Opinião

Para antes e, essencialmente, depois dos 60

Redação DM

Publicado em 8 de abril de 2016 às 03:15 | Atualizado há 9 anos

Embora no início um pouco resistente, ao ver minha esposa tão entusiasmada com o novo meio de comunicação, denominado rede social, incluindo aí tantos aplicativos e formas, resolvi aderir. Pois não é que a coisa é interessantíssima! Já redescobri e reencontrei tantos amigos que há anos não encontrava. Descobri parentes que nem sabia que existiam. Leio e participo de comentários e matérias postadas por muitos intelectuais e outros nem tanto; uns dispensáveis, mas outros, na grande maioria, que trazem esclarecimentos e conhecimentos tão essenciais nos dias de hoje, em especial quanto ao momento que vivemos em nosso País. E assim, tenho recebido por email ou via rede social, whatsapp, nosso zap zap, muitos artigos e crônicas interessantes.

E como sei que muitos sessentões ainda resistem à nova tecnologia e se apegam única e exclusivamente à leitura de jornais, transcrevo o texto abaixo, que recebi de uma amiga exatamente por email, ao qual insiro  algumas adaptações, para que todos já na idade da razão e, principalmente, meus contemporâneos, possam deleitar e quem sabe aplicar em suas vidas o conteúdo que cabe tão bem na vida de cada um de nós:

Está na hora de usarmos as poupanças que reunimos durante a nossa vida, por menores que sejam. Não as guardemos para que outros as gozem, esses que não conheceram o sacrifício de saber poupar. Não é tempo de invenções, mesmo que pareçam maravilhosas, pois só trarão angústias, agora é tempo de paz. Deixemos de nos preocuparmos com a situação financeira dos filhos e netos; não nos sintamos culpados por gastar o nosso suado dinheiro conosco mesmos. Já lhes oferecemos o possível, como uma boa educação e princípios morais. Agora é deles a responsabilidade de se saberem gerir. Sejamos um pouco egoístas, mas não usurários. Passemos e gozemos nossos prazeres, de que nos privamos, para que aos outros mais próximos não faltasse o necessário. Tenhamos uma vida saudável, sem grandes esforços físicos. Façamos ginástica moderada e alimentemo-nos sempre bem. Compremos o melhor e o mais fino. Nesta altura da vida, o objetivo chave é gastar nossas economias conosco mesmos, com os nossos gostos e caprichos. Lembremo-nos que o dinheiro, depois que morrermos, só gerará ódios e rancores e disputas. Não nos angustiemos com coisas sem valor. Na vida tudo passa, apenas os bons momentos devem ser recordados, esqueçamos os menos felizes!

Independentemente da idade, mantenhamos sempre vivo o amor!

Cuidemos das nossas aparências e mantenhamo-nos sempre apresentáveis. Sejamos vaidosos: que visitemos, frequentemente, nosso cabeleireiro, tratemos das unhas e façamos visitas ao esteticista, ao dentista, usemos perfumes e cremes bons e com moderação. Se não somos mais jovens e belos, pelo menos mostremo-nos bem cuidados. Nada de sermos muito modernos, procuremos ser mais clássicos. Não nos tornemos ridículos com penteados próprios para os jovens. Este é o nosso tempo.  Procuremos ler livros e jornais, ouçamos rádio, vejamos bons programas de TV, naveguemos na internet, enviemos e respondamos as mensagens eletrônicas; abramos nossas páginas nas redes sociais, procuremos os amigos que nunca mais encontramos. Respeitemos as opiniões dos jovens, confiemos-lhes as suas, mas não discutamos com eles, apesar de estarmos convencidos de que estão equivocados em muitas delas. Não vivamos só de recordações e jamais usemos a expressão “no meu tempo”, pois “seu tempo é hoje”. Resistamos a tentação de viver com filhos e ou netos, façamos visitas a eles ou estejamos com eles na condição de convidados. Pensemos positivamente e convivamos com alegria e felicidade. Pode ser divertido convivermos com gente da nova geração, mas o importante é não dar trabalho a ninguém. Cultivemos um “hobby” como viajar, curtir o mar, caminhar na praia, cozinhar, ler, dançar, cuidar de plantas, pintar, jogar cartas com os amigos, navegar na internet, ser voluntário ou colecionar algo. Façamos o que gostamos e o que os nossos recursos permitam. Estejamos sempre abertos para aprender algo novo ou útil, procuremos acompanhar as novas tecnologias. Aceitemos convites para eventos sociais ou culturais. Visitemos museus, frequentemos cinemas…O mais importante é sair de casa por momentos.  Recordemo-nos que, quando éramos jovens também, por vezes não era possível convidar nosos pais. Falemos pouco e ouçamos mais, pois nossa vida passada só interessa a nós mesmos. Se nos perguntarem sobre algo, sejamos breves e procuremos falar só de coisas boas e agradáveis. Jamais nos lamentemos. Falemos em tom baixo e educado. Não critiquemos e aceitemos as situações tal como são. Tudo é passageiro. As dores e as doenças estarão sempre presentes, não as tornemos mais problemáticas do que são. Falando nelas, tratemos de minimizá-las, afinal, somente  afetam a nós mesmos e são problemas nossos e dos nossos médicos. Não permaneçamos tão apegados à religião nessa altura da nossa idade, rezando e implorando a todo momento como um fanático. O melhor é que, em breve, poderemos fazer nossos pedidos pessoalmente. Vamos rir muito, rir de tudo. Somos sortudos, pois estamos tendo uma vida longa, afinal a morte será apenas uma nova etapa e uma vida que ainda não conhecemos, assim como foi incerta toda a nossa vida terrena. Se alguém nos disser que já não fazemos nada de importante, ignoremos e não nos preocupemos. Ao longo da nossa trajetória fizemos coisas muito importantes. Nossas vidas e nossas histórias, boas ou más, já se realizaram.

E lembremo-nos do disse o sábio Confúcio, IV Séculos a. C.: “Há homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem vier no presente e nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.” Ou como disse o poeta Mario Benedetti: “Não te rendas, por favor, não cedas, ainda que o frio queime, ainda que o medo morda, ainda que o sol se ponha e o vento se cale. Ainda haverá fogo na tua alma, ainda haverá vida nos teus sonhos, porque  cada dia é um novo começo, porque esta é a melhor hora e o melhor momento.”

 

(José Cândido Póvoa, poeta, cronista e advogado. Membro fundador da Academia de Letras de Dianópolis-To., sua terra natal – [email protected])

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