teto dos gastos públicos e levar à plenário, projeto de reforma da Previdência social, há três décadas carecendo de modernização, adequação à realidade brasileira. O país gasta, na atual conjuntura, quase duzentos bilhões de reais com previdência, digerindo recursos que poderiam ser investidos, e, assim, alimentar o crescimento econômico, ajudando-o a sair do atoleiro deixado, pelo governo populista, e, ainda, bolivariano do Pt. Outrossim, criar os meios para uma substanciosa poupança, pois a atual, está situada entre as mais magras do planeta, o que muito concorre, para os juros estratosféricos, estimuladores do processo inflacionário. Entretanto, por obra da magia ou milagre, a nossa, enfim, começa a baixar.
Mas, voltando as eleições, objeto deste artigo dirigido ao valoroso Diário da Manhã. As eleições de 2018 – eleições que sempre foram nababescas, inclusive a última, ora sendo investigada em processo de julgamento, o processo eleitoreiro faraônico – poderá mudar com a proibição de donativos pelas empresas jurídicas, aprovada pelo STF. De forma que, elas que pintavam e bordavam subsidiando, com todo requinte, as campanhas faustosas, fazendo da política neste país, o melhor negócio do mundo, passando a perna, a rasteira, até no banqueiro, não poderão mais, conforme determinação da mais alta corte deste país, financiar, fraudulentamente, como vinham fazendo, as campanhas eleitorais. Não fosse leitor, a princípio o “Mensalão”, conduzido de forma exemplar, temperança, pelo, então presidente do STF, Joaquim Barbosa e, agora, conjunturalmente, a operação “Lava Jato”, dirigida brilhantemente pelo Juiz Sérgio Moro, em Curitiba, arrancando do oficioso para o oficial a “Delação Premiada” tudo continuaria: “Dantes, como na corte de Abrantes”.
Com efeito, o alvoroço todo veio, com a delação premiada, ora rendendo dividendos, nunca dantes visto, no rumoroso processo de enquadramento de corruptos e corruptores dos cofres públicos. De modo que, serão todos denunciados e enquadrados, afugentando das reeleições viciadas e, creio, vitalícias, centenas de pseudos representantes do povo, e, ao mesmo tempo, servindo como aviso, advertência, a centenas de outros, que surgirão, no cenário político se candidatando. Imagine leitor! Aproveitando a grande vacância, debandada, imposta, forçada pela lei, para passar a limpo, asfixiar, peremptoriamente, a atual banda podre da república. De modo que, sem querer querendo, como sempre repetia, o saudoso Chaves, do programa cômico, haverá para o bem da democracia, grande alternância, substituição de antigos, quase vitalícios, por novos, tanto no Senado, como na câmara dos deputados, o mesmo, acontecerá, no âmbito estadual e municipal.
Pena, fosse a nossa sociedade politizada, estaria ela, fundada no artigo 14, alínea III, mobilizando a nação, com projeto de lei, propugnando, deveras, pela redução, pela metade do atual número de deputados, senadores, estes, de um terço. Nos estados e municípios, de igual forma, que no ápice, diminuindo o número de deputados estaduais e vereadores à metade. A economia de gastos púbicos no poder legislativo nas três esferas, ajudaria, em muito, a equilibrar as contas, muito mais investir, investir para valer, em educação, saúde, segurança, qualidades. O leitor deveria conhecer, saber bem, que o maior processo de distribuição de renda, mormente, nas condições brasileiras, onde grande parte dos estudantes que termina o curso secundário, mormente, nos municípios interioranos, não sabe ler e escrever direito. São analfabetos, em educação política, política como arte de promover o bem-estar da sociedade, e, jamais, a que está em voga, mostrando todo seu talento, no “Petrolão”, talento negativo, escabroso, leitor. Da forma como expressa, verdadeira, clássica, universal, constituí o instrumento, dispositivo que faz a democracia funcionar, produzir, como produziu no passado longínquo, o bem-estar de todos, nuca privilégios, mordomias, para os que estão no poleiro, ou, ocupantes do poder.
Eleições, campanhas eleitorais, para coadunarem, com o autentíssimo sistema democrático, terão que ser singelas, com os candidatos, no lugar do fausto, milhão, gastando as solas dos sapatos, conversando ao vivo com eleitores, ouvindo suas queixas, clamores ou, até mesmo, louvores, quando o representante for autêntico, honrando o cargo eletivo, que a sociedade eleitora lhe confiou, pelo voto consciente sapiente, nas urnas.
Oxalá, a Operação Lava Jato, em ação, subsidiada, antecedida que foi, pelo “Mensalão”, consiga realizar virtuosa mudança de paradigma neste país, influenciando, peremptoriamente, as próximas eleições, tornando-as marco indelével, na história da república. Neste caso, ingente processo de oxigenação do poder, oxigenação permanente e, não caduca, para que o sol da liberdade afugente as trevas atuais, brilhando, para a amplidão da democracia, constituí imperativo, que a Justiça eleitoral, faça, com esmero, a sua parte, cumpra sua missão, passando rasteira na fraude eleitoral, tanto concitando a sociedade eleitora para participação cívica, civismo em dose ômega, no pleito, como fiscalizando, vigilância máxima, afim de frear, pegar com a boca na botija, os mafiosos, assegurando transparência, sem igual, nas eleições vindouras, para presidente da república e governos estaduais, senadores e deputados, fazendo a república, desta feita, funcionar, deveras, no seu todo, para a sociedade brasileira, ora sofrida, um tanto descrente com os atuais governantes.
(Josias Luiz Guimarães, veterinário pela UFMG, pós-graduado em Filosofia Política pela PUC-GO e produtor rural)