Para melhorar a imagem, nada melhor do que um encontro com quem a tem íntegra
Redação
Publicado em 3 de agosto de 2015 às 22:33 | Atualizado há 10 anosNum histórico de individualismo que para quase todos os eleitores passou desapercebido por uns 20 anos, o partido que hoje está no poder no governo federal, sempre se posicionou contra tudo e contra todos, como se isso oposição fosse, quando na verdade era um projeto de tentar fazer do País um feudo, uma propriedade particular, para tanto, se negando a votar no colégio eleitoral nas eleições indiretas que escolheu Tancredo Neves presidente (inclusive expulsando quatro deputados federais que não atenderam essa esdrúxula imposição partidária e participaram da eleição).
A esse intransigente posicionamento logo veio outro quando da assembleia nacional constituinte, em que o PT não obstante haver participado de todo o processo, apresentado e tendo visto serem aprovados propostas por ele colocadas para a Constituição que até hoje vige, quando da sula promulgação, simplesmente o partido se recusou a assiná-la, mesmo que conhecesse bem que aquela legislatura federal que assumiu em 1987 tinha tal incumbência de escrever uma nova Lei Maior para o País após mais de 20 anos de autoritarismo e repressão advindo de uma ditadura militar.
Em seguida, após um desastroso governo de Collor que sofreu impedimento legal – impeachment – e o seu vice assumiu, veio o salvador plano Real sob os auspício do então presidente, Itamar Franco, vice do agora senador que sempre se enreda com a justiça e mandatos de forma motorizada – se lá bem atrás quando foi defenestrado do Executivo federal o veículo que foi de grande influência para a sua cassação foi um simples Fiat Elba, agora ele caprichou e não só um, pois são três, sendo o mais caro de cerca de R$ 3,5 milhões e o mais barato por volta de R$ 700 mil, apreendidos em sua casa da Dinda em Brasília.
Naquela época, eis que de novo o PT se pôs contra e torpedeou a grande e milagrosa mudança da economia brasileira, o que inclusive já o excluiu ainda no primeiro turno da disputa presidencial de 94, tendo, de novo, isso ocorrido em 98, pois só veio a assumir o poder após conquistá-lo, em segundo turno em todas as disputas, em 2002.
Nesse hiato de tempo entre 94 e 2002, por quase uma meia dúzia de vezes, eis que o PT tentou o impeachment do ocupante do Palácio do Planalto, o sociólogo, e mais do que culto Fernando Henrique, sem que motivos houvessem para tanto, que não fosse a insaciável sede de poder que sempre moveu aquela escumalha que comandava os petistas (hoje alguns na cadeia e quase todos eles processados por falcatruas e os que ainda não estão se acham bem adiantados para o serem), nunca buscando um pacto sério de governabilidade com a oposição ou mesmo quando nela esteve, pois os interesses do partido sempre tiveram objetivos de poder que sempre se contraporam aos da sociedade brasileira.
Agora com a bagunça generalizada, o ex-presidente Lula sendo investigado no que pode desaguar – e que assim o seja – numa hospedagem involuntária no presídio da Papuda, ou seria em Curitiba?, a atual ocupante da cadeira presidencial, Dilma Rousseff correndo risco de ver rejeitadas, pelo TCU, o balancete do ano passado, o que inclusive pode levar também a uma antecipação – e grande – do fim do seu mandato, botando todos os petistas em um total e contínuo estado de tensão, de receios mais do que fundados.
E assim, eis que agora, num golpe demagogo, o sempre metido a espertalhão Lula, vem propor um encontro com o Fernando Henrique para discutir a crítica situação do País. Oras, a autossuficiência, a soberba e o desprezo com que os petistas sempre o trataram, como grande causador de todos os males do Brasil que, para eles, não existia antes de 2003, o que estariam a ver nele agora, senão uma grande chance e oportunidade de se sentirem, nem que seja um pouco (diga com quem tu andas e eu te direi quem tu és), convivendo com pessoas dignas, honradas, com postura ética e qualificação que estão muito acima desses que hoje estão ocupando o governo federal.
Certo fez o presidente FHC em se recusar ao encontro com esse tipo de gente, pois isso nada acrescentaria à sua integra biografia, do que senão a conspurcá-la, enodá-la com envolvimentos, mesmo que eventuais, protocolares e públicos encontros, mais do que inócuos, afinal nem um resultado prático disso adviria senão a mais do que evidenciada intenção de se valer da credibilidade que, para as pessoas de bem, bem informadas e cultas sempre nutriram pela brilhante trajetória do presidente Fernando Henrique, que infelizmente, teve como sucessores figuras que hoje estão a poucos passos de serem tratadas nos noticiários policiais desse País.
(José Domingos, jornalista, auditor fiscal, professor universitário, escritor e poeta)