Ousar lutar por uma Universidade Popular
Diário da Manhã
Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 01:02 | Atualizado há 7 anos
O Movimento por uma Universidade Popular (MUP) na UFG vem crescendo e apresentando a necessidade de luta frente ao atual rumo que as Universidades Brasileiras vem tomando. Esse é um tema central para os estudantes da UFG e também para toda comunidade, por isso ter um DCE-UFG-Diretório Central de Estudantes que volte a potencializar as lutas estudantis é fundamental. No atual cenário de Golpe de Estado do Governo Temer observamos cada vez mais o corte de recursos para educação, assistência estudantil e políticas sociais.
O Estado corta os recursos públicos, e o que resta utiliza para investimento e financiamento dos grandes barões do ensino privado. Isso nos preocupa, pois a partir do momento que essa verba pública é destinada às empresas de ensino privado, muitos estudantes não se inserem no ensino público devido a falta de vagas, e os que estão nas universidades públicas não conseguem se manter sem assistência estudantil.
A UFG assim como tantas outras universidades do país, se insere em uma lógica de mercantilização da educação, chegando ao ponto de termos grandes empresas utilizando dos serviços e da ciência produzida na Universidade para obterem mais lucros. A privatização se apresenta de diversas formas: Empresas Júnior, Incubadoras, Parcerias Público-Privada, Extensão dirigida a interesses de mercado e Fundações Privadas. Tudo isso vemos hoje dentro da UFG escamoteado sob o discurso de oferecer oportunidades de mercado a estudantes, ajudar no financiamento da universidade e auxiliar o desenvolvimento tecnológico do país. Porém isso nada mais é que fazer da Universidade Pública um guichê para atender os interesses privados, dos mais ricos e de grandes empresas. O que vemos na prática é uma empresa pagando um salário irrisório para um estudante sob argumento de oportunidade, é o grosso da pesquisa dirigida para o Agronegócio e de costas para a Agricultura Familiar, é um ensino dirigido para formar profissionais que atuem em clínicas privadas e não na saúde pública, é o desmonte e enfraquecimento das Licenciaturas.
O que estamos aqui dizendo, é que um tipo de Universidade está sendo implementada. E nós, enquanto estudantes, que nos propomos a sermos agentes de mudança nesta Universidade não podemos nos calar. Devemos disputar os rumos que a Universidade toma. Devemos construir e lutar por um tipo de Universidade que esteja voltada para os problemas da maioria marginalizada da população, para as necessidades dos trabalhadores e seus filhos.
Por isto, convidamos o estudante que também se inquieta com as coisas como estão, que vê o DCE como um espaço de intervenção para a garantia de direitos, como uma possibilidade de discussão e disputa de um outro projeto para a UFG, para nos juntarmos em um movimento que Ouse Lutar e faça a diferença.
Vamos construir e aprimorar um programa de luta para a ação do DCE. Ousar lutar!! Por uma Universidade Popular.
Nícolas Arantes, estudante de Biologia da UFG e membro do MUP – Movimento por uma Universidade Popular