Os unicórnios foram extintos por Adão?
Redação DM
Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 02:02 | Atualizado há 9 anosUma antiquíssima e, lógico, desconhecidíssima lenda judaica, narra que o primeiro homem, Adão, na primeira noite no Jardim do Éden, ficou tão temeroso, tão amedrontado e horrorizado com o “desaparecimento do sol”, pensando que Deus havia se zangado com ele e, que, portanto, a escuridão era um castigo e perduraria para sempre, que resolveu sacrificar um dos animais mais lindos do tal jardim mágico, um unicórnio, uma espécie de cavalo alado, com asas, com o intuito de aplacar a tal zanga ou fúria de Deus e, lógico, sacrificou, queimou vivo, um espécime macho. Não é que deu certo e o sol logo reapareceu? Adão acabou por compreender o ciclo diuturno, o dia e a noite, mas, e com isso, lógico, acabou também, ou extinguiu com a espécie, então, pensei: nosso primeiro pai teria sido o criador dos rituais de sacrifícios queimando animais, inclusive os praticados no Templo de Jerusalém aonde, o sangue dos animais sacrificados chegava até os joelhos dos funcionários que o ensacava – o sangue – em bolsas de couro para ser vendido para os agricultores que usavam-no como adubo nas plantações, principalmente de uvas. Tal pratica não contrariaria as leis mosaicas que determinavam que o sangue de todo o animal deveria voltar ao solo porque dele fora tirado, enfim, foram estes absurdos que fizeram com que Jesus Cristo, lá no templo, tecesse uma corda e desse uma coça, chamando todos eles de hipócritas, safados, que faziam da casa do seu Pai um templo para o comércio, enfim, até hoje, lógico, muitas religiões e seitas sacrificam animais em rituais parecidos. Se o misericordioso leitor achou fantástica a estória sem agá sobre unicórnios, cavalos alados extintos, talvez gostará de saber que quando conto, para alguns amigos, que se dizem católicos, evangélicos e espíritas e de diversas outras religiões e seitas, que no livro de Gênesis, lógico, o primeiro da Bíblia, e do pentateuco, logo na segunda página, existe o relato de um diálogo entre a esposa, ou melhor, mulher de Adão, Eva, com uma serpente, ou melhor, uma cobra, eles acham que eu estou com piadas e, quando afirmo que logo adiante, no Capítulo 6, são narrados os fatos que antecederam o dilúvio, ou seja, que anjos se materializaram e se “casaram” gerando filhos, sempre, do sexo masculino e híbridos, pois, não podiam gerar filhos, então, quando digo que além de serem extraordinariamente altos e poderosos em força física, detestavam os homens comuns e destruíam-nos esmigalhando suas cabeças com apenas uma mão alguns pensam, certamente, que eu estou delirando. Em linguagem bem facilitada, para as crianças, vou contar, no próximo parágrafo porque, segundo os mestres, parágrafos extensos afugentam leitores eventuais, então, vamos ao próximo, ei-lo:
Deus havia dito para Adão que não comece, sequer se aproximasse, do fruto da árvore que estava bem no meio do Jardim do Éden. O relato é bem feito, detalhista, narrando que os olhos de Eva se anelaram pelo fruto e não é que uma serpente apareceu e falou para ela assim: Foi assim que Deus disse, que se você comer desse fruto você morreráno mesmo dia? Pois eu garanto que no mesmo dia em que você comer, forçosamente os seus olhos se abrirão e você será igualzinha a Deus, sabendo o que é bom e o que é mal. Como é característico das mulheres, Eva não resistiu a curiosidade, não suportou a tentação da cobra e acabou por comer do fruto. Lógico que os seus olhos se abriram para o que é bom, mas, pior, muito pior – porque ela ainda não estava preparada, evoluída… – abriram-se para o que é mal, também, tanto que ela percebeu, segundo os relatos, que estava nua e sentiu vergonha, ali acabara-se a sua inocência. Eu creio que Adão esperou Eva digerir o fruto, ou seja, esperou para ver se ela iria morrer no mesmo dia, como Deus havia declarado. Claro que ela não morreu no mesmo “dia humano”, ou terráqueo, de 24 horas, porque, conforme os mesmos relatos, teve filhos, netos, bisnetos, tataranetos, enfim, ele, Adão, vendo aquele comportamento estranho, libidinoso, enfim, os olhos dela, de Eva e, lógico, constatando que ela não havia morrido no mesmo dia conforme Deus houvera dito, ficou seduzido e acabou comendo do fruto, então, o Diabo – que como dissemos outrora, significa pai da mentira, muito apropriadamente – conseguiu mentir falando a verdade, por mais incrível e paradoxal que pareça. Se eles não morreram no mesmo dia, Deus teria mentido? Foi o apóstolo Pedro, em 2. Pedro capítulo 3, que elucidou a questão, o mistério. Em tradução mais que livre: E não vos esqueceis desse único fato irmãos, que um ano para Deus, ou um ano nos céus, é como mil anos na Terra, assim, como ninguém viveu mais que mil anos, Adão e Eva morreram no mesmo dia que comeram do fruto. Este assunto, eu acho, merece continuação. Até.
(Henrique Dias, jornalista)