Para que sonhar, para que o idealismo, se isso não vale a pena!
Redação DM
Publicado em 18 de abril de 2017 às 03:39 | Atualizado há 8 anos
Estou habituado, desde a adolescencia a sempre pensar em mudanças coletivas para melhor, desde que haja disposição e luta para se alcançar tal objetivo. Portanto, décadas já se passaram em que me dispus a pensar o mundo dessa forma.
Mesmo sabendo ser uma luta inglória em que os resultados alcançados ficam muito aquém do que se almeja, a minha disposição jamais se esmoreceu, pois perdida uma batalha ainda não estava definitivamente perdida a guerra e então o “negócio era tocar para a frente”, muito embora no final também os resultados quando não insignificantes são de total derrota.
A cada tropeço sempre renasce a esperança de que as próximas lutas irão obter resultados satisfatórios, entretanto, não sendo as derrotas a maior das decepções, pois essas, na realidade, nascem da constatação do tremendo desinteresse da sociedade como um todo, em querer se engajar, participar de alguma coisa, pois na sua quase totalidade os seres humanos preferem que outros o façam, pois sabem eles, que os resultados finais que vierem se satisfatórios irão contemplar a todos, porém a luta que fica a cargo de uns poucos.
Hoje acordei com uma baita descrença de continuar lutando na busca de tantos objetivos que tem como finalidade o bem estar comum.
Não é de hoje que sinto essa frustração e que às vezes consigo supera-la( não foram poucas!!!).
Tendo sido eleito vereador em 1992, graças ao Grande Arquiteto do Universo, tive uma atuação bem condizente e à altura da função para a qual fora eleito, tanto que por onde andava recebia felicitações das mais diversas pessoas de que eu estava honrando com competencia o meu mandato e mil e uma loas, o que me fez aceitar o convite para ser candidato a deputado estadual em 1994 com o objetivo de ampliar o meu trabalho em prol da coletividade.
Ahhh!!!, tão logo iniciada a campanha, aqueles que viviam me felicitando pelas ruas tomaram os seus caminhos com candidaturas “A”, “B” “C”, etc, muitas de pessoas de fora que nada fizeram para Goiás e o resultado foi pífio, vendo ali que o que aquele gente que tanta me elogiava, queria mesmo é que tivesse alguém para atacar os problemas da coletividade com coragem, mas no entanto, na hora de votar tiveram eles as suas preferencia$ outras, em busca de empreguinhos comi$$ionados (às vezes simples promessas não cumpridas, pagamento em dinheiro, pelo voto, etc), pois o meu idealismo e disposição não os atenderiam em seus tacanhos e individuais interesses, já que desconhecem por inteiro o que seja pensar na coletividade.
Pois é, embora isso não tenha me esmorecido, segui na luta, ombreei, como tesoureiro, o movimento Pro Cidade de Goiás Patrimonio da Humanidade junto com a saudosa Brasilete (inclusive depois da tão sonhada conquista, certa feita ela fez um elogio do qual jamais me esqueço, pois numa conversa com a dona Marilia Craveiro, minha então colega de trabalho, estando nós tres a papear, ela declarou que eu havia sido o seu braço direito e braço esquerdo naquele movimento, numa generosidade que eu tanto admirava).
Muitas e muitas outras causas e bandeiras sempre estive a defender, seja de forma solitária, seja em grupo, assim é, que como auditor fiscal, estive por dois mandatos à frente da presidencia do conselho sindical do Sindifisco e que, embora morando aqui em Goiás, mensalmente eu me deslocava para Goiania para presidir as reuniões, em nome do fortalecimento da categoria à qual eu já tive orgulho em pertencer.
A essas e outras participações pode se acrescentar muitas coisas, como associações de moradores de bairros (aqui e em Mossâmedes – como tesoureiro da Amar, onde também residi) mais só o foram, apenas para ilustrar que a minha trajetória jamais deixou de se voltar para uma atuação em que sempre valorizou a busca de conquistas coletivas.
Nessa semana santa que se passou. reencontrei um sonhador como eu, o renomado artista plástico de fama nacional, Di Magalhães que se deslocou de Curitiba, onde é radicado, embora vilaboense de nascença e de coração, para fazer uma exposição aqui na cidade de Goiás, sempre em busca de divulgar as artes goianas e, assim o fazendo, também ele dando vazão ao idealismo que o norteia. A qualidade do seu trabalho arrancou muitos “ohs” de admiração, porém valorizar o seu trabalho e adquirir alguns quadros, poucos o fizeram, mesmo que isso não o desanime.
Aquele grande artista, formado em artes plásticas pela UFG, membro da Academia de Letras e Artes do Paraná, por total merecimento, fez da sua arte uma forma de contribuir para melhorar o mundo, portanto nela impregnando grande idealismo e vontade de transformações, porém os resultados quase nunca acontecem conforme o esperado, o que faz ainda mais reforçar essa minha idéia que idealismo, vontade de mudanças é por deveras utópico e irrealizável concretamente, quase sempre só se dando na cabeça de alguns visionários, sonhadores.
E é, por essas e outras, que agora, mais uma vez, me encontro mais do que decepcionado comigo mesmo por ficar nessa vontade de defender interesses que ao meu ver parecem coletivos, pois vejo que muito embora alguns poucos amigos compartilhem de muitas das minhas lutas, vejo que o mundo é mesmo do individualismo, embora o espírito de coletividade e solidariedade da nossa gente seja por deveras latente, desde que da soleira da sua porta de casa para dentro, pois ao colocar os pés para fora, é o interesse particular de cada um que vale, e que “um outro imbecil” cuide do que for da vontade e necessário à coletividade, pois tem eles, no seu habitual egoismo e individualidade, a certeza de que sempre terá um ou outro que irá se dispor a fazer o papel que deveria ser compartilhado com todos. Acho que esse resto( a quase totalidade da população) é que está certo mesmo: cada um para si e Deus para todos. Me Cansei!!!!
Dito!!!